O mercado de trabalho é dinâmico e pode ser cruel. A concorrência por uma posição aliada Í pressão por resultados rápidos induz os profissionais a cumprir longas e exaustivas jornadas diárias. O grupo que passa muito mais tempo no escritório ou conectado ao mundo corporativo é chamado de workaholic. Essa classe de profissionais vive para o trabalho sem conseguir se desligar.
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Os workaholics são conhecidos por estender sua jornada de trabalho para além das 8 horas diárias, chegando muitas vezes a cumprir de 12 a 14 horas por dia. Além disso, continuam ligados ao mundo corporativo durante os finais de semana ao levarem tarefas para casa ou ficarem conectados ao e-mail corporativo. Segundo estudos, essas pessoas medem seu sucesso por conquistas materiais, causando ansiedade e desgaste físico e emocional.
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Esse comportamento, que há alguns anos era visto com bons olhos, hoje passa a representar um risco ao profissional. Quando o costume de trabalhar muito foge ao controle, pode causar males Í saúde e Í vida familiar. Para ter uma ideia do mal que esse comportamento pode causar, no primeiro semestre de 2011 as concessões do INSS de auxílio-doença acidentário para casos de transtornos mentais e comportamentais cresceram 19,6% se comparadas ao mesmo período do ano anterior.
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A globalização, o crescimento econômico mais forte nos últimos anos e o surgimento de tecnologias mais avançadas de comunicação ajudaram a agravar esse cenário no Brasil. Em muitos casos os funcionários são exigidos, porque as empresas trabalham 24 horas por dia sete dias na semana. Porém, nessas situações cabe ao empregador investir em tecnologia e em formas criativas de distribuir essa carga.
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Quando os colaboradores passam a sofrer de doenças relativas ao trabalho, o ônus não se restringe somente Í ele. As empresas devem perceber que os funcionários têm uma vida mais equilibrada irão produzir com mais satisfação. É importante ressaltar o rendimento dos profissionais não será afetado se eles diminuírem a extensa jornada de trabalho para as 40 horas semanais previstas em lei.
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Para controlar esse problema é necessário que o trabalhador passe mais tempo fora e desligado do escritório; pratique atividades físicas que ajudam a melhorar o sono e o funcionamento do organismo; tenha uma alimentação balanceada e realize programas relaxantes e prazerosos como a literatura e cinema, entre outros.
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Está provado cientificamente que os colaboradores que possuem horas de descanso e vida fora do trabalho são mais atentos e podem ajudar de uma maneira mais completa. Pessoas que nutrem interesses fora do trabalho são mais enriquecidas e atentas.
As empresas devem valorizar mais o funcionário que se dedica Í tarefas extra escritório e entender que as pessoas que trabalham além da conta, de cabeça cheia, podem tomar decisões piores do que os profissionais descansados.
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*Werner Mitteregger é executivo de RH na Simpress. Com mais de 25 anos de experiência em Recursos Humanos, é especialista em gerenciamento e aquisição de talentos e desenvolvimento de pessoas.
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