PARA AS JOVENS MAMÃES
Reconhecer vozes, sentir carinhos e até conhecer o humor da mãe: bebês podem fazer tudo isso dentro do útero materno
É comum que as futuras mamães fiquem eufóricas quando sentem os primeiros chutes do bebê. E não é para menos, afinal essa é uma das formas mais conhecidas do vínculo entre mãe e bebê. Segundo Jurandir Passos, ginecologista, obstetra e especialista em medicina Fetal que integra o corpo clínico do Alta Excelência Diagnóstica, o bebê é capaz de sentir e perceber mais coisas do que imaginamos.
Nos últimos meses da gravidez, o bebê já reconhece a voz da mãe, percebe a luminosidade do ambiente e até sentir carinhos. “Ao longo da gestação, o bebê vai se desenvolvendo e ganhando mais sensibilidade, tanto física como emocionalmente. Por isso, ele passa a perceber melhor o mundo a sua volta”, afirma o médico.
Sabores
Como os sentidos do bebê ainda não estão completamente desenvolvidos, ele não conhece algumas sensações, como a do paladar. “Algumas mães acreditam que seus bebês têm preferência por determinados alimentos, mas na verdade eles ainda não reconhecem sabores. Quando os alimentos são digeridos no aparelho digestivo da mãe, eles são quebrados em substâncias que não contém nenhuma relação com a sua origem. Um doce, por exemplo, é quebrado em glicose, que não tem nenhum gosto associado”, lembra Passos.
Carinhos na barriga
Outra dúvida muito frequente nos casais que estão esperando um bebê é se os toques e carinhos feitos na barriga são sentidos pelo feto. Segundo Jurandir, a medida que vai crescendo, o feto fica mais próximo da superfície abdominal materna e pode sim sentir os toques, tanto maternos quanto paternos. Aliás, essa relação de carinho é importante, pois leva à uma estimulação fetal e, consequentemente, a uma reação, que pode ser desde uma pequena aceleração da frequência cardíaca até a resposta com movimentos corpóreos.
A intensidade e a forma de realizar esses toques é que vão levar a respostas diferentes. O ideal é que a gestante esteja em um lugar tranquilo e relaxada, e que o feto seja tocado de forma leve e constante, como se fosse feito uma pequena massagem ou carícia, com movimentos de vai e vem ou circulares. “Esses estímulos acabam ficando no subconsciente do feto e, após o nascimento, esses mesmos movimentos acabam levando o recém-nascido a se acalmar e relaxar se estiver sob algum tipo de desconforto”, salienta Jurandir.
Vozes
Embora o bebê não consiga saber o que está sendo falado ou cantado, ele pode distinguir as vibrações e timbres do som. À medida que a gestante conversa com o feto, o timbre de sua voz começa a ser guardado na memória do bebê e, ao nascer, ele o reconhece e fica mais calmo. Isso também acontece com a voz do pai e até com músicas.
Sentimentos
Os fetos ainda não conseguem distinguir se a mãe está nervosa ou feliz. Mas em algumas situações de nervoso ou ansiedade o corpo libera substâncias na corrente sanguínea que atuam também no feto, que podem responder com aceleração da frequência cardíaca e movimentos mais intensos do que o habitual.
O contrário também pode influenciar o desenvolvimento do bebê. Alguns estudos apontam que fetos de mães com baixo estresse e que tenham momentos de relaxamento apresentam melhor desenvolvimento intrauterino e movimentos mais calmos e harmoniosos.