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Será que as pesquisas de clima retratam as diversas gerações no ambiente de trabalho?

Em levantamento com mais de mil profissionais das gerações X, Y, Z e Millennials, fica clara a não retratação das diferentes necessidades

de João Roncati em 10 de janeiro de 2024

No cenário atual, as empresas enfrentam o desafio de gerenciar uma força de
trabalho diversificada, composta por diferentes gerações, como a X, Y, Z e os
Millennials. A convivência dessas pessoas traz à tona a necessidade de
compreender suas expectativas, o que torna as pesquisas de clima organizacional
ainda mais fundamentais. No entanto, surge a questão: essas pesquisas realmente
conseguem capturar as nuances das aspirações e valores das gerações atuais?

Segundo um levantamento realizado pela USP no ano passado, a resposta clara é não.
Mais de 1 mil profissionais das gerações X, Y, Z e Millennials foram ouvidos e os
resultados deixam claro a não retratação das necessidades e expectativas desses
profissionais.

Os especialistas da Universidade chegaram à conclusão de que as gerações X, Y, Z
e Millennials têm valores e prioridades diferentes das anteriores. Elas são mais
exigentes em relação ao ambiente de trabalho, valorizando a flexibilidade, a
autonomia e o propósito.

E a grande questão é que as pesquisas tradicionais de clima organizacional não
levam em conta essas diferenças. Dessa maneira, a USP identificou alguns pontos
importantes que não correspondem mais à realidade:
● Foco em fatores tradicionais: as pesquisas tradicionais se concentram em
fatores como salário, benefícios e segurança no emprego. Essas são
prioridades importantes para as gerações anteriores, mas não são tão
relevantes para as gerações mais jovens.
● Falta de flexibilidade: as medições mais comuns são geralmente realizadas
em um formato fixo, com perguntas e respostas pré-definidas. Isso limita a
capacidade de captar as necessidades e expectativas das gerações mais
jovens, que valorizam a flexibilidade e a autonomia.
● Falta de foco no propósito: elas não costumam abordar o propósito do
trabalho. Essa é uma questão importante para as gerações mais jovens, que
querem trabalhar por algo que consideram significativo.
No entanto, vale ressaltar que as realidades nas cidades menores, em comparação
com as grandes metrópoles, apresentam diferenças significativas. Jovens em áreas
menos urbanizadas podem priorizar a qualidade de vida, mas devido à escassez de
oportunidades, tendem a permanecer mais tempo em um único emprego.

As empresas precisam adaptar suas pesquisas de clima organizacional para
compreender às necessidades das gerações mais jovens. Isso é essencial para
garantir a satisfação dos funcionários e o sucesso da empresa.

O Gartner, que também estudou esse assunto, tem algumas recomendações para
adaptar as pesquisas de clima organizacional às necessidades das gerações X, Y, Z
e Millennials:
● Incluir perguntas sobre fatores que são importantes para as gerações mais
jovens, como propósito, flexibilidade, autonomia e diversidade.
● Utilizar um formato de pesquisa mais flexível, que permita aos funcionários
expressar suas opiniões e sugestões de forma livre.
● Garantir que a pesquisa seja realizada de forma confidencial, para que os
funcionários se sintam à vontade para responder com sinceridade.
Ao adaptar suas pesquisas de clima organizacional, as empresas podem garantir
que estejam recebendo feedback valioso sobre as necessidades e expectativas dos
colaboradores. Isso é essencial para criar um ambiente de trabalho mais positivo e
produtivo para todos.

Você já tinha parado para pensar nessa questão?

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João Roncati

Diretor da People + Strategy