Gestão

Aprazíveis para expatriados

de em 4 de fevereiro de 2013
James Reeve / Getty Images
Viena, mais uma vez, liderando o ranking

Viena mantém a primeira posição como a cidade com a melhor qualidade de vida mundial, segundo pesquisa feita pela Mercer. Depois da capital austríaca aparecem Zurique (Suíça) e Auckland (Nova Zelândia) no segundo e o terceiro lugares, respectivamente, e Munique, na Alemanha, o quarto lugar, seguida da canadense Vancouver, que alcançou o quinto lugar. E por falar no Canadá, nas Américas, as cidades daquele país continuam dominando o topo do ranking: além de Vancouver em 5º lugar, Ottawa aparece na 14ª posição, seguida por Toronto (15ª) e Montreal (23ª). Nos EUA, Honolulu (em 28º lugar) e São Francisco são as cidades ocupando a primeira posição do país, seguidas por Boston (35º). Chicago está classificada na posição de número 42, enquanto Washington, DC, ocupa a 43ª posição. Detroit (71º) é a cidade americana que ocupa o último lugar na pesquisa realizada pela Mercer.

Mundialmente, as cidades com a qualidade de vida mais baixa são a capital do Sudão, Cartum, na 217ª posição; Ndjamena, na República do Chade (218º lugar); a haitiana Porto Príncipe (219º); e Bangui, na República Centro-Africana (220º). Bagdá, Iraque está na última posição (221). Segundo a consultoria, o levantamento* ajuda empresas multinacionais e outras organizações a remunerarem os seus empregados de maneira justa quando eles são transferidos para o exterior. O relatório de qualidade de vida da Mercer abrange 221 cidades, classificadas em comparação a Nova York como base.

Na edição divulgada no fim do ano passado, a classificação identificou separadamente as cidades com a melhor infraestrutura, considerando serviços de fornecimento de energia elétrica, disponibilidade de água, telefonia e serviço postal, transporte público, congestionamento do trânsito e a diversidade de voos internacionais oferecida pelos aeroportos locais. Cingapura encabeça o índice, seguida pelas alemãs Frankfurt e Munique em segundo lugar. Copenhague e Düsseldorf ocupam as duas próximas colocações, enquanto Hong Kong e Londres compartilham o sexto lugar. Porto Príncipe (221) ocupa o último lugar na lista. Entre as cidades brasileiras, o Rio de Janeiro ocupa a 98ª posição, seguido por Brasília (101ª) e São Paulo (116ª). No ranking geral, pela ordem, aparece a capital Brasília (em 102º lugar), seguida pela cidade fluminense (em 112º) e pela paulista (115º).

Estabilidade
“Para que as empresas multinacionais possam assegurar que seus expatriados sejam remunerados de forma apropriada, com auxílio de qualidade de vida adequados em seus pacotes de remuneração, elas precisam estar cientes de eventos e circunstâncias locais”, afirma Slagin Parakatil, pesquisador sênior da Mercer. “Fatores como estabilidade interna, eficácia no cumprimento de leis, níveis de criminalidade e instalações médicas são importantes considerações no momento de decisão sobre uma transferência para o exterior, bem como o impacto no cotidiano que possa ser encontrado pelo expatriado em colocações no exterior.” Parakatil acrescenta que a infraestrutura possui um efeito significativo na qualidade de vida que os expatriados vivenciam. “Ainda que normalmente se dê por certa quando funciona de acordo com um alto padrão, a infraestrutura de uma cidade é capaz de causar dificuldades severas quando ela é deficiente”, observa. As empresas precisam, nesses casos, então, fornecer auxílios adequados para remunerar seus empregados internacionais garantindo que eles tenham apoio durante essas e outras dificuldades.

Américas
Como foi destacado no início, as cidades canadenses encabeçam o índice na região da Américas, com Vancouver mantendo a primeira colocação regional, seguida por Ottawa, Toronto e Montreal (esta na 23ª posição). Além delas, Calgary ocupa o 32º lugar na classificação geral de qualidade de vida. No geral, praticamente não houve qualquer movimentação nas classificações entre as cidades canadenses de 2011 a 2012 – apenas  Calgary subindo uma e Montreal descendo uma posição. Nos EUA, depois de Honolulu, São Francisco, Boston, Chicago e Washington DC, no 43º posto, aparece Nova York, a cidade-base do levantamento, na 44ª posição.

Nas Américas Central e do Sul, Pointe a Pitre, principal cidade de Guadalupe, possui o maior índice de qualidade de vida, ocupando a 63ª posição. A portorriquenha San Juan segue no 72º lugar e Montevidéu, no Uruguai, na 77ª posição. Porto Príncipe  tem a menor classificação na região. De acordo com Parakatil, no geral, houve pouca mudança nas classificações das cidades norte-americanas. Diversas cidades localizadas nas América do Sul e Central passaram por mudanças positivas, essencialmente por conta de uma melhoria modesta em suas áreas de infraestrutura e recreação. “Entretanto, as questões políticas e os problemas de segurança, juntamente com desastres naturais, continuam a prejudicar a qualidade de vida das cidades da América do Sul e da América Central. Altos níveis de criminalidade também continuam sendo um grande problema”, explica o pesquisador.

