Inovação

Bem-estar e inovação: um ciclo virtuoso que impulsiona o RH

Descubra como a integração entre tecnologia e bem-estar está redefinindo o papel do RH, promovendo um ambiente onde a saúde dos colaboradores e a inovação caminham juntas

de Priscila Perez em 30 de agosto de 2024
RH, inovação e bem-estar Foto: imagem gerada por IA - DALL·E

Não poderia ser diferente. Sendo o RH o maior especialista em pessoas dentro das empresas, é natural que o departamento esteja cada vez mais no centro das iniciativas de bem-estar, assumindo a responsabilidade estratégica de impulsionar a inovação. Quando a saúde vem em primeiro lugar, os colaboradores se sentem mais motivados a repensar suas rotinas e processos, propondo soluções para os desafios do dia a dia. Por outro lado, se ela não é uma prioridade, a pressão por resultados pode não apenas adoecê-los física e mentalmente, mas também sufocar a criatividade. Então, como explicar a conexão entre bem-estar, RH e inovação?

RH, inovação e bem-estar
Douglas Barrochelo, da Biz

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde é “um estado de completo bem-estar físico, mental e social”, o que só reforça a importância de ambientes de trabalho positivos para manter as pessoas engajadas. Atentas a essa conexão, as empresas estão investindo cada vez mais em iniciativas que promovem a saúde integral dos funcionários, criando espaços onde a inovação e a criatividade realmente possam acontecer. Para Douglas Barrochelo, CEO da Biz, fintech especializada em infraestrutura de meios de pagamento, banking e benefícios flexíveis, essa correlação faz todo o sentido: colaboradores saudáveis têm mais liberdade e energia para explorar novas ideias e colaborar de forma eficaz. “Quando priorizamos a saúde mental, criamos um ambiente onde a inovação prospera e todos colhem os frutos desse ciclo virtuoso.”

E, para dar um impulso extra, tecnologias diversas, como inteligência artificial, chatbots, aplicativos de mindfulness e ferramentas de análise de dados, têm ajudado o RH a acompanhar de perto a saúde dos colaboradores, contribuindo diretamente para o bem-estar do time.

O papel da tecnologia

Um exemplo claro de como o RH pode impulsionar a inovação por meio do bem-estar vem da Algar Telecom, empresa brasileira de telecomunicações e tecnologia da informação. Segundo Ana Paula Rodrigues, diretora vice-presidente de Gente, a empresa tem investido em iniciativas de bem-estar que vão além do tradicional plano de saúde, como a parceria com a startup brasileira HealthBit. Atualmente, a Algar oferece dez programas voltados à saúde dos colaboradores, que vão desde serviços tradicionais, como Telemedicina, até iniciativas mais inovadoras, como o programa Mente Tranquila, focado no bem-estar emocional. Outro destaque é o Wellhub, uma plataforma integrada que reúne diversos aplicativos de saúde, facilitando o acesso a recursos que promovem o equilíbrio físico e mental.

RH, inovação e bem-estar
Ana Paula Rodrigues, da Algar Telecom

Toda essa estratégia, como destaca a VP de Gente, é apoiada por tecnologias avançadas de análise de dados, permitindo ao RH oferecer um cuidado mais personalizado e eficaz. Além disso, a tecnologia também é uma grande aliada na automação de tarefas repetitivas que consomem tempo e energia, liberando os colaboradores para que possam se dedicar a atividades pessoais e profissionais mais significativas. Esse tempo extra é valioso e reflete uma cultura organizacional que respeita as individualidades e necessidades das pessoas. “Nosso desafio é criar um ambiente de trabalho mais flexível, colaborativo e diverso, que estimule a autonomia, a criatividade e o aprendizado contínuo dos colaboradores”, afirma Ana Paula.

