Depois de mais de um ano de medidas restritivas por causa da pandemia de covid-19, o mercado finalmente vê uma melhora no cenário e se questiona se deve ou não voltar ao trabalho presencial. Com a implantação do home office, as empresas perceberam que é possível manter a produtividade dessa forma, mas também enxergam a necessidade do trabalho no escritório.
Muitas decidem o que é melhor sem questionar os funcionários, já outras vão por um caminho diferente. Uma delas é a DOJO, agência liderada por Thiago Baron e Rodrigo Toledo. Por meio de uma pesquisa de mercado com profissionais de Recursos Humanos e Arquitetura – a fim de entender possíveis mudanças nos espaços físicos de trabalho -, bem como com os colaboradores internos e observações de outras empresas tanto no Brasil quanto mundialmente, a agência decidiu implementar um sistema flexível.
O colaborador no centro da decisão
Diferentemente do presencial, online ou híbrido, a DOJO decidiu que cada pessoa poderia decidir o sistema que gostaria de trabalhar, mas baseado em regras e dicas de um manual do trabalho, o qual não é necessariamente vitalício, podendo sofrer mudanças conforme o tempo.
“Nós tivemos um crescimento de 170% no último ano, o que nos prova que o sistema remoto funciona para a DOJO. Nossos pilares são transparência, confiança e autonomia, por isso decidimos que o melhor seria entender o nosso ambiente, o que as pessoas desejam e traçar um plano de como implementar da melhor forma”, conta Rodrigo Toledo.
A agência afirma que vê desafios pela frente, já que muitos colaboradores estarão em outras cidades – e até mesmo outros estados – assim como uma adequação de acordo com a função desempenhada, entre outros. No entanto, vê com bons olhos o novo sistema, que ainda está em fase de implementação e será aperfeiçoado ao longo do tempo.
Modelo híbrido em discussão
Além disso, entre as várias medidas, é necessário que as pessoas tenham disponibilidade para estar fisicamente no escritório quando for preciso e solicitado – casos que serão previamente avaliados pelo time – mesmo que estejam em outras cidades. Inclusive, a agência percebeu, por meio de sua pesquisa, que 50% dos colaboradores desejam voltar presencialmente, mas sem uma periodicidade definida, pois também gostam do contato com colegas.
“O contato físico e humano foi um dos maiores desafios do isolamento social e, agora, com a possibilidade do retorno, mas sem uma regra definida, essa integração se torna mais possível. Nós acreditamos que a tendência é de que a maioria das empresas optem por um sistema 2×3 ou 3×2, ou seja, de dois ou três dias no escritório e o restante em casa. No entanto, não definimos dias exatos para a DOJO, justamente porque 51% do nosso time não deseja ter uma periodicidade definida para ir ao escritório. E isso é natural, ainda mais depois desse tempo que passamos em casa e vimos as vantagens e desvantagens do home office”, complementa Thiago Baron.
Entre seus clientes, a DOJO afirma que quase nenhum voltou 100% para o sistema presencial e que estão em sistema de rotatividade. Na agência, atualmente com 113 pessoas, isso não é possível, já que o escritório possui capacidade para 60% dos colaboradores. Por isso, o manual do trabalho também vem para ajudar a entender as expectativas, os desejos e sistematizá-los para que haja uma rotatividade entre todos, pensando também se pode haver uma mudança física do espaço também.
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