O Mês do Orgulho LGBTQIA+ convida a sociedade toda a avaliar e refletir sobre a diversidade e neste ano alerta para a necessidade de acelerarmos a pauta nas corporações brasileiras. O Varejo é o setor mais impactado pela diversidade. Na Saphyr Shopping Centers, recebemos mais de 5 mil pessoas diariamente em nossos empreendimentos, que estão localizados no Sudeste, Nordeste e Norte do País. Os shopping centers são ambientes plurais e seus clientes refletem a diversidade cultural, racial, de gênero, sexualidade e de necessidades específicas das comunidades onde atuam. Como espelhar essa sociedade internamente de modo a entender e atender a suas expectativas, anseios e necessidades?
Em um setor que abrange todos os perfis de pessoas, conhecer seu público interno pode parecer um começo óbvio, mas é um passo que muitas empresas estão demorando a dar. Precisamos reconhecer nossa casa. Como ela está dividida? Quem a compõe? Como a pluralidade da comunidade onde atuamos está representada internamente? Como podemos definir políticas, práticas e mesmo treinamentos se não conhecemos nossos próprios colaboradores a fundo? Foi pautada por esse desafio que a Saphyr iniciou uma nova trajetória de gestão de pessoas voltada à diversidade.
Começamos mapeando nossos times e ao identificarmos que 41% das cadeiras de liderança são ocupadas por mulheres, podemos pensar em estratégias que ajustem os gargalos que as profissionais encontram hoje. Sabemos que negros e pardos representam 40% de todo o quadro de colaboradores e agora podemos pensar em políticas que alcem esses profissionais a cargos de liderança. Mapeamos que 8% da equipe identificam-se como LGBTQIA+, integrando gays, lésbicas, assexuais e pessoas não-binárias e essa identificação, impensável a pouquíssimo tempo atrás, hoje nos permite desenhar planos que fomentem a expressão desses talentos no desenvolvimento do nosso negócio.
Trazer maior diversidade também inclui equilibrar equipes jovens com profissionais com mais experiência, estimulando olhares diferentes às operações e integrando a visão inovadora de uma geração que pensa de forma disruptiva com o olhar de quem já conhece o mercado e reconhece o poder de se mudar paradigmas e quando inciativas que parecem ótimas já não deram certo. Enquanto profissionais com até 25 anos, na faixa de 26 a 30 anos e de 31 a 45 anos representam cerca de 30% cada segmento, 5% do total do time tem mais de 46 anos. Pessoas com origens, costumes e características diferentes estimulam novas práticas e inovam com eficiência.
A partir do mergulho na realidade das pessoas que fazem uma empresa, as ações são desenhadas de forma mais direcionada. Nosso segundo passo foi formar um Comitê de Diversidade que reflete a pluralidade de time interno com o objetivo de fomentar o espelhamento da sociedade no quadro de colaboradores do Grupo, fomentando políticas de gestão interna, inclusão no corpo gerencial, treinamentos e novos olhares às operações. Parece um caminho lógico a se seguir, mas é preciso acelerar o passo. Os comitês são eficazes na hora de pensar, debater e promover ações especiais, além de receber sugestões, críticas e dúvidas dos colaboradores. Os treinamentos sobre gênero, sexualidade, comunicação inclusiva, fundamentos de Diversidade, raça, etnia e liderança inclusiva são alinhados nessa jornada e ajudam a fortalecer o posicionamento da empresa. No último ano, foram quase 500 profissionais capacitados para a diversidade.
Como saber e entender os resultados? Como ter a certeza de que os colaboradores estão sendo reconhecidos e que o dever de casa está sendo cumprido? O uso de ferramentas para medir a satisfação dos colaboradores e clima organizacional são indispensáveis para a Saphyr e com nossas ferramentas internas identificamos aumento no engajamento das equipes, com nota acima de 8 na ferramenta interna.
Precisamos, primeiro, arrumar a casa, conhecer quem está com a gente todos os dias, dar espaço para que cada um possa se expressar e trazer novas soluções e avaliar continuamente a trajetória, mas ainda estamos só começando. O Comitê e as medições mostrarão novos caminhos até chegarmos à representatividade total da sociedade também dentro da corporação em todos os níveis de tomada de decisão.
O desenvolvimento do setor de Shopping Centers e mesmo do Varejo depende do autoconhecimento, de o público interno refletir o público externo e do debate permanente para garantir um ambiente inovador, engajado e, principalmente, de respeito mútuo entre pessoas.