Vamos ser sinceros: ninguém mais aguenta textão. Mas quem disse que precisa ser assim? Quando você deixa de lado a obviedade e aposta em elementos mais visuais, como memes, vídeos, gifs, reels e toda a energia dos tempos de hoje, a comunicação a interna ganha vida com a força da imagem. Ela se torna mais vibrante, dinâmica e, acima de tudo, engajadora. No fim das contas, o que realmente conecta pessoas e empresas é aquilo que tira o colaborador do tédio, faz ele prestar atenção e transforma a mensagem em algo fácil de entender – e impossível de esquecer. “A simplicidade é o último grau de sofisticação”, já dizia o artista e crítico de arte norte-americano Leonard Thiessen. E, convenhamos, nada mais sofisticado do que um bom meme na hora certa, não é mesmo?
Mas a imagem certa não deixa apenas a comunicação interna mais divertida. Quando os elementos visuais são bem utilizados, ela se torna muito mais poderosa e significativa. Com eles, você garante que a mensagem chegue a todos, desde o financeiro até o marketing, incluindo até aquele colaborador que acabou de entrar na empresa. Afinal, imagens são universais e superam qualquer barreira cultural ou hierárquica, aumentando as chances de que todos compreendam e absorvam o conteúdo de forma muito clara, sem ruídos.
Conteúdo que engaja
E falando nisso, em ambientes onde a sobrecarga de informações é constante, as imagens ajudam a dinamizar a comunicação interna. É o que reforça a equipe institucional da Nivea, marca global e centenária de cosméticos presente no Brasil há quase 50 anos. “Esses elementos permitem que mensagens importantes sejam transmitidas de maneira mais memorável e impactante, favorecendo a retenção da informação”, pontua. Na prática, em vez de despejar um textão para explicar algo complexo ou técnico, infográficos, vídeos, ícones e animações tornam tudo mais visual e direto. O resultado? O público entende mais rápido e a mensagem fica gravada na memória.
De acordo com a equipe da Nivea, uma comunicação interna que entende o poder da imagem consegue descomplicar temas densos e ainda engajar os colaboradores, facilitando a compreensão de tópicos que, sem esses recursos, seriam bem mais difíceis de digerir. “Quando usados de forma autêntica, esses recursos podem humanizam a comunicação, mostrando que a empresa está em sintonia com as tendências atuais e as preferências dos colaboradores”, complementa. No fim, não é só sobre entender melhor, mas também sobre criar um ambiente de trabalho mais inclusivo e acessível, onde a transparência é regra.
Intencionalidade
Mas não adianta usar imagem na comunicação interna só por usar. A chave para fazer isso funcionar é a intencionalidade. Como bem ressalta Thais Bassi Vogelsanger, líder de Negócios na Oliver Agency, os elementos visuais são, na verdade, manifestações culturais que precisam refletir a realidade dos colaboradores para realmente fazer sentido. “Mais importante do que escolher a forma de comunicar é considerar para quem estamos comunicando”, ressalta. Ou seja, esses recursos precisam ir além do modismo para criar uma conexão genuína com as pessoas, promovendo uma verdadeira inclusão cultural.
Sendo assim, é preciso – mais do que nunca – entender os diferentes públicos que compõem as organizações e saber identificar o que capta ou dispersa a atenção de cada um. Com tanta informação competindo, como notícias e redes sociais, a comunicação interna precisa ser certeira na hora de conquistar sua audiência. Para Thais, a estratégia consiste em desenvolver novas formas de conexão com as pessoas, inclusive trazendo referências externas. No entanto, seja qual for o recursos utilizado, ele precisa gerar valor e facilitar a comunicação, não apenas seguir um “hype”. “Se isso facilita que a mensagem chegue de forma leve e simples, ótimo. Caso exista a possibilidade de gerar algum ruído, acredito que a melhor forma é sempre optar por uma comunicação que seja mais comum ao dia a dia do colaborador”, alerta a especialista.
Imagem é tudo na comunicação interna?
Por mais que os recursos visuais enriqueçam a comunicação com o colaborador, a mensagem precisa ser clara para evitar confusões, além de acessível para todo mundo, independentemente da idade ou habilidades tecnológicas. Da mesma forma, o uso de memes, emojis e gifs deve ser equilibrado, sem exageros, para não passar a sensação errada de que a empresa está forçando uma descontração que não faz parte da sua cultura. Afinal, a imagem por si só não é tudo; ela ajuda a transmitir a mensagem, mas só funciona de verdade quando vem acompanhada de um conteúdo que faça sentido, inclusive sob o ponto de vista editorial.
