Autonomia tem sido uma demanda crescente entre os trabalhadores, em contraponto ao modelo de liderança de comando e controle. Flavia Ramos, líder de Transformação Cultural na Bayer, observa que todos enfrentam hoje, na gestão, o dilema se é possível ser flexível, ter autonomia nos times e ao mesmo tempo assegurar performance e entregas. Os talentos reivindicam cada vez mais autonomia, liberdade e flexibilidade no modelo de trabalho. “Tudo é justo, faz sentido e acompanha uma inquietação. E como fazer para dar essa liberdade para todo o time? É algo impensável. Mas deixar a decisão relativa aos clientes nas mãos de quem está ao lado dele é a solução e ao mesmo tempo desafiador. Buscamos abordagens mais contemporâneas de lideranças, com propósito. Ao invés de ser um controlador, ser um líder coach. Flexibilidade está ligada a resultados”, argumenta.
Danila Cardoso, diretora de Pessoas da Motiva, concorda que existe esse dilema. “Quando falamos de autonomia e flexibilidade tem muito líder que pergunta: como vou manter o controle? Controle é sinônimo de presença física ou está relacionando com confiança e propósito? Aqui, na cultura da Motiva, o dilema não é escolher entre liberdade e gestão. Mas sobre criar um ambiente onde as pessoas se sintam confiantes para entregar seus resultados com propósito. E entendemos que autonomia não é ausência de gestão. Flexibilidade não significa falta de disciplina, mas sim foco no resultado e não somente em horários de trabalho fixos. Quando oferecemos autonomia, aumentamos o engajamento e o pertencimento. Mas isso só funciona com um grande alinhamento de expectativas. E sabemos que 89% das empresas que tem resultados, segundo pesquisas, oferecem felicidade aos colaboradores”, relata.
Fernando Viriato, vice-presidente sênior de Talentos & Cultura na Accor Américas, cita a complexidade da operação da rede hoteleira, uma região com 13 países, quase 50 mil colaboradores, com culturas diferentes nas sedes e nos hotéis. Os hotéis funcionam 24 horas, sete dias por semana, o que dificulta a flexibilidade que existe na sede. “Mas, mesmo assim, oferecemos garantia de flexibilidade para todos, com direitos de licença, um pouco além do que existe no país em que operamos. Hospitalidade é um trabalho com coração, e um dos eixos das pessoas tem que ser o que são, e trabalhar com propósito. Temos questões de valores fundamentais que são confiança e respeito. Procuramos tratar as pessoas como indivíduos. Medimos engajamento todo ano, com 87%. E engajamento faz parte da remuneração das lideranças”, revela.
Este assunto sobre metas como estilo de vida foi debatido no 5º Fórum Melhor RH Felicidade Corporativa, uma iniciativa das Plataformas Melhor RH e Negócios da Comunicação, com apoio do Cecom – Centro de Estudos da Comunicação, realizado nos dias 4 e 5 de agosto.
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