
para substituir, mas para
potencializar nossas fortalezas”
O conceito de talento aumentado já deixou de ser tendência para se tornar realidade corporativa. Em vez de substituir pessoas, as tecnologias emergentes ampliam as capacidades humanas e libertam tempo para tarefas de maior valor estratégico. “A tecnologia dá superpoderes para a gente”, resume Claudia Umemura, diretora de Talento e Transformação Organizacional da NTT DATA Brasil.
Para a executiva, o diferencial está em combinar conhecimento humano e poder computacional para impulsionar produtividade e propósito. “A IA não está aí para substituir, mas para potencializar nossas fortalezas e liberar tempo para o que realmente importa”, afirma. Esse equilíbrio define o novo perfil do profissional digital, capaz de interpretar dados, pensar criticamente e usar ferramentas cognitivas para evoluir.
Empresas de diferentes setores já percebem que o talento aumentado transforma o RH em parceiro de inovação. O conceito envolve não apenas tecnologia, mas também cultura organizacional, desenvolvimento contínuo e ética no uso de dados. O desafio agora é transformar a curiosidade digital em competência estratégica e humana.
Nestlé aposta em realidade virtual e IA no NesVerso

acelerar o aprendizado simulando o
ambiente fabril de forma realista”
Na Nestlé Brasil, a integração entre pessoas e tecnologia ganhou corpo com o NesVerso, primeira plataforma de treinamento gamificada que une realidade virtual e inteligência artificial. O projeto nasceu de sugestões dos próprios colaboradores e já funciona em fábricas como Caçapava, Araras, São José do Rio Pardo e Montes Claros.
Segundo Alexandre Zacaro, diretor da Divisão Técnica de Gestão de Pessoas, o objetivo é “aprimorar e acelerar o aprendizado simulando o ambiente fabril de forma realista”. A IA monitora o desempenho e propõe novos desafios até que o colaborador alcance domínio completo das tarefas. “Essa personalização faz com que cada jornada de aprendizado seja única, elevando o engajamento e a retenção do conhecimento.”
O NesVerso também reforça a cultura de segurança e sustentabilidade. O módulo voltado ao departamento de Segurança, Saúde e Meio-ambiente introduz jogos e desafios que estimulam comportamentos seguros e padronizam procedimentos. Multiplataforma, a ferramenta pode ser acessada de tablets a óculos de VR, democratizando o aprendizado e fortalecendo o protagonismo individual.
LATAM transforma manutenção em experiência aumentada

em formação mantém a cultura de
segurança e excelência”
Na LATAM Brasil, o conceito de talento aumentado aterrissou literalmente nas oficinas do LATAM MRO, em São Carlos. “Fomos pioneiros na América Latina ao implementar óculos de realidade aumentada na manutenção aeronáutica”, conta Alexandre Peronti, diretor de Manutenção. Os dispositivos SmartGlass permitem suporte remoto em tempo real, garantindo precisão e rapidez nos diagnósticos.
A tecnologia se soma ao uso de drones com inteligência artificial, capazes de inspecionar aeronaves até doze vezes mais rápido que o método tradicional. Em 2025, a parceria com a Lufthansa Technik adicionou a plataforma AVIATAR, que realiza manutenção preditiva e reduziu atrasos e cancelamentos em até 20 %. Essas soluções diminuem riscos operacionais e ampliam a eficiência da frota.
Segundo Peronti, o RH teve papel decisivo nessa transformação. Programas como a Escola LATAM formam e certificam técnicos, garantindo qualificação contínua e retenção de talentos estratégicos. “A tecnologia amplia competências, mas o investimento em formação mantém a cultura de segurança e excelência”, reforça.
IA e aprendizado contínuo moldam o futuro do trabalho
Para Claudia Umemura, da NTT Data, a tecnologia só gera valor quando há cultura de aprendizado constante. Ela observa que empresas que integram IA aos programas de desenvolvimento conseguem reduzir em até 70% o tempo de criação de conteúdos de treinamento. Além disso, soluções baseadas em agentes de IA orientam trilhas de carreira personalizadas, estimulando autonomia e propósito.
Na prática, o talento aumentado exige novas habilidades: fluência digital, pensamento crítico e ética no uso de dados. “A qualidade dos resultados da IA é proporcional à capacidade de quem a utiliza”, explica Claudia. “Ou seja, quanto mais maduro o profissional, melhor o retorno obtido das ferramentas cognitivas”, completa.
Segundo Claudia, essa visão reposiciona o papel do RH como curador de experiências de aprendizado. “De instrutor, o gestor passa a ser facilitador de jornadas personalizadas, mediadas por tecnologia. As organizações que compreenderem isso criarão ambientes mais engajados, inovadores e sustentáveis.”
A convergência entre tecnologia, propósito e cultura

A união entre inteligência artificial, realidade imersiva e propósito humano está moldando o que significa trabalhar. Para Zacaro, da LATAM, o segredo é “respeitar diferentes estilos de aprendizagem e oferecer personalização”, fortalecendo o protagonismo e a cultura de desenvolvimento contínuo.
Na LATAM, as inovações reforçam não apenas a produtividade, mas o compromisso ESG. Drones, RA e análises preditivas reduzem o consumo de combustível e emissões de CO₂, alinhando tecnologia e sustentabilidade. “Cada avanço técnico é também um passo social, que valoriza a segurança e a qualificação das pessoas”, comemora Zacaro.