Por ser uma empresa global, a Beiersdorf, grupo ao qual a Nivea pertence, adota uma linguagem mais discreta para se comunicar com seus mais de 20 mil colaboradores em 160 países diferentes. Emojis aparecem ocasionalmente, enquanto memes e gifs ficam de fora. Mas, quando se trata de garantir a autenticidade na comunicação, o time da Nivea destaca três etapas essenciais que fazem toda a diferença no processo.
Primeiro, é necessário fazer uma análise da companhia como um todo para garantir que a mensagem esteja alinhada com a cultura da empresa. Segundo, o conteúdo precisa ser relevante e fazer sentido dentro do contexto da mensagem. Por último, testar a comunicação com um grupo diverso de colaboradores antes de lançá-la pode ajudar a calibrar o tom e assegurar que a mensagem atinja o público da forma desejada.
Bolhas sociais
Thais Bassi Vogelsanger reforça a importância de conhecer profundamente o público-alvo nesse contexto. “Testes são fundamentais e bem-vindos”, explica, ressaltando que, a partir deles, é possível ajustar a comunicação às “bolhas sociais” de cada público. Com a internet fragmentando as informações em diversas esferas, é preciso estar atento ao que reverbera no universo dos colaboradores, justamente para garantir essa sintonia. “Assim entendemos se cabe ou não utilizarmos uma abordagem mais ‘fun’ na mensagem que queremos transmitir.”
Um exemplo que ela compartilha é o lançamento de uma nova intranet que ela acompanhou. Ao utilizar GIFs e um tom descontraído para abordar as críticas sobre a antiga plataforma, a equipe conseguiu suavizar um discurso potencialmente negativo e transformar o lançamento em algo leve e divertido. Além disso, usaram um estilo “Polishop”, brincando com a nostalgia dos infocomerciais, o que conectou genuinamente os colaboradores com a solução. “Tivemos uma conexão genuína, com as pessoas se sentindo representadas e satisfeitas com a solução que trouxemos para melhorar a produtividade no dia a dia”, pontua.
No tom certo
A imagem tem poder na comunicação interna, mas, como tudo na vida, precisa ser usada na medida certa. Quando mal dosada, corre-se o risco de esvaziar a mensagem e transformar o que poderia ser um diálogo importante em algo superficial. Para garantir a autenticidade e relevância, o time da Nivea reforça que é essencial que esses “elementos visuais estejam alinhados com os valores e a cultura da organização”. Ou seja, uma empresa mais séria usaria memes de forma sutil, enquanto uma mais descontraída pode adotar um tom leve e informal. “O conteúdo deve ser criado visando uma compreensão clara do que a empresa representa e do que ela deseja comunicar. O tom deve ser consistente com a voz da marca e as expectativas dos colaboradores”, sublinha o time institucional da Nivea.
Além disso, esses recursos visuais devem sempre complementar a mensagem, mas nunca diluí-la. Seu uso deve ser estratégico, considerando o contexto e o perfil do público. E aí vem a pergunta: eles podem ser usados em qualquer canal de comunicação interna? A resposta tem mais a ver com o tom da mensagem do que com o canal em si, como bem aponta Thais Bassi Vogelsanger, da Oliver Agency. “O canal é só o meio de entrega, mas o que define mesmo é o tom da campanha.” Dessa forma, seja por e-mail, intranet ou redes sociais corporativas, o importante é que o tom esteja alinhado ao objetivo da comunicação, permitindo a informalidade onde ela fizer sentido.
Outro ponto importante é o tema: alguns assuntos permitem uma abordagem mais leve e descontraída, mas nem todos. Dependendo do tópico, é preciso encontrar o equilíbrio certo. “Estamos em um ambiente corporativo, e nem tudo cabe brincadeira. Questões jurídicas, como uso de imagem, também influenciam. O ideal é avaliar as pautas com esse olhar estratégico. Não é sobre usar; precisa haver uma estratégia definida por trás, em que essa leveza seja o ponto de conexão da mensagem com o colaborador”, finaliza. Isso garante que o tom esteja sempre alinhado ao contexto e aos limites do ambiente profissional.
🚀Faça parte do universo de comunicação interna
Quer ficar por dentro das últimas tendências e dicas do ecossistema de comunicação interna? 🚀Cadastre-se agora mesmo para receber a nossa newsletter exclusiva do Prêmio Empresas que Melhor se Comunicam com colaboradores!