Flexibilidade

A busca pela inovação também é central na Biz. Douglas Barrochelo ressalta que a tecnologia não só permite ajustar as estratégias aplicadas à gestão de pessoas, mas também os benefícios oferecidos, atendendo às necessidades de todos. “Na Biz, a gente oferece uma infraestrutura tecnológica que permite às empresas criar pacotes de benefícios hiperpersonalizados. Isso dá aos colaboradores um suporte que realmente faz a diferença no dia a dia”, observa. A personalização dos benefícios é vista como fundamental para promover o bem-estar, pois demonstra que a empresa valoriza cada colaborador como um indivíduo único, o que, segundo ele, potencializa o espírito de lealdade, a retenção de talentos e ajuda na construção do employer branding.

Na Biz, essa abordagem é apoiada por uma plataforma 100% white label, que permite às empresas oferecer benefícios sob medida, geridos por um aplicativo e integrados em um único cartão. Para o CEO da fintech, a flexibilidade é crucial para manter a relevância e a eficácia dos programas de bem-estar, garantindo que tanto a empresa quanto os colaboradores colham os frutos da personalização. “Hoje, a hipersonalização dos benefícios é um pilar essencial na construção do employer branding, especialmente em um mercado onde os talentos priorizam empresas que reconhecem e valorizam seus colaboradores”, conclui. E valorizar, como ele bem aponta, significa alinhar o que é oferecido às preferências e às circunstâncias de cada um deles.

Condições ideais para a inovação

Para a porta-voz da Algar Telecom, combinar uma cultura acolhedora com o uso estratégico da tecnologia no RH não só eleva o bem-estar dos colaboradores, mas também cria as condições ideais para que a inovação aconteça naturalmente. Não à toa, as lideranças recebem atenção especial para se tornarem mais empáticas e inclusivas, facilitando o feedback dentro das equipes. “Queremos que nossos colaboradores se sintam à vontade para compartilhar suas preocupações e ideias, sempre com acesso garantido a serviços de saúde mental”, ressalta.

Essa abordagem também é vista no Magazine Luiza, onde a tecnologia tem ajudado o RH a compreender melhor o que os colaboradores demandam. “Hoje conseguimos ter dados e números que nos ajudam a identificar as dores específicas de cada área, permitindo uma ação mais direcionada”, explica Patrícia Pugas, diretora executiva de Gestão de Pessoas da empresa, que é hoje uma das maiores redes varejistas do país. As pesquisas de pulso, por exemplo, que hoje são feitas com uma frequência maior, trazem dados muito ricos que possibilitam uma atuação mais assertiva por parte do RH e conectada com a realidade de cada área ou equipe.

RH, inovação e bem-estar
Patricia Pugas, do Magalu/Foto: Germano Lüders

Segundo ela, essa atenção ao detalhe é o que permite ao RH agir com precisão. O resultado? Um ambiente de trabalho onde a inovação é impulsionada por uma cultura de bem-estar e um RH que prioriza a saúde mental. “Acreditamos que um ambiente saudável e seguro, onde a inovação é parte da cultura, só pode existir quando as lideranças são capacitadas para ouvir e valorizar a saúde mental dos colaboradores”, afirma. No Magalu, essa estratégia tem gerado resultados positivos, criando um ciclo em que o bem-estar alimenta a inovação, e vice-versa.

Escuta ativa

Ao garantir um tratamento mais adaptado às necessidades e preferências individuais de seus 37 mil colaboradores, o Magalu consegue atender os diferentes perfis existentes na empresa, desde os funcionários da linha de frente até aqueles que atuam no backoffice. Com isso, a organização consegue oferecer soluções que realmente fazem a diferença na vida dos funcionários, como bem explica Patrícia. “Acreditamos que uma solução única não funciona para todos. Às vezes, ela pode ser fantástica para a loja, mas não funciona para o escritório. Por isso, usamos dados para adaptar nossas iniciativas às necessidades reais das pessoas.”

Além disso, também é fundamental nutrir uma cultura de feedback constante, baseada na escuta ativa e na comunicação aberta. Para a especialista, essa dinâmica faz com que os colaboradores se sintam realmente ouvidos e valorizados, aumentando seu engajamento com os objetivos e projetos da empresa. Onde há bem-estar, o engajamento flui de forma muito mais espontânea. “Por outro lado, se você não está bem, não está no seu melhor, é difícil inovar. Você mal consegue fazer o básico, quanto mais trazer ideias novas.” Por isso, a diretora executiva de Gestão de Pessoas do Magalu acredita que um feedback eficaz é essencial para o crescimento pessoal e profissional e, consequentemente, para a inovação.

