Ainda que a chamada “Transformação Digital” esteja em pleno curso e trazendo profundas mudanças para o dia a dia das organizações, é também cada vez mais perceptível que há uma demanda crescente entre profissionais e consumidores, por experiências repletas de sentido, propósito e humanidade.
“Não se trata de posicionar os elementos “humano” e “digital” em lados opostos, uma vez que essa dicotomia não existe verdadeiramente, mas de perceber que há aspectos obviamente complementares entre esses espectros”, pontua Ivan Corrêa, sócio-diretor da Posiciona Educação & Desenvolvimento. Assim, é preciso extrair o melhor dessa combinação, a fim de que as pessoas se sintam seguras e respeitadas, motivadas a inovar e inspiradas a trabalhar eficientemente.
Historicamente, as estratégias de negócios sempre giraram em torno da produção e dos resultados, com o capital humano sendo percebido como um recurso importante para atingir esses objetivos. Com o tempo, no entanto, as empresas que realmente posicionaram as pessoas no centro das suas estratégias passaram a se destacar.
No âmbito comercial e de atendimento, isso é ainda mais evidente, uma vez que a compensação financeira, por si só, não é suficiente para motivar as pessoas a colocar o melhor de sua energia no dia a dia profissional, e isso traz óbvios impactos no desempenho e nos resultados da companhia como um todo. É frente ao mercado e seus consumidores que uma empresa humanizada se faz notar.
Conheça os cinco principais pilares a serem levados em conta pelos líderes corporativos que querem humanizar a organização.
Promova a comunicação aberta
“Comunicação eficaz é o que ajudará você a estabelecer relacionamentos fortes com pares, líderes organizacionais e também com o consumidor final. Embora as empresas precisem de uma estrutura gerencial, as hierarquias tradicionais geralmente dificultam pensamentos inovadores. Portanto, abra canais de comunicação e incentive os funcionários a participar de conversas importantes e fornecer feedback”, aconselha Correia.
Deixe espaço para a descompressão
A criatividade é inibida e a alegria por trabalhar desaparece quando as pessoas são privadas da leveza e de algum espaço para “brincar”.
De acordo com um estudo do Pew Research Center, divulgado em 2018, conduzido com profissionais que atuam em empresas no Vale do Silício, existe uma ideia bem consolidada de que brincadeiras no trabalho trazem inúmeros benefícios para funcionários, equipes e organizações inteiras, porque todos se sentem menos fatigados e estressados.
Este chamado “playtime” pode significar tempo para socializar, uma simples pausa cerebral, ou ainda uma atividade produtiva mais lúdica. “Os benefícios de ações assim são múltiplos, já que há aumento da confiança, interação social e solidariedade, além de diminuir o senso de hierarquia. Ao criar uma atmosfera de trabalho amigável, as empresas estão fazendo crescer os níveis de engajamento e transmitindo a mensagem de que as tomadas de decisão são flexíveis e consentidas”, diz o executivo.
Atenção aos pequenos detalhes
Humanização é também simplicidade. Você não precisa de processos muito elaborados para humanizar os corporativos. Algo tão simples quanto sextas-feiras casuais ou um código de vestimenta mais descontraído podem trazer ótimos resultados. Ao permitir que os funcionários trabalhem como quiser, você está abrindo espaço para que eles expressem suas personalidades através de suas imagens.
Diversidade como estratégia
Uma organização humanizada é aquela que percebe que a diversidade no local de trabalho deve ser promovida para que as oportunidades sejam distribuídas de maneira justa e em prol da pluralidade de pontos de vista. As empresas que dão espaço para a diversidade oferecem melhores soluções para os seus clientes, simplesmente porque fazem da empatia um exercício diário.
Considere as individualidades
Ainda que os líderes organizacionais estejam sempre olhando para o todo, dentro e fora da companhia, é preciso ter um olhar para o fato de que as pessoas têm demandas e padrões comportamentais peculiares. Humanização é olhar para a individualidade e entender o que aquele cliente (interno ou externo) específico busca naquele momento.