Quando alguém chega ao escritório da Radix em Belo Horizonte (MG), dá de cara com um aparelho de televisão no qual rodam notícias da empresa. Ao passar pelos corredores, o jornal mural lembra os aniversariantes do mês, dá dicas de alimentação e conta as novidades. Por e-mail, os funcionários também recebem os informativos, além de poder se atualizar via intranet. E comentam tudo isso nos canais de relacionamento convencionais, como Facebook e Twitter, ou afinam debates no Yammer, rede social interna.
A Radix é uma empresa de engenharia e tecnologia, mas, como é possível perceber, enxerga a comunicação como uma das principais ferramentas para crescer mais. “O grande problema das empresas não é o que elas fazem, mas como elas fazem. E a base desse ´como´ e de todo bom relacionamento interno é a comunicação”, afirma Mônica Paiva, diretora de RH da companhia. O desafio de comunicar-se bem, diz a executiva, sempre esteve no DNA da companhia, que abriu as portas em abril de 2010 e tem à frente Luiz Rubião, ex-CEO da Chemtech. Contudo, foi em fevereiro deste ano, quando Mônica assumiu o desafio de estruturar um departamento de RH, que a comunicação se tornou, na prática, um valor. E meios não faltam para a empresa comunicar-se. A ideia, segundo a executiva, é fazer com que os funcionários se sintam parte efetiva da empresa e estejam sempre bem informados. A rede social interna, considerada por Mônica uma das ferramentas mais importantes da companhia, efetua bem esse papel. “Foi pensando na característica dos funcionários (jovens e conectados), que criamos nossa rede”, conta.
Apesar da aderência do perfil à ferramenta, a empresa teve problemas de adesão no início. O primeiro passo foi tirar a desconfiança natural de que a rede era um meio de vigilância, e isso foi feito com muita divulgação e criação de competições no ambiente on-line. Além disso, mesmo com o Yammer, a empresa não vetou o uso de outras redes. “A ideia não é obrigar [o uso da rede social interna], mas fazer com que as pessoas confiem na empresa, da mesma forma que confiamos nelas”, afirma. E para quem passou desatento pelos corredores ou não leu os recados on-line, a empresa ainda conta com o Radix Minuto, programa de vídeo, transmitido na TV Radix, que mantém o funcionário atualizado. Embora sejam meios diferentes, todos têm conteúdo integrado, afirma Mônica. As ferramentas não demandaram muitos investimentos financeiros, apenas tempo e capital humano. Contudo, o resultado é a percepção do funcionário de que ele está contribuindo com o crescimento da empresa. “Eles enxergam significado no que fazem e é isso o que os move.”