O tema do CONARH deste ano não poderia ser mais oportuno. Afinal, nada como uma crise para fazer com que revisitemos os conceitos e moldes utilizados até agora e busquemos uma nova forma de fazer e enxergar o trabalho e suas relações.
E já que é tempo de construir novos horizontes para as organizações, penso também que este pode ser um momento raro e oportuno para repensarmos nossos próprios conceitos, revisitar o que construímos internamente e valorizar ainda mais o autoconhecimento.
Que tal você se dar a chance de se olhar de novo? Permita-se parar um pouco e se enxergar sob outro ponto de vista. Sempre existem formas de fazer diferente – e melhor – aquilo que vínhamos construindo em nossa vida e carreira, porém a correria do dia a dia e as pressões dificilmente nos permitem essa parada para reflexão.
Há várias formas de fazer isso, mas para que o processo seja realmente efetivo é importante que seja uma reflexão profunda e estruturada. Um sabático, por exemplo, costuma ser uma excelente alternativa desde que ele seja, de fato, utilizado para provocar essa revisão interna. Mas sabemos que não é tão simples assim dar essa parada, já que o período sabático demanda um afastamento temporário do trabalho. Muitas vezes, a terapia acaba fazendo esse papel muito bem. Independentemente do caminho escolhido, recomendo a ajuda de alguém externo, um profissional (e não um aventureiro) que te provoque e te faça enxergar aquilo que, mesmo parecendo óbvio, não conseguimos ver – ou, inconscientemente, nos recusamos a enxergar. Como consultora de carreira para executivos, posso afirmar que os resultados de um processo de coaching benfeito podem ser extremamente positivos e causar transformações tanto para os indivíduos quanto para as próprias organizações. O autodesenvolvimento passou a ser fundamental nessa sociedade em que os indivíduos se tornaram, ou ainda precisam se tornar, responsáveis pela condução de seu plano profissional.
O fato é que, quanto mais uma pessoa se torna consciente dos seus recursos, melhor os utiliza. E nesse mundo de constantes mutações, esse processo de conscientização é absolutamente necessário, pois leva o indivíduo a saber como e onde se posicionar. O coaching conduz ao alto desempenho pela construção de relacionamentos e, por isso, trata-se de algo muito mais profundo do que uma ferramenta de desenvolvimento.
Ele se insere no campo estratégico da organização, na capacidade de o indivíduo se tornar um líder melhor, na sua responsabilidade perante os stakeholders e na sua atuação como cidadão, dentro e fora da empresa.
Nenhum desses movimentos deve ser encarado como sinal de fraqueza; muito pelo contrário. Aceitar participar de um processo como o coaching indica o quanto você está disposto a crescer, independentemente da posição que ocupa. O importante é saber que o sucesso de qualquer movimento de autoconhecimento depende especialmente de você, do seu empenho e da sua capacidade de acreditar que pode, sim, transformar sua vida para melhor.
* Vicky Bloch é diretora da Vicky Bloch Associados, especializada em coaching e lideranças