A saúde mental e o bem-estar no local de trabalho exigem uma abordagem holística que vá além dos recursos individuais de gerenciamento de estresse e se concentre na criação de uma cultura de apoio – o tema esteve presente no 4° Fórum Melhor RH Felicidade Corporativa, em junho, no painel “Colaborador por inteiro – Por que avaliar o bem-estar e a produtividade de forma holística“.
E isso não tem nada a ver com trazer brinquedos para o ambiente corporativo, ou criar o dia da massagem, o dia da alimentação saudável, segundo a CEO da YC – Your Career Future, Paola Klee, participante do debate. “Para que a felicidade se instaure no trabalho é preciso olhar os fatores estressores da empresa e para isso é preciso ter um canal de diálogo entre colaboradores para descobrir quais são esses fatores e como mitigá-los, sem perder a capacidade de ter um olhar individualizado para cada colaborador”, entende a executiva. “Afinal, será a empatia da liderança que fará a diferença em um momento mais crítico.”
Paola lembra que a infelicidade traz uma perda de produtividade que acarreta anualmente, em todo o mundo, o prejuízo de 8 trilhões de dólares.
Para avaliar o que precisa ser mudado na empresa para promover, de fato, a felicidade no trabalho e evitar problemas, a OLX tem realizado, a cada 15 dias, uma pesquisa para avaliar o mapa de calor de seus gestores e das áreas da empresa.
De acordo com a CHRO no Grupo OLX, Christiane Berlinck, a partir de um tema estruturante da empresa, o questionário consegue extrair respostas mais holísticas e sistêmicas dos colaboradores. “Desta maneira, é possível compreender rapidamente o que precisa passar por ajustes, por exemplo, quando há falta de força de trabalho para determinado projeto”,
ela explica.
“É fundamental que a empresa tenha uma dimensão do que é promover o bem-estar do colaborador – e isso envolve a saúde mental, física, emocional, social e financeira. Assim como felicidade no trabalho significa promover o desenvolvimento da carreira do colaborador, para além da remuneração”, pontua Christiane.
O assunto tem que ser mais do que um quadro ne parede da empresa: “Muitas organizações só promovem o debate do tema, mas na hora de agir, verificamos uma timidez maior. Para que a mudança aconteça, temos que ter nos fundamentos a equidade, dar voz à diversidade”, ressalta a CHRO do Grupo OLX.
Segundo o Executivo de Desenvolvimento Organizacional e Institucional, Fabiano Rangel, estamos, de fato, falhando em promover a satisfação do colaborador e ir além dos valores da companhia estampados nos corredores . “Partindo do pressuposto que a felicidade é um estado emocionalcomplexo e com muitas subjetividades, e é importante em todas as dimensões de nossa vida, profissional e emocional (…) estamos falhando em muitos aspectos da manutenção de uma política como essa”, destaca o executivo.
O importante, ao promover de maneira proativa o tema, para Rangel, é a congruência entre os valores da empresa e os aspectos pessoais e profissionais de cada colaborador. “Não tem como separar o lado pessoal e o lado profissional do colaborador. Se os valores da empresa forem alinhados aos valores do profissional, maiores as chances de se promover a segurança psicológica, a inclusão e a diversidade do ambiente corporativo. Tudo isso contribui para aumentar a satisfação dos colaboradores, gerar engajamento e trazer resultados positivos.”
Palavra do apoiador
“Considerando que a YC-Your Career Future é uma consultoria especializada em projetos de transformação e contribui com diversas empresas na evolução de sua cultura, valores e engajamento de seus colaboradores, entendemos que ter os setores de RH e Comunicação debatendo e desenvolvendo as dimensões da Felicidade é vital para a sustentabilidade e crescimento dos negócios”, entende Paola, cuja empresa que comanda é apoiadora do Fórum. “Isso porque são esses setores da empresa, os agentes de apoio e a liderança que criam e zelam pelas condições de felicidade corporativa e mitigam os fatores estressores capazes de gerar sofrimento”.
Assim como citou os prejuízos envolvidos nas empresas em que a satisfação do colaborador não é levada em conta, ela cita os benefícios das medidas em prol da felicidade corporativa. “Diversas pesquisas, como a da Harvard, nos trazem dados expressivos demonstrando que as empresas que possuem um ambiente mais positivo apresentam um aumento de 30% na produtividade, 85% na eficiência, 70% na rentabilidade e diminuição de 50% nos acidentes quando comparadas com as demais. Ou seja, investir na felicidade corporativa é investir no futuro da empresa.“
“Seja internamente na YC ou nos projetos que conduzimos junto aos nossos clientes, partimos sempre da definição e conceituação do tema a partir da ótica da liderança e colaboradores da empresa. É importante compreender qual dimensão da Sustentabilidade Humana se deseja evoluir: Saúde Mental, que envolve todos os aspectos psicológicos; Bem-estar, que, além da saúde mental, engloba saúde física, emocional, social e financeira; Felicidade Corporativa, com aspectos como carreira, segurança, remuneração, liderança, processos, dentre outros; e Felicidade de Quem Trabalha: todas as demais dimensões e questões subjetivas“, explica a executiva.
“A partir dessa definição, significamos essa dimensão com a participação de todos os stakeholders e iniciamos o processo de human-centric design de iniciativas que tenham aderência ao contexto, escolhendo os indicadores a serem medidos. Tudo isso é feito de forma incremental, evolutiva e principalmente colaborativa. Sabemos da complexidade do tema, pois em todas as dimensões nos deparamos com o fato de que este não é um tema coletivo, mas singular e de decisão individual, portanto, diverso e plural. No entanto, é possível encontrar pontos de congruência e iniciar essa jornada que vale a pena ser trilhada!“
Assista aqui ao primeiro dia do Fórum.
Assista aqui ao segundo dia.
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