Desde 2002 a quantidade de cargos de liderança ocupados por mulheres não cresce. Nos cargos parlamentares, somente 13% são mulheres, e em cargos de diretoria executiva ou em conselhos de administração, apenas 15%.
A lista de obstáculos para elas no ambiente corporativo não é pequena. Ela inclui itens como machismo, assédio sexual, insegurança de pedir flexibilidade no horário de trabalho, negociar o próprio salário, assumir responsabilidades e o medo de se impor entre os homens.
Esses e outros desafios para superar a desigualdade de gênero foram tema de evento promovido pela FTI Consulting e pelo escritório de advocacia norte-americano Ropes & Gray, em maio em São Paulo. O debate foi norteado pelo livro “Faça acontecer: Mulheres, trabalho e a vontade de liderar”, de Sheryl Sandberg, publicado pela Companhia das Letras em 2012.
No Brasil, a falta de educação social e sexual fazem parte dos impasses para enfrentar, refletir e evoluir sobre o espaço da mulher no mercado de trabalho. Cynthia Catlett, diretora executiva da FTI Consulting e idealizadora do evento, avaliou que no Brasil os avanços para a igualdade de gêneros nas empresas são tímidos. “A sociedade ainda é muito excludente”.
Já Colleen Conry, advogada sócia da Ropes & Gray, apontou que a justiça no trabalho deve ser construída gradativamente, e que a mulher deve se encorajar e assumir a responsabilidade. “Esta não é uma proposta de luta, mas sim um engajamento tanto da mulher como do homem, um entrosamento de ambos, visando a evolução de pensamento para o progresso de um meio corporativo igualitário, livre de estereótipos”, disse.
O evento integra o programa FTI Consulting’s Women’s Initiative (“FTI WIN”), que oferece treinamento de carreira, desenvolvimento profissional, orientação, oportunidades de networking e de sensibilização da comunidade para capacitar mulheres a atingirem um potencial mais elevado em suas carreiras e desenvolver best-in-class capacidades de liderança. O FTI WIN é uma iniciativa Global da FTI Consulting que tem como objetivo principal aumentar a participação da mulher em posições de liderança da empresa.