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Para Além da Produtividade: A Importância da Saúde Mental nas Empresas

Empresas de sucesso têm a temática de Saúde Mental e equidade geracional como pauta constante e podem servir de inspiração para outras instituições

de Roberta Knijinik em 12 de dezembro de 2023
Irina Strelnikova, via iStockPhoto.com

Quantas vezes alguém do seu círculo de conhecidos comentou estar adoecendo por questões profissionais? Ou até mesmo você, ao se deparar com uma grande demanda de trabalho, metas ou cobranças constantes, percebeu um aumento de ansiedade que paralisa ou deixa à beira da exaustão?

A verdade é que o adoecimento mental no mercado de trabalho têm sido, infelizmente, cada vez mais comum, e é por isso que se faz tão urgente uma medida para prevenir ou reverter esse cenário.

Questões sobre saúde mental no trabalho motivam parte significativa da perda de rendimento dos profissionais, interferindo diretamente nas conquistas das empresas.

Não à toa, no início de 2022, foi incluída na lista de doenças ligadas ao trabalho, pela Organização Mundial de Saúde (OMS), a síndrome de burnout, ou síndrome do esgotamento profissional, que fragiliza tanto a saúde mental quanto a física.

Quando tratamos de adoecimento psicológico no mercado de trabalho não estamos apenas falando de jovens, estamos também considerando a realidade de uma grande fatia da população do mercado de trabalho que está envelhecendo e passando por essas questões psicológicas. 

A Pesquisa Nacional de Saúde de 2019 apontou que a depressão é o transtorno mental mais frequente na terceira idade. Diversos cenários podem levar ao desenvolvimento do quadro, de marcadores genéticos a alterações hormonais decorrentes de questões fisiológicas ou do próprio processo de envelhecimento.

Entretanto, fatores sociais, como o abandono, exclusão ou a falta de senso de pertencimento também podem ser catalisadores para o desenvolvimento da depressão. Sendo assim, situações que levam essa população a algum tipo de descolamento dos seus direitos ou lugar na sociedade, podem, sim, desencadear quadros depressivos.

Um conceito que pode auxiliar a combater alguns dos fatores sociais que potencializam a depressão na terceira idade é do “envelhecimento ativo”. Essencialmente, ele consiste em criar oportunidades consistentes e continuadas de saúde, segurança, participação e inclusão social.

Tanto por isso, a inclusão intergeracional é tão importante. Considerando que os espaços de convívio, físicos e digitais, já são compartilhados entre gerações, solidariedade e atenção são os primeiros passos para estabelecer pontes. 

Com diálogo e escuta, é possível entender necessidades e vontades, além de absorver experiências que, no mundo moderno, já começam a se perder no tempo. O ponto principal para se ter uma boa Saúde Mental, seja jovem ou idoso, é saber acomodar essas emoções, encontrando o bem-estar consigo mesmo e com o mundo externo.

Para isso, com objetivo de continuar traçando um caminho de maior zelo pela saúde mental das pessoas, é importante pensar em políticas públicas que assegurem à população o acesso à assistência terapêutica, aliada à conscientização sobre o tema, a fim de romper estigmas que perduram e afastam as pessoas do autocuidado (mesmo havendo mais e melhores coberturas de profissionais da área nos convênios médicos).

Empresas de sucesso têm a temática de Saúde Mental e equidade geracional como pauta constante e podem servir de inspiração para outras instituições. A Intel, por exemplo, trimestralmente dá aos funcionários 12 horas remuneradas para cuidados com saúde mental e autocuidado. Oferece também suporte psicológico 24/7 por meio de seu canal de apoio, que se chama EAP, com convênios e planos de saúde que cobrem terapia, psicólogos e tratamentos para saúde mental. Além disso, a companhia conta com grupos de representatividade para trabalhar a questão geracional dentro da companhia. 

Como sabemos, a responsabilidade sobre a saúde mental é dividida. São hábitos diários que colaboram para que isso aconteça, cabendo também às empresas incentivar essas práticas.

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Roberta Knijinik

Roberta Knijinik é a Gerente de Vendas e Marketing da Intel Brasil e líder da América Latina do WIN (Women at Intel Network), programa de empoderamento feminino e equidade de gênero da Intel.