Por Debora Oliveira, coordenadora pedagógica do Abraço Cultural, escola de idiomas com professores refugiados e imigrantes
O Brasil tem mais de 10 mil refugiados de diversas nacionalidades, segundo último estudo do Conare. Os refugiados são frequentemente pessoas qualificadas, capazes e resilientes, que possuem qualificações e experiência prática em várias áreas do trabalho. Porém, ainda há certo receio sobre a contratação dos refugiados em empresas brasileiras.
Uma pesquisa recente da Universidade de Brasília revela que 47,8% dos profissionais de RH acreditam que colegas evitam contratar refugiados por medo de ter problemas com o Ministério do Trabalho. Além disso, a grande maioria dos brasileiros (91,2%) não sabe que a contratação é igual a de todos os brasileiros. Vale então lembrar que todo refugiado ou imigrante que formalizou sua situação no Brasil tem o direito de trabalhar legalmente no país.
Além de atrair novos talentos, a contratação de refugiados introduz novas ideias e perspectivas que podem enriquecer qualquer local de trabalho. As vantagens da diversidade já se mostraram em diversas pesquisas e podem incluir a geração de inovação, aumento da motivação, até a atração de candidatos altamente talentosos a representar a comunidade de origem.
Empresas com forças de trabalho diversificadas também têm visto aumento de produtividade, crescimento e retenção de pessoal. Segundo o relatório Por que a diversidade é importante, da McKinsey, as empresas com diversidade étnica e cultural superam aquelas com menor variação em 33%.
Contribuir para a inserção dos refugiados e imigrantes em nossa sociedade é parte da missão do Abraço Cultural, organização não-governamental que já capacitou mais de 90 professores e arrecadou 2,5 milhões em renda para os refugiados.