Gestão

Pesquisa avalia panorama da gestão de pessoas nas PMEs

Dados sobre desenvolvimento e performance de lideranças, retenção de talentos e uso de IA são destaques em levantamento da Sólides

de Redação em 25 de abril de 2024
Evento de lançamento da pesquisa com lideranças da Sólides e do setor (na ordem, da esq. para dir.): Rafael Kahane, CMO; Giuliana Morrone, jornalista e apresentadora; Távira Magalhães, CHRO, e Léo Kaufmann, head e apresentador do RH Summit. Presença maciça de PMEs clientes e parceiras da companhia

Um recente estudo da Sólides, empresa de destaque em tecnologia para gestão de pessoas em pequenas e médias empresas (PMEs), revela que a maioria esmagadora, mais de 90% dos entrevistados, reconhece a importância de todo gestor participar ativamente no desenvolvimento e retenção dos colaboradores, não limitando essa responsabilidade apenas ao setor de Recursos Humanos.

O Panorama Gestão de Pessoas Brasil foi realizado com base em entrevistas com 1.000 profissionais formais de empresas em todo o território nacional. Equipes de recursos humanos, departamento pessoal, colaboradores em geral e líderes contribuíram com suas visões, para que o estudo fosse lançado na quarta-feira, 24.

Távira Magalhães, CHRO da Sólides: Olhar necessário para as PMEs

Távira Magalhães, CHRO da Sólides, destacou, com base no levantamento, a necessidade de expandir as discussões sobre gestão de pessoas para além dos limites tradicionais de Recursos Humanos e Departamento Pessoal, envolvendo todas as esferas da liderança dentro das organizações. Ela enfatiza que, em um ambiente onde 97% dos trabalhadores indicam ter uma liderança direta envolvida em sua gestão, é vital alargar a perspectiva sobre o tema.

Além disso, “faltam dados para a tomada de decisão nas PMEs”, ressalta a executiva. Segundo a CHRO, pesquisas, como o recém-lançado panorama, e o uso de soluções integradas, que produzam indicadores internos e forneçam visão holística da gestão, são valiosos para que as lideranças dessas empresas percebam a gestão de pessoas como um pilar estratégico e de responsabilidade coletiva.

“As pequenas e médias empresas nem sempre conseguem olhar para dados da maneira que necessitam para tomada de decisão e muitas vezes essa decisão é subjetiva”, enfatiza Távira. “Então, quando a gente coloca esses dados de forma pública e acessível para essas empresas, elas conseguem perceber que está ficando dinheiro na mesa.”

Isso acontece, segundo a executiva, principalmente no processo de rotatividade. “Na hora em que a gente pega dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED), de 51% de demissões que ocorrem em empresas brasileiras [taxa de rotatividade] – 600 bilhões no montante em funcionamento – quantas delas não são pequenas e médias empresas que não estão sendo observadas… e estão tendo, ali, um custo de contratação errada, contratam perfis errados – 5 de 10 profissionais contratados estão inadequados.”

Retenção: uma pauta para todos

Segundo dados do CAGED, o Brasil apresenta a mais alta taxa de rotatividade do mundo, atingindo 51,3%. Por outro lado, 67% dos profissionais de RH afirmam que a rotatividade em suas empresas é baixa ou controlada, indicando uma desconexão entre percepção e realidade. Aproximadamente 9% dos entrevistados não possuem informações claras sobre a taxa de rotatividade atual em suas organizações, revelando uma falta de monitoramento do turnover ou de compreensão do mercado. Adicionalmente, 60,5% dos líderes concordam que o desenvolvimento e retenção de funcionários são responsabilidades compartilhadas por todos os gestores, não apenas pela área de Recursos Humanos.

Inteligência Artificial: espaço para crescer

A pesquisa também abordou a presença crescente de ferramentas de Inteligência Artificial (IA) no cotidiano laboral. Segundo o Panorama, somente 2 em cada 10 profissionais utilizam ativamente IA, como o ChatGPT, em seus afazeres, incluindo colaboradores de grandes corporações. No entanto, no domínio de gestão de pessoas, 87,9% dos profissionais de RH consideram que ferramentas de IA são aliadas valiosas em suas atividades.

Perspectivas Positivas e Ajustes Necessários

Dentre os achados mais marcantes da pesquisa, destaca-se o fato de que 6 em cada 10 líderes não exercem funções nas áreas que idealizavam. Analisando as respostas de todos os entrevistados, a área da saúde desponta como a principal fonte de incompatibilidade, com 9 em cada 10 profissionais do setor atuando fora de seus sonhos originais.

Outra das questões críticas abordadas no estudo é a disparidade salarial entre gêneros. Conforme revelam os números apresentados pelo Panorama, homens estão recebendo 21,6% mais do que as mulheres em média. Tal discrepância aumenta para 33,2% em cargos operacionais e reduz para 17,3% em cargos de gerência. Além disso, a presença feminina em cargos de liderança ainda é minoritária: apenas 40% dos cargos desse nível são ocupados por mulheres, enquanto 60% são ocupados por homens, apontando uma diferença significativa de 50%.

Para o próximo ano, há um otimismo perceptível entre empresários brasileiros: 4 em cada 10 empresas planejam aumentar sua força de trabalho em 2024, enquanto menos de 15% consideram reduzir o número de colaboradores.

Metodologia

A pesquisa, desenvolvida em parceria com a Offerwise, foi conduzida por meio de questionários online estruturados para pessoas economicamente ativas com contratos formais de trabalho (CLT ou PJ), envolvendo líderes e colaboradores de Recursos Humanos, bem como líderes de outras áreas e colaboradores de distintos setores. Com margem de erro de três pontos percentuais e intervalo de confiança de 95%, o estudo foi projetado para estimular debates sobre gestão de pessoas no ambiente corporativo, oferecendo dados valiosos para incitar mudanças no cenário atual.

A base de dados para entrevistas foi composta entre colaboradores e líderes ligadas a organizações clientes e parceiras da Sólides, rede que concentra um grande número de PMEs. Com foco no atendimento a esse público, em 2022, a empresa obteve um dos maiores investimentos já registrados em uma HR Tech na América Latina, com R$ 530 milhões liderados pelo fundo Warburg Pincus. A aquisição da Tangerino, solução completa para automação de processos de Departamento Pessoal, e posteriormente da Folha de Pagamento Digital em 2024, solidificaram a posição da empresa como referência nas necessidades das pequenas e médias.

O acesso ao estudo completo do Panorama Gestão de Pessoas Brasil está disponível para interessados por meio do link indicado.

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