As empresas estão buscando ativamente ajustar suas estratégias para garantir sua competitividade futura. Contudo, segundo o estudo “Self-Disruptive Leader: What, Why, How” da consultoria global Korn Ferry, 67% dos investidores acreditam que os líderes atuais não estão preparados para os desafios que virão, apontando que certas estratégias devem mirar outra direção. A pesquisa foi realizada com 800 analistas de mercado sobre o que esperavam das lideranças corporativas.

Para Rodrigo Araújo, CEO da Korn Ferry Brasil, a falta de preparação das empresas e dos colaboradores para formar/assumir lideranças é evidente. “Qual é a metodologia que um colaborador usa para aprender sobre a gestão de chefia de cargos?”, questiona Araújo. Do lado da empresa, ele destaca a importância de garantir que os talentos estejam prontos quando surgir a oportunidade de liderar a equipe.

A relutância dos profissionais em assumir esses papéis pode estar ligada a desafios como a carga horária intensa, dificuldade em delegar tarefas e falta de flexibilidade. “As empresas praticamente não desenvolvem habilidades por meio de plataformas ou treinamentos básicos”, alerta Araújo.

A preparação adequada da Geração Z e o desenvolvimento de habilidades soft e hard skills são fundamentais para superar esse desafio, destaca Araújo, sobre o público aparentemente mais apático e surpreendentemente menos disruptivo quando o assunto é liderança. Talvez por certo ranço à cultura corporativa tradicional das hierarquias.

No setor de tecnologia, isso é ainda mais evidente: 36% dos desenvolvedores, segundo pesquisa da CoderPad, não estão interessados em assumir responsabilidades gerenciais.

De maneira geral, tal constatação faz com que as empresas tenham cada vez mais dificuldades para reter e adquirir talentos trazendo danos econômicos em seus negócios. Um outro estudo da Korn Ferry retrata bem esse impacto mundialmente, com levantamento prevê um déficit de trabalhadores qualificados, somando mais de 85 milhões de pessoas até 2030 – uma perda de aproximadamente US$ 8,5 trilhões em receitas anuais, se nada for feito a respeito.