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Uma nova organização hierárquica

Modelo híbrido de trabalho pós Covid-19 exigirá revisão da estrutura de cargos nas empresas

Independentemente do tempo que ainda vai levar para a sociedade poder reassumir os antigos comportamentos, já existe a certeza de que uma grande transformação será deixada como legado da pandemia no mundo do trabalho.   

Uma pesquisa feita pelo Gartner revelou que a nova realidade terá como princípio o modelo híbrido, já que 82% dos entrevistados pretendem permitir o trabalho remoto pelo menos algumas vezes, conforme os funcionários retornam ao local de trabalho.

Por conta desse novo hábito, as empresas terão que fazer escolhas a começar pela revisão dos modelos de gestão de pessoas tendo como ponto de partida, por exemplo, o desenho de cargos e estruturas organizacionais.

Otimizar os custos de mão de obra e eliminar despesas que não agregam valor ao negócio é de suma importância nesse momento. Neste sentido, reavaliar a estrutura dos níveis hierárquicos da empresa é uma das possibilidades, uma vez que não faz muito sentido ter diversos níveis hierárquicos com equipes trabalhando em home office.  

Ao atuar com algumas limitações que o home office impõe, as lideranças tiveram uma grata surpresa com o aumento de produtividade das pessoas em 53% — índice extremamente relevante, que faz as organizações refletirem sobre a necessidade de terem grandes estruturas físicas.

Revisitar o modelo de gestão com o uso de tecnologia é vital, substituir as planilhas de controle para utilização de sistemas integrados é o que vai subsidiar a mudança no modelo e esse é um dos aspectos prioritários nesse momento.

Implementar um guia de carreira disponibilizando os requisitos de acesso pode ser visto como um grande diferencial para os colaboradores, uma vez que deixa claro os critérios para torná-los aptos às posições, além de atribuir a responsabilidade pelo desenvolvimento ao próprio indivíduo.

Focar na avaliação de potencial com uma perspectiva de futuro é outra estratégia da área de gestão de pessoas que precisa ser integrada às suas práticas.  A avaliação de desempenho como é realizada hoje, com visão de passado, métricas estáticas, gestão de talentos e cargos desconectados deve perder espaço nesse novo contexto, uma vez que a capacidade de inovar e buscar soluções em contextos complexos passam a fazer parte dos requisitos para gestores.

A gestão de talentos da empresa deve ir além de programas de desenvolvimento com o pagamento de bolsas estudos, não que essas não sejam relevantes para qualificação dos profissionais, mas oportunizar a participação em projetos estratégicos na empresa, desenvolver visão sistêmica e do segmento, darão maior embasamento para que esses profissionais saibam agir em ambientes em transformação, como é a condição atualmente.

Portanto, o momento é de revisitar o modelo de gestão de pessoas de maneira holística para que possa agregar novas abordagens ao negócio para garantir a perenidade e a sustentabilidade da empresa. 

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Susana Falchi

Susana Falchi é vice-presidente da Orchestra Soluções Empresariais e CEO da HSD Recursos Humanos