Atender e entender todos os públicos está na agenda urgente dos líderes de RH. Para promover a diversidade, contudo, a grande dificuldade é construir um caminho que pavimente uma inclusão real, o que passa por uma cultura sólida e receptiva, pela intencionalidade e pelo compromisso, com um acompanhamento intensivo das metas e métricas sobre o tema na companhia.
O painel Promoção da Inclusão, integrante do Fórum Melhor RH Varejo, promovido pela Plataforma Melhor RH em junho, reuniu líderes de RH e especialistas para debater os aspectos práticos de uma política de Diversidade e Inclusão efetiva. Participaram deste momento Kaleb Machado (Gerente de ESG Grupo SBF), Cássia Monteiro (Gerente de Comunicação Interna da Kavak) e Renata Del Bove (VP de RH da Pernambucanas)
Cássia deu início ao painel, comentando que o varejo é um dos setores que mais empregam no país, ao mesmo tempo em que se depara com grandes índices de rotatividade. Para ela, a partir desse contexto de mudança constante, manter as pessoas alinhadas sob uma mesma orientação, mesma visão (cultura), é um desafio gigante.
“Quando a gente fala de realidades tão distintas, como consolidar, como falar e trazer uma prática intencional de equidade em meio a tanta diversidade de pessoas?”, reflete a especialista. E convida ao debate.
Renata mostrou alguns dados sobre a empresa em que está à frente como VP de RH. “Hoje a Pernambucanas tem 505 lojas espalhadas no Brasil inteiro, literalmente, com cerca de 14 mil colaboradores, sendo que 72% são mulheres. E quando você pensa em posição de mulheres em liderança, a gente tem hoje 68%”. Ela destacou que o número é muito positivo e representativo de diversos níveis hierárquicos da empresa e que essa preocupação se estende a outros pilares da diversidade.
“Hoje, quando se pensa em raça, 52% da população da Pernambucanas se autodeclara como preta ou parda”. Renata explicou que as 505 lojas da marca estão dentro de um projeto de expansão que aconteceu nos últimos 5 anos e que esse movimento de expansão no varejo oferece muitas oportunidades.
Para ela, projetos como esses devem ser criados e implantados alinhados ao propósito das empresas para que as ações sejam condizentes com a cultura organizacional e que tenham mais sucesso na comunicação com a população interna e com os clientes.
No DNA
Aderente a essa questão, Machado, por sua vez, falou sobre a construção e passos relevantes e sólidos do ESG nesse processo de promoção da inclusão. Ele explicou que a SBF é um ecossistema esportivo que conecta as marcas Centauro, a Fisia (distribuidora oficial da Nike no Brasil), NWB, Onefan, X3M, FitDance e diz que o grupo entende que movimentar é o esporte da empresa. Por isso, acredita que o esporte pode ser uma das ferramentas de inclusão.
“Para iniciar uma agenda, é preciso entender qual é o tempo e o movimento da organização. Muito embora já existisse um apetite muito grande dos nossos colaboradores por uma agenda de diversidade e inclusão dentro do Grupo SBF, já existiam algumas práticas, algumas ações afirmativas de uma maneira muito genuína e orgânica das pessoas, mas há um ano entendeu-se a necessidade de ter uma área para que possa orquestrar de fato essas ações, conduzi-las, entender como cada área pode ser influenciada e influenciar”, descreve Machado.
“É superinteligente que a gente entenda como pode conectar o nosso negócio à agenda de diversidade e inclusão”, reforça o executivo. Para Machado, sob a ótica de diversidade e inclusão, é importante fortalecer as práticas internas, tornar os ambientes inclusivos, ambientes de respeito para que todas as pessoas possam ser quem elas realmente são.
Machado também comentou sobre pesquisas que trazem dados apontando para a importância da diversidade e inclusão para os resultados das empresas, em comparação àquelas que não aderem a políticas a respeito. Afinal, analisa ele: “Por questões óbvias, porque uma vez que o Kaleb que trabalha no Grupo SBF ou as pessoas que trabalham na Pernambucanas com a Renata podem ser quem elas são, elas estão de fato entregando o seu melhor e produzindo mais”.
“Se sentir nesse lugar acolhedor é super importante”, destaca o executivo. “E uma vez que eu tenho esse lugar acolhedor, eu cuido da minha marca empregadora e as outras pessoas vão querer trabalhar aqui porque de fato elas podem trabalhar em um lugar onde elas podem ser quem elas são. Tem fit cultural, tem fit com o meu valor”, ressalta Machado, reforçando o fato de que as empresas perdem talentos quando elas não possuem esses espaços de respeito e acolhimento construídos de maneira autêntica e com inovação.
Renata completou avaliando os principais desafios do varejo nesse contexto. “O letramento que às vezes as empresas menosprezam e que as vezes é uma coisa simples de ser feita, porém complexa, porque movimenta toda uma cultura de uma empresa. Complexa para ser introspectada pela empresa. O que não pode, hoje, é as empresas ficarem paradas”, alerta a VP de RH.
“No final, não é a diversidade pela diversidade, mas a diversidade que movimenta o seu negócio”, enfatiza Renata, deixando a reflexão de como projetos de D&I precisam ser olhados com atenção e destaque.
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Assista o evento completo em: https://bit.ly/3CP9y9Q
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