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Promover a diversidade aumenta a competitividade das empresas de tecnologia

Quanto mais temos equipes diversas, maior a possibilidade de termos pessoas capazes de entender melhor qual a problema do cliente, e aperfeiçoar a solução

de Cesar Cotait Kara José em 21 de junho de 2024
Créditos: Shutterstock

Promover a diversidade, a equidade e a inclusão dentro das empresas de tecnologia independentemente de sua origem, gênero, etnia ou orientação sexual, garantindo as mesmas oportunidades em termos de contratação, crescimento na carreira e desenvolvimento profissional é mais do que uma tendência passageira. Veio para ficar.

E isso não é somente uma exigência ética. Diversidade, Igualdade e Inclusão (DEI) se tornaram fatores de competitividade para vários setores, inclusive, e especialmente, as empresas de tecnologia. E nesse setor, que é extremamente dinâmico, onde a mudança e a inovação são a constante, não é exagero afirmar que se trata de um componente essencial para o sucesso e o crescimento, no curto, médio e longo prazos. E por diversas razões!

Mais diversidade aumenta a competitividade. Na minha experiência como CEO na América Latina de uma multinacional cujo modelo de organização consiste na criação de equipes para ajudar nossos clientes em seus desafios tecnológicos, entendo que a diversidade de pensamentos, experiências e perspectivas, que existe quando temos diversidade de pessoas, cria mais oportunidades para a inovação e a criatividade, elementos fundamentais para o desenvolvimento de soluções tecnológicas avançadas. 

No caso das empresas de tecnologia, a questão vai um pouco além do chavão de que cabeças diferentes pensam de maneiras diferentes, podendo encontrar soluções que uma equipe com formação e experiências mais homogêneos talvez deixasse passar. A questão é que vendemos soluções feitas para resolver os problemas dos nossos clientes. Quanto mais eles, as pessoas e os problemas, forem entendidos, melhor será essa solução. 

E quanto mais temos equipes diversas, maior a possibilidade de termos pessoas capazes de entender melhor qual a problema do cliente, e aperfeiçoar a solução. Estudos mostram que empresas com alta diversidade são mais propensas a superar seus concorrentes em inovação e desempenho financeiro, e uma das possíveis razões é essa. 

Respeito à diversidade cria ambientes mais saudáveis. Outra possível razão é a atração e a retenção de talentos. Garantir que as pessoas se sintam valorizadas e respeitadas pela organização, colegas e liderança contribui para o bem-estar e a saúde física e mental. E esse é um grande diferencial para qualquer empresa, porque a vida corporativa inclui pressão constante por inovação e entrega de resultados. Essa pressão, se for excessiva, pode levar ao estresse e burnout, afetando indivíduos, equipes e a empresa como um todo. 

E não podemos nos iludir a respeito disso. Em vários momentos essa pressão será grande. Faz parte das competências que se espera dos profissionais que querem crescer na carreira, saberem lidar com isso. 

O que não se pode exigir de profissional algum é que seja obrigado a lidar com pressões adicionais de um ambiente tóxico, em que seja desrespeitado ou hostilizado por sua origem, gênero, etnia ou orientação sexual. E isso vai além de políticas de contratação inclusivas, ou de práticas de promoção e desenvolvimento profissional justas e transparentes, embora estas sejam, sim, fundamentais. 

Como implementar práticas de Diversidade, Igualdade e Inclusão (DEI) nas empresas? Implementar e manter práticas robustas de DEI e bem-estar é uma jornada contínua que requer compromisso e ação persistentes, o que pode incluir implementar treinamentos de conscientização sobre viés inconsciente, criar grupos de afinidade e fomentar uma cultura de diálogo aberto.

Esses são passos fundamentais para construir uma organização verdadeiramente inclusiva. E, não podemos esquecer que é necessário avaliar constantemente nossas políticas e práticas, buscar feedback dos funcionários e estarmos dispostos a adaptar e melhorar nossas abordagens.

Como líderes, temos a responsabilidade de criar um ambiente onde todos se sintam seguros, valorizados e capazes de alcançar seu pleno potencial. Isso ajuda a empresa a não apenas sobreviver, e prosperar em um mercado global competitivo, mas a deixar um legado positivo verdadeiramente real e duradouro na vida das pessoas. 

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Cesar Cotait Kara José

Executivo do mercado de tecnologia e financeiro, CEO da Exadel para a América Latina