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A importância do posicionamento institucional na estruturação de condutas

Empresas estão percebendo cada vez mais a importância de ter um posicionamento institucional claro e estruturado voltado para as pautas ambientais e das minorias; durante 3º Fórum Diversidade e Inclusão maneiras de fortalecer esta postura foram debatidas

de Redação em 6 de dezembro de 2023
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Em um mundo cada vez mais conectado e socialmente consciente, as empresas estão percebendo a importância de ter um posicionamento institucional claro e bem estruturado. Isso não se resume apenas à manifestação de valores e princípios, mas também abrange a definição e aplicação de um código de conduta eficiente.

Um estudo realizado pela Reputation Institute em 2020, por exemplo, mostrou que as empresas que gerenciam e se envolvem em causas sociais de maneira eficaz tendem a ter uma reputação melhor perante os consumidores e stakeholders. Além disso, essas empresas também demonstraram aumentar a lealdade do consumidor, a atração e retenção de talentos e a vantagem competitiva no mercado.

Outra pesquisa conduzida pela Cone Communications em 2019 revelou que 87% dos consumidores têm mais chances de apoiar uma empresa que defenda uma causa social que eles acreditam. Além disso, 76% dos consumidores dizem que esperam que as empresas tomem medidas para apoiar questões sociais e ambientais importantes.

Os estudos revelam que as empresas estão reconhecendo cada vez mais a relevância de se engajarem em causas sociais autênticas, pois isso impacta diretamente na percepção e reputação da marca perante seu público. 

Durante o 3º Fórum Melhor RH Diversidade e Inclusão, ocorreu o painel “Guia de enfrentamento à discriminação – A importância do posicionamento institucional na estruturação de condutas“, com a participação de Mario Augusto Costa VallePriscila De Nadai Fonseca e Renato Franco Morelli Mira, todos representando o Senac São Paulo. Nesse debate, foi discutido o papel crucial dessa postura para as empresas e para o fortalecimento da diversidade dentro das empresas.

É preciso olhar para dentro da empresa

Um código de conduta é um conjunto de diretrizes e normas que orientam o comportamento ético dos colaboradores e demais envolvidos com a empresa, tanto interna quanto externamente. Ele serve como uma bússola para a tomada de decisões, ações e relacionamento com stakeholders, sendo essencial para tomada de decisões. “Definir um código de conformidade estabelece maneiras de atuação dos membros em uma empresa, isso já deixa muito claro o que se fazer e se tornar em uma realidade prática”, explica Priscila.

Para garantir que o código de conduta seja realmente eficaz e seguido à risca, é essencial que a empresa possua canais de comunicação seguros e transparentes. Esses canais devem permitir que os colaboradores denunciem casos de violação ética ou qualquer outra irregularidade, sem medo de represálias ou punições injustas.

Priscila lembra que antes é preciso olhar para os líderes, para garantir que eles também estejam aderindo ao código de conduta e mantendo um ambiente de trabalho saudável e ético, e principalmente um ambiente diverso. “Além dos gestores é preciso olhar para as missões, para que seja condizente para além das propagandas. É essencial que o dia a dia tenha a noção de diversidade porque é essencial”, destaca a profissional.

Na opinião de Mauro Augusto, os gestores são essenciais para que esse processo se concretize dentro das empresas. “É preciso olhar para o quadro de gestores e pensar como mudar esse cenário, e colorir as empresas em todos os níveis hierárquicos, sendo fundamental olhar para o quadro de quem manda”, afirma Augusto.

Priscila, Valle e Mira, em sentido horário, do topo, nas janelas maiores. Na lateral, menor, Adriana Venâncio, Intérprete de Libras

Letramento é essencial e líderes precisam querer mudar

Os líderes são fundamentais para promover a diversidade e a inclusão dentro das organizações. Eles precisam ser exemplos e promover um ambiente de trabalho que respeite e valorize as diferenças. Além disso, é importante que os gestores estejam abertos a ouvir as demandas e preocupações dos colaboradores, acreditam os speakers.

