Sinceramente, não acredito que ter sucesso profissional é ter a carreira da moda ou o cargo cobiçado que a mídia corporativa tanto teima em nos incutir na mente. Isso mesmo, incutir na mente! E o que incutimos em nossos corações? Deixamos de sonhar simplesmente por preguiça ou, talvez, por sucessivas frustrações? Não sei, mas acho que perdemos o hábito de sonhar. Fico pensando em uma citação de Charles Darwin: “As espécies que sobreviveram nem sempre foram as mais inteligentes ou as mais fortes, mas as que mais tiveram capacidade de adaptação às mudanças.” Capacidade de adaptação é uma das qualidades mais procuradas pelas empresas. Não nego que seja uma habilidade importante, mas “ser adaptável” tem de ter um limite, e nem sempre as pessoas o conhecem. E você, conhece seu limite de adaptação? Neste momento, lendo este artigo, está mais na posição de aceitação/frustração ou na posição da busca/realização?
A mudança é fundamental para o movimento da energia da vida, mas temos de estar alinhados com o nosso coração para que não fiquemos parados ou acelerados demais. A aceitação é importante quando o momento em questão é necessário para atingir um próximo patamar, mas é terrivelmente maléfica quando se torna uma frustração em nossa vida. Devemos estar em estado de alerta o tempo todo, para não nos acomodarmos e matarmos a nossa verdadeira vocação. É incrível como inúmeras pessoas me dizem que não estão satisfeitas com seu atual emprego ou com o rumo de sua carreira. Se você se identificar com essa realidade, em primeiro lugar é fundamental ter em mente que você é o único responsável por essa situação. Só conseguimos enxergar as possibilidades quando reconhecemos nosso papel de protagonistas de nossa carreira. É fato também que nada vai melhorar se você continuar reclamando e maldizendo seu emprego, seus colegas de trabalho, seu chefe.
Você deve ter um sonho, uma vocação, algo que dê brilho ao seu olhar. Eu, por exemplo, gosto de fazer diferença na vida das pessoas. Em primeiro lugar, porque elas se sentem livres e felizes e, em segundo lugar, porque fazendo diferença em suas vidas, faço a diferença em minha própria vida. Então, alinho meu trabalho às minhas aspirações pessoais. Porém, percorri um caminho para chegar até aqui. Errei, acertei, mas sempre fazendo o movimento.
Por favor, não estou lhe pedindo para jogar tudo para o alto e dar o grito da independência. Peço para olhar dentro de você e depois olhar ao redor. Quando não há compasso e melodia, há ruído e desequilíbrio. Então, é preciso equalizar. Comece procurando um novo olhar sobre o seu atual emprego. Não o rejeite, veja nele uma porta para que você possa alcançar algo diferente. Entregue com mais carinho suas atividades. Abra seu coração para retirar ensinamentos das situações de conflitos com colegas ou chefe. E, antes de tudo, não se culpe. É verdade que você está onde está porque traçou o seu caminho, mas caminhos seguem rumos diferentes e, se você veio até aqui, pode perfeitamente ir aonde seu coração (sonho), sua mente (planejamento) e seus pés (realização) o levarem.
Van Marchetti é Diretora da Attitude Plan – Consultoria e Treinamento Empresarial