As tendências e desafios do RH para 2024 foram tema do 4° Fórum Melhor RH Confiança, promovido pela Plataforma Melhor RH e pelo CECOM – Centro de Estudos da Comunicação, em janeiro. O evento discutiu, já no primeiro painel, Virada de Chave Organizacional, as mudanças significativas no mercado com um retorno ao trabalho presencial e integração crescente da IA, ao mesmo tempo em que debateu estratégias para manter a produtividade e o engajamento em um ambiente saturado por estímulos digitais. Nesse momento, foi identificada a tendência a condutas cada vez mais humanizadas, colocando colaboradores e líderes frente a suas demandas relacionais, pessoais, e necessidades da empresa, chegando a uma justa medida entre todas elas.
Segundo o Plant HR Manager da Cargill Food Ingredients South America, Rones Tassi, participante do painel, a possibilidade do retorno totalmente presencial dos prosfissionais nas organizações está relacionada à cultura de produtividade e de relacionamento face a face no dia a dia. No entanto, há que se levar em consideração de que nem todo funcionário quer abrir mão da flexibilidade do trabalho em casa, sobretudo depois da pandemia.
“Por isso, é fundamental que as lideranças saibam como chegar ao meio termo, sob o risco da escolha pelo retorno 100% presencial impactar negativamente o engajamento e comprometer a atração de talentos dentro da corporação”, afirma o executivo.
Essa questão traz outro desafio iminente, de acordo com outro participante, o Gerente Corporativo de RH da Schulz, Leandro José Soares, é que, independentemente do formato de trabalho, há que se considerar que as pessoas estão adoecendo. “O grande desafio é como fazer as pessoas trabalharem de forma remota, mas de maneira saudável”, explica. “Por issa cultura da empresa precisa estimular uma conexão verdadeira e genuína entre as pessoas”, diz.
Trazer pauta como felicidade no ambiente de trabalho para o dia da dia das organizações pode contribuir para a humanização da liderança. De acordo com o Gerente de Recursos Humanos e Responsabilidade Social da Tamarana Tecnologia e Soluções Ambientais, Mauricio Chiesa Carvalho, para que esse tema seja, de fato, transformador, a empresa precisa trazer segurança psicológica aos colaboradores de maneira a permitir que digam o que pensam às lideranças sem receio de serem censurados.
“É cientificamente comprovado que a questão da felicidade engaja pessoas. Ninguém se relaciona com quem não conhece. Não é possível engajar pessoas sem confiança ou admiração”, explica o executivo.
Carvalho também aponta a Inteligência Artificial como um dos desafios a ser enfrentado pela área. “Apesar disso, a sabedoria a vinda da Inteligência Artificial não vai substituir o ser humano. Foi comprovado que, por exemplo, a bondade, a generosidade e o altruísmo são os caminhos mais curtos com efeitos mais duradouros na geração de dopamina e outros hormônios do bem-estar. Isso a Inteligência Artificial não é capaz de gerar”, diz.
Para Soares, o caminho é promover a generosidade, a compaixão, a celebração, a gratidão e o perdão como forma de tornar a gestão cada vez mais humanizada. “O objetivo é construir uma cultura corporativa mais consciente. Que a liderança seja feita a partir das competências da alma e colocar o ser humano no centro das atenções.”