Bem-estar na prática

Para promover o bem-estar e a inovação, o RH do Magalu tem investido em uma série de ações voltadas para a saúde mental e física dos funcionários, todas viabilizadas por tecnologias que trazem a acessibilidade em seu DNA. A empresa oferece programas de telepsicologia, garantindo apoio psicológico acessível e personalizado, além de ferramentas de mindfulness e plataformas digitais que monitoram e incentivam hábitos saudáveis. Além disso, a empresa conta com um setor próprio de atendimento social, dedicado a acolher e apoiar os colaboradores em momentos difíceis, fortalecendo ainda mais essa rede de cuidado. “A gente faz um acompanhamento muito particular do nosso colaborador, gerando uma conexão muito forte com ele. Dentro da nossa cultura, faz muita diferença ter esse suporte próprio”, observa.

RH, inovação e bem-estar
Foto: imagem gerada por IA – DALL·E

E tudo isso, segundo Patrícia, é impulsionado por inteligência artificial e análise de dados, dois recursos muito valiosos que permitem adaptar o suporte oferecido a cada colaborador. Para ela, bem-estar não é apenas uma condição almejada, mas um fator indispensável para o sucesso de qualquer empresa. “É por isso que combinamos tecnologia e cuidado humano em nossas práticas diárias, garantindo que cada pessoa receba o suporte necessário para se sentir bem e ser produtiva”, enfatiza a especialista.

Resistência ao novo

No entanto, mesmo com o bem-estar no horizonte do RH, a adoção de novas tecnologias e práticas pode enfrentar obstáculos que dificultam o processo de inovação. Ana Paula Rodrigues, diretora vice-presidente de Gente da Algar Telecom, destaca a resistência à mudança como um desses desafios. “Superar isso exige uma comunicação clara sobre os benefícios e um bom treinamento”, observa.

Além disso, novas tecnologias costumam gerar estranhamento e desconfiança, especialmente quando se trata dos dados coletados e processados. Por isso, mesmo que a iniciativa seja positiva, é crucial que ela respeite a privacidade dos colaboradores. Segundo o CEO da Biz, Douglas Barrochelo, a segurança cibernética deve ser uma prioridade, garantindo que as informações dos colaboradores sejam protegidas de ponta a ponta. “Transparência sobre o uso dos dados e investimentos em cibersegurança são essenciais para superar esses desafios e promover um ambiente de confiança,” destaca Douglas.

Análise preditiva e inovação: o RH decifrando o futuro do bem-estar

Vamos combinar, o RH de hoje está sempre um passo à frente, e com a análise preditiva, é como se tivesse uma bola de cristal. Imagine poder antecipar o que os colaboradores vão precisar, antes mesmo que eles saibam. Douglas explica: “com a coleta de dados, o RH consegue prever comportamentos e necessidades futuras, ajustando as estratégias de forma contínua e personalizada”. Mas privacidade e segurança não são os únicos desafios quando o assunto é dados; também é preciso interpretá-los corretamente para que os insights gerados sejam relevantes à organização. Para isso, a equipe precisa ser qualificada para entender e aplicar o que as pesquisas mostram.

Foto: imagem gerada por IA – DALL·E

Ana Paula Rodrigues, diretora vice-presidente de Gente da Algar Telecom, também aposta no poder da tecnologia para personalizar o bem-estar. “Por meio da Análise de Dados Preditiva é possível desvendar os padrões de saúde e comportamento dos nossos profissionais, ajudando a antecipar e detectar quais colaboradores podem precisar de apoio adicional.” Ela ainda destaca que, a partir dela, é possível detectar picos de estresse em determinadas épocas do ano e agir antes que o problema aumente. “Estamos evoluindo cada vez mais nesse sentido, com sistemas robustos para coletar e analisar dados de saúde e bem-estar, sempre garantindo que sejam protegidos e usados de forma ética”, finaliza Ana Paula.


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