Em termos de infraestrutura urbana, Vancouver é a primeira na região com Atlanta e Montreal ocupando o 13º lugar na classificação. Outras cidades canadenses que obtiveram uma alta pontuação na classificação foram Toronto (16º) e Ottawa (25º). Nos EUA, Dallas alcançou a 15ª posição, seguida por Washington, DC (22ª), Chicago (28ª) e Nova York (30ª). Já Buenos Aires, na Argentina (83ª), possui a melhor infraestrutura nas Américas do Sul e Central, enquanto Porto Príncipe é a última da lista, ocupando o 221º lugar.

Europa
Dentre as 25 cidades do mundo com a melhor qualidade de vida, 15 são europeias. Viena mantém a posição mais alta na região e no mundo. O restante das 10 cidades melhores colocados no ranking é dominado por cidades da Alemanha e da Suíça, com três cidades cada entre as 10 primeiras: Zurique (na 2ª posição da lista geral) é seguida por Munique (4ª), Düsseldorf (6ª), Frankfurt (7ª), Genebra (8ª), Copenhague (9ª) e Berna (10ª). Atenas (83ª) e Belfast (64ª) são as cidades com a menor classificação na Europa Ocidental. Outras cidades europeias entre as 25 primeiras colocações são Amsterdã (12ª), Berlim (16ª), Hamburgo (17ª), Luxemburgo (19ª), Estocolmo (19ª), Bruxelas (22ª), Nurembergue (24ª) e Stuttgart (27ª). Paris, a cidade-luz, está na 29ª posição e é seguida por Helsinque (32ª), Oslo (32ª) e pela capital inglesa, Londres (38ª). Dublin caiu nove posições na classificação em relação ao ano passado e chegou ao 35º lugar, principalmente devido à combinação de enchentes de grandes proporções e um aumento nos índices de criminalidade. Lisboa atingiu o 44º lugar, seguida por Madri (49ª) e Roma (52ª). Praga, na República Tcheca (69ª), é a cidade da Europa Oriental com a mais alta classificação, seguida por Budapeste, na Hungria (74ª), pela eslovena Ljubljana (75ª); Vilnius, na Lituânia (79ª); e Varsóvia, na Polônia (84ª). Tbilisi, na Geórgia, é a cidade europeia ocupando o último lugar (213ª). “As cidades europeias continuam mantendo uma qualidade de vida alta por conta de uma combinação de maior estabilidade, elevação dos padrões de vida e infraestrutura avançada”, comenta Parakatil. “Porém, a turbulência econômica, a tensão política e o alto índice de desemprego em alguns países europeus continuam sendo problemáticos na região.”

Instalações aeroportuárias
Com seis cidades na lista das 10 melhores colocadas, as cidades europeias também estão bem posicionadas na classificação de infraestrutura urbana. Frankfurt e Munique têm a maior pontuação, em segundo lugar, seguidas por Copenhague (4º) e Düsseldorf (5º). Londres (6º) e Hamburgo (9º) são seguidas por Paris, no 12º lugar. Budapeste (67º) é a cidade com a maior classificação em infraestrutura urbana na Europa Oriental, seguida por Vilnius (74º) e Praga (75º), enquanto as armênias Yerevan (189º) e Tbilisi (201º) têm a menor classificação.

O pesquisador da Mercer conta que a infraestrutura das cidades alemãs e dinamarquesas está entre as melhores no mundo, em parte devido às instalações aeroportuárias de primeira classe, conectividade internacional e doméstica e um alto padrão de serviços públicos. “A alta classificação de Londres no índice de infraestrutura reflete uma combinação de alto nível de serviços públicos oferecidos, com o seu extensivo sistema de transporte público incluindo aeroportos, o metrô de Londres e os serviços ferroviários”, pontua.

Ásia-Pacífico
A neozelandesa Auckland (3ª) conserva sua posição como a cidade com a maior classificação em qualidade de vida na região. Sydney, a principal cidade autraliana, segue no 10º lugar, Wellington (Nova Zelândia) no 13º, Melbourne no 17º e Perth na 21ª colocação – estas também na Austrália.  Cingapura mantém a maior classificação entre as cidades asiáticas, ocupando o 25º lugar, seguida pelas japonesas Tóquio (44º), Kobe (48º), Yokohama (49º) e Osaka (57º). Hong Kong (70º), Seul (75º), Kuala Lumpur (80º), Taipei (85º) e Xangai (95º) são outras grandes cidades asiáticas classificadas entre as 100 melhores colocadas. As cidades com a menor classificação na região são Daca, em Bangladesh (203ª colocação); Bishkek, no Quirguistão (204º); e Dushanbe, na Tadjiquistão (207º).

