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O papel estratégico dos benefícios para atrair, reter e engajar talentos na nova era das contratações

Dados recentes de uma pesquisa realizada pela Pluxee, com cerca de 1.200 pessoas, apontam que 90% dos trabalhadores formais no Brasil recebem algum tipo de benefício direto ou indireto, com 57% alegando ser um adicional na renda

de Fabiana Galetol em 14 de novembro de 2024

Nos últimos anos, o mercado de trabalho passou por transformações profundas, impulsionadas pela digitalização acelerada – que teve ainda mais impacto durante e após a pandemia de COVID-19 -, e pelas novas expectativas dos trabalhadores brasileiros. No coração dessas mudanças está a valorização de um componente-chave: os benefícios oferecidos pelas empresas. Se antes os salários eram os principais fatores de decisão, hoje os pacotes de benefícios emergem como um diferencial estratégico para atrair, reter e engajar talentos em um ambiente cada vez mais competitivo.

O impacto dos benefícios na tomada de decisões dos brasileiros

Dados recentes de uma pesquisa realizada pela Pluxee, com cerca de 1.200 pessoas, apontam que 90% dos trabalhadores formais no Brasil recebem algum tipo de benefício direto ou indireto, sendo que os mais comuns são o vale-alimentação, o vale-transporte e seguros diversos, como o de saúde e o odontológico. No entanto, a importância desses benefícios vai muito além da sua função básica de agregar valor financeiro ao pacote de remuneração. Eles são elementos fundamentais para promover o bem-estar e a satisfação dos colaboradores.

Com base em um recorte mais detalhado do estudo, 57% dos trabalhadores alegam que os benefícios são um adicional na renda, enquanto para outros 54% são uma forma de valorização profissional. O que mais chama a atenção, no entanto, é que, para 41% dos respondentes, os auxílios oferecidos podem ser um fator decisivo na hora de aceitar uma oferta de emprego.

Uma pesquisa encomendada pela Serasa Experian reforça: 46,4% dos profissionais consideram o pacote de benefícios como fator crucial na aceitação de uma proposta. No atual cenário, onde a rotatividade de colaboradores é uma realidade para diversas indústrias, oferecer um pacote competitivo de benefícios tornou-se uma prioridade para as empresas que desejam se destacar.

Engajamento, bem-estar e o papel estratégico dos RHs

Além do poder de influência nas decisões, os benefícios são essenciais no engajamento e o bem-estar dos colaboradores, sendo pilares de um ambiente de trabalho mais saudável e produtivo. Nesse contexto, os profissionais de recursos humanos desempenham um papel fundamental na criação de pacotes de incentivos que atendam às necessidades e expectativas dos colaboradores, alinhando-os às metas organizacionais. Ao gerir o bem-estar dentro das empresas, o RH contribui para um ambiente onde os trabalhadores se sentem valorizados e motivados.

O RH moderno não atua apenas como um gestor administrativo, mas como um agente estratégico na criação de uma cultura organizacional. Empresas que investem em qualidade e diversidade dos incentivos, especialmente aqueles que vão além do básico, como subsídios educacionais, auxílio home-office, programas voltados à saúde mental e ao equilíbrio entre vida pessoal e profissional, conseguem não só atrair novos talentos, mas também garantir que seus colaboradores atuais estejam comprometidos e alinhados com os valores da organização.

Esses benefícios também têm impacto na retenção de talentos, pois colaboradores que se sentem cuidados demonstram maior lealdade à empresa. Isso se reflete, por exemplo, no Employee Net Promoter Score (e-NPS), que é significativamente mais alto entre trabalhadores que recebem os incentivos desejados, do que entre os que não recebem.

Flexibilidade e personalização

À medida que o mercado de trabalho evolui, a personalização e a flexibilidade dos auxílios também se tornam imperativos. Exemplo disso está na diversidade de preferências entre os colaboradores: enquanto as gerações mais jovens valorizam flexibilidade de horários e subsídios educacionais, os profissionais mais seniores tendem a priorizar benefícios como previdência privada e seguros de saúde mais robustos.

O grande desafio dos RHs é adaptar pacotes de incentivos para contemplar essa diversidade de expectativas, garantindo que todos os colaboradores sintam que suas necessidades e desejos estão sendo atendidas. Os pacotes customizáveis se tornam, assim, uma vantagem competitiva. Ao oferecer opções personalizadas, as empresas criam uma experiência mais inclusiva e capaz de aumentar o senso de pertencimento e satisfação.

O papel dos benefícios no futuro do trabalho

À medida que avançamos para o futuro, fica claro que os benefícios corporativos, portanto, não são apenas uma “cereja no bolo” ou um incentivo financeiro usado apenas para atrair pessoas. Eles também são parte central das estratégias de engajamento, bem-estar e retenção de talentos. Em um mercado de trabalho dinâmico e desafiador, oferecer pacotes competitivos e flexíveis, que respondam às necessidades pessoais e profissionais dos colaboradores, pode ser o fator decisivo para o sucesso organizacional a longo prazo.

Empresas que compreendem o papel dos benefícios conseguem criar equipes mais engajadas, produtivas e comprometidas com os objetivos da organização, contribuindo para um ambiente de trabalho mais saudável, feliz e sustentável. Assim, a nova era das contratações exige que as organizações repensem suas estratégias de benefícios, oferecendo não apenas mais, mas melhores opções para seus colaboradores.

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Fabiana Galetol

Diretora Executiva de Pessoas e Responsabilidade Social Corporativa da Pluxee no Brasil. A executiva acumula passagens pelas áreas de RH, comunicação interna e externa, gestão de marca/publicidade e canais de distribuição, com vivência internacional nos Estados Unidos e países da América Latina. Possui vasta experiência em negócios, direcionamento estratégico, aconselhamento e planejamento de gestão de pessoas. Antes da Pluxee, atuou como Head de Comunicação na IBM Brasil, empresa onde permaneceu por mais de 29 anos. Formada em Economia pela Universidade Federal Fluminense, Fabiana também é pós-graduada em Comércio Internacional pela Fundação Getúlio Vargas e Marketing pelo IBMEC. É mentora voluntária na Leading.Zone, startup de desenvolvimento humano.