O primeiro painel, “O quebra-cabeça do recrutamento – Como atrair (e reter) quando todos querem viver mais e trabalhar menos”, teve como debatedores Carolina Ferreira, diretora de Gente e ASG na Alelo; Maria Sartori, diretora de Mercado na Robert Half; e Tiago Mavichian, CEO da Companhia de Estágios.
Carolina comentou que, com a entrada das novas gerações no mercado de trabalho nos últimos cinco anos, foi necessário mudar as estratégias de recrutamento, pois, principalmente geração Z, tem outra lógica, voltada ao propósito, flexibilidade e conquistas nas carreiras. E o RH deixa de ser uma área operacional, para se tornar uma área estratégica que promove experiência, jornadas nas carreiras e especificidades das gerações. “Aqui na Alelo falamos de flexibilidade com responsabilidade; humanização no modelo de gestão e nos processos; uma escuta genuína colocando as pessoas como protagonistas”. Em virtude disso, “a Alelo adotou hoje o modelo híbrido de trabalho, com ida ao escritório três ou quatro vezes semanalmente, dependendo da área, o que foi uma aspiração dos colaboradores”.
Maria Sartori complementou colocando que as gerações Z e Alfa entraram no mercado de trabalho durante ou no pós-pandemia, o que levou todos os profissionais de todas as gerações a repensar as expectativas e propósitos de trabalho. “Essa nova atmosfera forjou toda uma geração a ser mais seletiva e crítica”. Ela ainda destacou que consultoria de hunting faz cerca de 500 movimentações por mês, e percebeu a mudança nestes últimos cinco anos trazidas por essa nova geração. “Antes, quando iniciávamos o processo seletivo, numa primeira abordagem, falávamos de salários e benefícios. Hoje, com essa nova geração, existe uma mudança forte, as perguntas dos candidatos se tornaram mais críticas, voltadas a modelo de trabalho, se híbrido ou remoto, qual flexibilidade no trabalho, valores da empresa. Já no início do processo sentimos uma criticidade maior, que eu avalio como positiva”.
Tiago Mavichian, especialista no tema, pois sua empresa é focada em programas de entrada, diz que “antes considerava uma pessoa para a vaga pela sua formação, conhecimento, se morava próximo; e do ponto de vista do candidato, este dizia apenas querer uma vaga de trabalho. Hoje, o candidato questiona mesmo o modelo e condições de trabalho. “Fizemos experiências no Metaverso e na Inteligência Artificial, encurtamos o processo em suas etapas, e investimos mais em comunicação, pois todas as vagas da Companhia de Estágios agora são divulgadas pelo WhatsApp, mudando radicalmente a forma de contratar nos últimos cinco anos. Também conduzimos uma pesquisa que apontou que 96% dos jovens dizem ser muito importante o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Eles buscam flexibilidade, desafios e conquistas materiais”.
Também citando uma pesquisa interna, Maria Sartori, comentou uma pesquisa da Robert Half, realizada a cada dois anos e é voltada à felicidade no trabalho, destacando o modelo de trabalho com um recorte geracional. “Hoje, 42% das empresas no Brasil estão num modelo 100% presencial. E 30% das empresas estão num modelo chamado de híbrido, mas não flexível. E quando perguntamos para o público qual o modelo preferido para trabalhar, todas as gerações dão preferência ao modelo híbrido e flexível”.
A empresa de Mavichian também pergunta aos candidatos o que eles mais odeiam nos processos de seleção, e no top 3 fica a questão do contato, tentar falar e não conseguir. “Tem consultoria que é mestre em esconder telefone, e-mail, contato. Isso desgasta o candidato. Fazemos o oposto, aumentando nossos canais de contatos”, finalizou.
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