No quesito infraestrutura urbana, Cingapura ocupa a primeira colocação mundial, seguida por Hong Kong (6ª), Sydney (8ª), Perth (25ª), Tóquio (32ª) e Melbourne (34ª). Adelaide e Brisbane ocupam juntas a 37ª posição. Nagoya (41ª), Auckland (43ª), Kobe (44ª), Wellington (48ª), Seul (50ª) e Osaka (51ª) são as próximas cidades com a maior classificação na região. Daca, em Bangladesh (205ª), é a cidade da região com a pontuação mais baixa em infraestrutura.  “É possível observar uma lacuna notável entre as cidades do Ásia-Pacífico, onde várias melhoraram na região em parte por conta do investimento maciço em infraestrutura e serviços públicos”, explica Parakatil. “A concorrência entre municípios continua aumentando para atrair multinacionais, estrangeiros, expatriados e turistas. No entanto, um número considerável de cidades asiáticas apresenta uma classificação no quartil mínimo, principalmente devido a fatores como, por exemplo, alta volatilidade política, infraestrutura deficiente e serviços públicos obsoletos.”

Oriente Médio e África
Dubai (73ª) e Abu Dhabi (78ª), nos Emirados Árabes, são as cidades da região com a melhor qualidade de vida. Port Louis (82ª), nas Ilhas Maurício, Cidade do Cabo (89ª) e Joanesburgo (94ª) aparecem na sequência e, juntamente com Victoria, em Seychelles, na 96ª colocação, e Tel Aviv (na 99ª) são as únicas demais cidades da região nas 100 melhores classificadas.  Essa região tem 15 cidades na lista das 20 cidades com menor pontuação, incluindo Lagos, na Nigéria (202ª); Bamako, no Mali (209ª); Cartum, no Sudão (217ª); e Ndjamena, na República do Chade (218ª). A iraquiana Bagdá é a cidade com a menor classificação regional e globalmente (221º lugar).

No índice de infraestrutura urbana, a maioria das cidades da região ocupa lugar abaixo do 100º colocado. As exceções são Dubai (em 34º), Tel Aviv (58º), Abu Dhabi (72º), Port Louis (91º), Muscat, a capital de Omã, no 94º lugar, Cairo (95º) e Cidade do Cabo (97º). Port Louis, Cairo e Cidade do Cabo são as únicas cidades africanas dentre as 100 melhores colocadas. Nas demais cidades da região, Doha, no Catar, ocupa o 102º lugar; Túnis, o 103º; e Manama, no Barein, na 110ª posição. Em termos de infraestrutura urbana, Bagdá é a cidade com a classificação mais baixa na região (220ª), juntamente com Sana, no Iêmen (219ª); a congonesa Brazzaville (218ª); Kigali, em Ruanda (217ª); e Abuja, na Nigéria (215ª).  “A inquietação atual em muitos países na África do Norte e no Oriente Médio tem gerado graves problemas de segurança para seus nativos e expatriados”, destaca Parakatil. “Muitos países continuam a vivenciar violência por meio de manifestações políticas que, às vezes, se transformam em revoltas maciças e produzem uma instabilidade de sérias proporções na região. Países como Síria e Mali presenciam a queda substancial de seus níveis de qualidade de vida. Os empregadores devem monitorar continuamente a situação nesses países, pois as circunstâncias podem piorar rapidamente. As empresas precisam ter a condição de implementar planos de mitigação de maneira proativa como, por exemplo, repatriação de emergência, ou adaptar os pacotes de remuneração do expatriado de acordo com a necessidade.”


* O que se leva em conta
Os rankings mundiais são produzidos anualmente a partir da mais recente pesquisa de qualidade de vida conduzida pela Mercer. Os dados foram coletados amplamente entre setembro e novembro de 2012. As condições de vida são analisadas de acordo com 39 fatores, agrupados em 10 categorias: ambiente político e social (estabilidade política, crime, cumprimento de leis etc.); ambiente econômico (regulamentações sobre taxa de câmbio, serviços bancários etc.); ambiente sociocultural (censura, limitações para liberdade pessoal etc.); saúde e vigilância sanitária (suprimentos e serviços médicos, doenças infecciosas, saneamento, descarte de resíduos, polução do ar etc.); escolas e educação (padrão e disponibilidade de escolas internacionais etc.); serviços e transporte público (eletricidade, água, transporte público, congestionamento de trânsito etc.); recreação (restaurantes, teatros, cinemas, esportes e lazer etc.); bens de consumo (disponibilidade de alimentos/artigos de consumo diário etc.); moradia (moradia, eletrodomésticos, móveis, serviços de manutenção etc.); ambiente natural (clima, registro de desastres naturais).


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