Renato acredita que para haver diversidade e inclusão dentro e fora das empresas, é preciso um processo de letramento para incluir pessoas diversas. O letramento para a Diversidade e Inclusão, ou D&I, é um processo composto por diversas práticas cujo principal objetivo é promover a igualdade de oportunidades para todas as pessoas, independentemente de gênero, raça, orientação sexual, capacidade física, idade, entre outras características. Esse letramento visa conscientizar as pessoas sobre a importância da diversidade e da inclusão, promovendo um ambiente de trabalho e uma sociedade mais justa e acolhedora.

Para que a diversidade e a inclusão sejam efetivamente promovidas, o letramento para D&I envolve a educação sobre questões relacionadas à diversidade, tais como o combate ao preconceito, estereótipos e discriminação, além de destacar a importância de valorizar e respeitar as diferenças. O letramento também aborda a conscientização sobre privilégios e a necessidade de criar espaços inclusivos.

Além disso, o letramento para D&I inclui a promoção de práticas inclusivas no ambiente de trabalho, o desenvolvimento de políticas internas que garantam a equidade de oportunidades e a valorização da diversidade, bem como a criação de programas de treinamento e sensibilização para os colaboradores.

“O letramento precisa estar conectado ao processo de autonomia, para se letrar para procurar outras realidades possíveis, para ter lentes mais diversas e para que mudanças sejam feitas na empresa e que tenham olhar para a mudança”, afirma Renato.

Ele explica que o letramento inclusivo envolve a promoção da igualdade de oportunidades, o combate aos preconceitos e a valorização das diferenças. Destaca que é importante que isso não se torne um fardo para as pessoas, mas sim um respaldo para construir um ambiente diverso. “Pensar a comunicação está conectado a isso, porque é através dela que sonhamos, não tem como pensar em D&I sem saber para quem estamos comunicando”, ressalta.

Além disso, Renato ressalta a importância de criar ambientes seguros e acolhedores para que todos os colaboradores se sintam confortáveis em expressar suas identidades e opiniões. “A diversidade e a inclusão devem ser incentivadas em todos os aspectos do ambiente de trabalho, desde a contratação e promoção de funcionários até as políticas internas e práticas cotidianas”, destaca.

Para o profissional, é essencial que as empresas se comprometam de forma genuína com a diversidade e a inclusão, e que isso seja refletido em todas as áreas da organização. “É preciso ter um corpo de funcionários que tragam representatividade, principalmente em como trazer a diversidade no produto final e nas novas realidades que a empresa pode criar atuando dentro de uma sociedade”, completa Renato.

Redes sociais são lentes de como vemos o mundo

Renato acredita que as redes sociais exercem um papel fundamental na promoção da diversidade e inclusão social. Ele acredita que as redes sociais possibilitam que diferentes vozes sejam ouvidas e promovam a diversidade de pensamentos, culturas e experiências. Além disso, Renato vê as redes sociais como ferramentas poderosas para a conscientização e educação sobre questões relacionadas à inclusão, como a luta contra o preconceito e a promoção da igualdade de oportunidades. “As redes são as lentes que utilizamos para ver o mundo, aquilo que consumimos são os nossos olhos para a realidade e vai se retroalimentando na forma como vemos o mundo e a nossa realidade”, aponta.

Mario Augusto lembra que é preciso fazer o exercício de pensar de que lugar olhamos para as questões relacionadas ao D&I e como se criam novas condutas: “Esperamos que as pessoas tenham condutas que sejam alinhadas ao que represento neste mundo e como posso interferir para que seja bom para todos”.

O profissional ressalta que quando se fala em diversidade e inclusão, não se está falando apenas em fazer um mundo melhor para negros, mulheres, LGBTQIA+ ou pessoas com deficiência, mas sim em criar um ambiente onde todos se sintam respeitados, incluídos e valorizados. Mario Augusto enfatiza que a diversidade vai muito além de questões de raça, gênero e orientação sexual, envolve também a inclusão de diferentes perspectivas, experiências, habilidades e necessidades. “Não estamos falando apenas das minorias, mas em um mundo melhor para todos”, conclui.

O 3° Fórum Melhor RH Diversidade pode ser visto no Youtube, no Facebook e no Linkedin (parcialmente, devido a limitações desta rede social).

(Com reportagem de Portal da Comunicação)


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