Expressão vinda da língua inglesa, “cringe” se tornou um termo adaptado para se referir a algo vergonhoso ou constrangedor. A palavra está na moda e surgiu a partir de um embate entre as gerações millennial e Z que tem dominado a internet nas últimas semanas.
Você, com certeza, já parou para pensar se algum hábito da sua rotina se encaixa nos critérios de “cringe”, não é mesmo? Mas a questão aqui é: contar com apoio psicológico para enfrentar desafios no ambiente de trabalho é “cringe”? Será mesmo que a nova geração está de “mimimi” quando fala sobre saúde mental?
Promover um ambiente corporativo saudável passa muito longe de ser constrangedor (ou cringe) para a empresa ou para seus colaboradores: é uma questão de necessidade e valores.
Ser saudável
Ter em sua essência respeito, solidariedade, interculturalidade, espiritualidade e abertura ao diálogo plural é entender a importância das pessoas para desenvolver um negócio. Por isso, independentemente da geração ou idade, buscar empresas com princípios e dispostas a cuidar de quem faz parte do seu time deixa de ser “cringe”, como alguns pensam, e se torna “ser saudável”.
Foi-se o tempo em que saúde mental era “mimimi” ou falta de umas palmadas. Já passou da hora da sociedade compreender a importância do suporte emocional, principalmente no trabalho, que é o pilar que sustenta e orienta a vida da maior parte das pessoas.
Esse é o momento de aproveitarmos a onda do ESG (sigla para environmental, social and governance, ou ambiental, social e governança, em português) nas empresas e falarmos sobre medidas que auxiliem os colaboradores e gerem empatia dentro das corporações.
Cultura empresarial
“Cringe” mesmo é deixarmos um colega sofrer com ansiedade, depressão, crises de pânico ou qualquer um dos outros males que afetam, principalmente, a geração atual. Uma empresa não abrir os olhos para ajudar colaboradores e não estabelecer diretrizes que prezam pelo acolhimento também é muito “cringe”. É o momento de transformarmos o cuidado com o outro em cultura empresarial, em valor aplicado dentro do negócio.
Um grupo que aceita, dialoga, pensa junto, acolhe e respeita cresce mais do que em números de faturamento. Isso é crescer como humanidade. Quando uma empresa olha para cada um dos que fazem parte da engrenagem, ela trata do todo com mais cuidado e empatia.
Além disso, nos tempos em que vivemos, empresas devem olhar para seu público interno de forma acolhedora e também incentivar o olhar de todos ao público externo. Precisamos pensar no coletivo, mudar a forma de nos relacionarmos com clientes, parceiros, concorrentes. Sabe aquela história de “seja gentil, quase ninguém está bem”? É hora de colocarmos em prática, e não nos stories do Instagram.