Por Marco Ornellas, Coach e membro da ICF (International Coaching Federation)
A Inteligência Artificial provoca uma disrupção e a automação de diversas funções, fazendo com que em um futuro muito próximo muitas profissões não existam mais, ao mesmo tempo, em que novas irão surgir.Uma dessas novas funções é a do designer organizacional. Mas, o que realmente esse especialista faz?
O designer organizacional busca um aumento das capacidades, ajudando na solução de conflitos, além de uma gestão de pessoas com foco na valorização dos funcionários, de olho no futuro das empresas e do mercado. Como se trata de um posicionamento para a vida, não possui uma formação única e uma linha de disciplinas verticais que habilite os profissionais, o que na verdade é uma excelente oportunidade. Mais do que um generalista ou um especialista, o designer organizacional é um nexialista, profissional que liga padrões e sinais e constrói novos nexos.
Como trazer o design organizacional para a empresa?
Para conhecer esses conceitos e passar a aplicá-los, não é necessário ser de Recursos Humanos ou Administrador, basta ser um disruptor, aquele que se incomoda com o status quo das coisas ao seu redor e desejar ser um designer, ou seja, construir em novas bases. Todos as pessoas podem ser preparadas para desenvolver essa visão e atitude que o designer tem e aplicá-las em seu dia a dia, independente de qual cargo ou posição que ocupa.
Para isso, é preciso ter uma visão holística e integrada dos sistemas e da corporação, considerando seus diversos componentes, os talentos individuais e os papéis que as pessoas ocupam, as estruturas e processos e a partir daí, desenhar uma nova organização.
A aplicação de um novo design organizacional envolve alguns passos:
Olhar para o futuro e identificar cenários e padrões
Reconhecer o propósito e a direção
Identificar o que alavanca e o que atrapalha essa transição
Promover o novo – comportamentos que devem ser assumidos para que essas mudanças aconteçam
Construir um coletivo para design e execução
Dentro dessa abordagem é fundamental um clima e cultura de trabalho colaborativo, participação e expressão da diversidade, construção de ideias e soluções e prototipação de algumas dessas ideias, testando e observando a experimentação.
É importante trazer o cenário e a urgência para dentro da empresa, levantar questões e problemas emergentes e facilitar as trocas e contribuição das pessoas para serem design organizacional dentro da cultura da empresa.
A influência do Design Thinking no processo
O design organizacional está intimamente ligado ao Design Thinking, que tem como um de seus fundamentos o uso de protótipos para avaliar a aplicação do produto ou serviço. Da mesma forma, é possível mensurar o nível de mudança dos comportamentos e como isso têm impactado os processos produtivos.
A partir dessa observação, é possível promover novas estratégias ou reforçar ainda mais os conceitos, a fim de que sejam bem absorvidos e aplicados em maior intensidade.
Vale lembrar que a empresa precisa dar espaço para esses novos papéis. Como disse anteriormente, um designer organizacional tem os olhos voltados para o futuro e o novo. Por isso, a corporação deve abrir espaço para que todos os colaboradores, sem exceção, possam propor e testar novas soluções.
Uma abordagem centralizadora pode acabar com qualquer tentativa de promover inovação e consequentemente, com as iniciativas voltadas à melhoria.