O termo “inteligência emocional” foi cunhado por Daniel Goleman na década de 90 do século passado ao lançar seu livro homônimo (“Inteligência Emocional – A teoria revolucionária que redefine o que é ser inteligente”) que obteve grande sucesso mundial. Se a obra na época foi revolucionária, hoje em dia parece óbvia. O conceito, entretanto, foi tão aceito globalmente que inúmeros outros autores trataram deste tema, com variações e merecidas atualizações.
Desta forma, a ideia foi evoluindo até se tornar algo mais genérico, sendo entendida atualmente como a capacidade de lidar bem com pessoas no ambiente de trabalho, particularmente com colaboradores e colegas de equipe.
O primeiro cientista a medir a inteligência foi o francês Alfred Binet, que criou o teste de Q.I. (Quociente de Inteligência) no início do século XX. Na realidade, a avaliação analisa a capacidade de raciocínio lógico e não o intelecto em si, que é muito mais complexo. Porém, na falta de algum instrumento para medi-lo, a ferramenta passou a ser largamente utilizada e fez tanto sucesso nos Estados Unidos que na I Guerra Mundial mais de 1,5 milhão de recrutas foram selecionados por meio dela.
Com o passar do tempo, muitos conceitos sobre o que seria inteligência foram desenvolvidos. No início da década de 90 do último século, Howard Gardner lançou o conceito de “Inteligências Múltiplas”. Segundo ele, o ser humano teria não uma, mas oito tipos diferentes, como a lógico-matemática, musical (mais presente em músicos), espacial (típica em arquitetos) e a cinestésica (comum em atletas).
Ele também foi claro em apontar as inteligências intra e interpessoal, cujas definições foram adotadas por Goleman em seu famoso livro. Segundo Gardner, não há dúvida de que Einstein, Shakespeare e Pelé foram muito inteligentes, cada um à sua maneira.
De acordo com Goleman, a Inteligência Emocional não é uma competência única, mas um conjunto de quatro habilidades:
- Estar ciente de suas próprias emoções: compreender profundamente os próprios sentimentos, forças, fraquezas, necessidades e impulsos. Pessoas com alto nível de autoconsciência são honestas consigo e com os outros. Não são críticas demais nem irrealistas.
- Controlar as emoções: ter autocontrole e autoconfiança. São pessoas que dominam suas emoções e não entram em pânico, mantendo a calma mesmo em situação de forte estresse.
- Ler o outro: possuir empatia e saber o que os outros estão sentindo para, por exemplo, levar em conta de forma ponderada os sentimentos dos colaboradores no processo de tomada de decisão.
- Gerenciar relacionamentos: significacordialidade com propósito e saber conduzir as pessoas na direção do que se deseja, compreendendo intuitivamente que a tarefa básica de um líder é fazer com que o trabalho seja realizado por outras pessoas. É ser um mestre na persuasão.
Claramente, nem todas as pessoas são experts nas quatro competências mencionadas acima, mas estas habilidades podem ser desenvolvidas a partir da tomada de consciência do grau de maturidade que cada indivíduo tem no domínio de cada uma delas. Normalmente, um executivo possui uma destas quatro competências mais aperfeiçoada e outra menos, com duas intermediárias, e deverá escolher onde concentrar suas energias para melhorar seu desenvolvimento.
Esse é um exercício que vale a pena fazer porque hoje sabemos que um bom líder precisa ter uma boa inteligência emocional.