A Comunicação Interna (CI) tem se tornado uma ferramenta estratégica essencial para as empresas, especialmente em tempos de mudanças rápidas e de maior exigência quanto à coerência entre os valores declarados e as ações práticas. No cenário atual, é fundamental que a CI não apenas transmita mensagens, mas também seja um catalisador para alinhar o propósito da organização com as práticas cotidianas, fortalecendo a conexão entre líderes, colaboradores e a missão da empresa. Para isso, é necessário que as empresas implementem boas práticas de CI, considerando a escolha dos canais, o desenvolvimento de conteúdos relevantes e a mensuração de resultados. Além disso, as organizações devem estar atentas ao impacto da comunicação na percepção de seus colaboradores, mantendo uma postura transparente e coerente, com foco no propósito e em ações que verdadeiramente refletem os valores da empresa.
No primeiro semestre, o 3° Fórum “Empresas que Melhor se Comunicam com Colaboradores trouxe discussões valiosas sobre como a comunicação interna e as práticas empresariais precisam caminhar juntas, especialmente ao conectar o propósito da organização com as ações diárias. O evento é promovido pelas Plataformas Melhor RH e Negócios da Comunicação, e pelo CECOM – Centro de Estudos da Comunicação, de forma on-line e gratuita. Entre os painéis apresentados, o “Be-a-bá da CI – Roteiro prático para implementar o essencial”, discutiu o tema e contou com a participação de Guilherme Almeida, Gerente de Comunicação Corporativa Sênior da Edenred; Lucas Moura, Gerente de Comunicação e Responsabilidade Corporativa da Construtora Tenda; e Caio Ferracina, Coordenador Sênior de Comunicação Interna e Endomarketing da LATAM Airlines. Durante esse painel, os especialistas discutiram a importância de estabelecer boas práticas de CI que estejam alinhadas aos novos tempos, destacando a necessidade de compreender os cenários e escolher os canais e métricas de desempenho mais adequados.
Guilherme Almeida destacou que a Comunicação Interna ganhou uma relevância significativa desde a pandemia, sendo reconhecida como uma das principais prioridades pelas lideranças, segundo pesquisas da GPTW. Para ele, a CI tem sido uma ferramenta crucial para manter os colaboradores informados e engajados, especialmente em tempos de incerteza. Caio Ferracina, por sua vez, refletiu sobre o retorno ao básico durante a pandemia, quando a comunicação deixou de ser apenas uma questão de ferramentas digitais e passou a focar no aspecto humano, em comunicar-se de forma clara e próxima. Ele ressaltou o desafio de adaptar a CI para diferentes públicos, como os trabalhadores de campo na construção civil, que exigem canais de comunicação específicos e acessíveis.
Outro painel importante foi o “Além do blablablá – Como conectar o propósito com a prática”, com a participação de Paola Klee, CEO da YC – Your Career Future; Filipe Xavier, Diretor de Comunicação & Branding para América Latina da GE Healthcare; e Adriana Wailemann Maia, Diretora de Comunicação do Grupo IOB. Este painel abordou como a Comunicação Interna é uma aliada das empresas na implementação de seus propósitos, alinhando as metas e os objetivos individuais dos colaboradores com a missão e os valores da organização. Filipe Xavier começou destacando o desafio de evitar discursos impessoais, especialmente em um cenário em que novas tecnologias, como o ChatGPT, estão se tornando parte do processo de criação de conteúdo. Ele enfatizou a importância de manter uma comunicação autêntica e pessoal, alinhada aos objetivos da empresa. Adriana Wailemann Maia ressaltou que, ao lidar com um grande número de colaboradores, é essencial compreender como as mensagens são recebidas e como a comunicação pode influenciar positivamente o engajamento com o propósito da organização. Paola Klee acrescentou que a comunicação com propósito vai além do contexto organizacional, sendo também um legado que se deixa para o mundo, não se limitando a uma situação ou circunstância específica dentro da empresa.
Com sua empresa atuando como apoiadora do evento, Paola Klee também transmite a percepção que encontra sobre o mercado, por meio do trabalho realizado pela YC – Your Career Future, relacionando propósito, cultura e comunicação interna. “Percebo que há uma intensificação e necessidade de aceleração em transpor os desafios em desenvolver uma cultura diversa, inclusiva, ágil e adaptável, inclusive para uma realidade de trabalho remoto. Há também um movimento muito positivo de maior apropriação da liderança em relação a gestão da cultura, o que antes víamos sendo tratado, dentro das empresas, como um tema de responsabilidade quase que exclusiva das áreas de Recursos Humanos.”, entende a executiva.
Contudo, Paola acrescenta: “o grande desafio ainda reside em integrar Cultura, Estratégia, Mudança e Comunicação. Costumo dizer que a Cultura aterrissa a Estratégia de uma empresa e a Comunicação decola o seu Crescimento! Ainda presenciamos desconexões importantes trazendo sérios impactos para as organizações e temos apoiado algumas empresas tanto na integração desses importantes componentes, como na qualificação da sua liderança para que sejam agentes integradores e habilitadores desse crescimento.”
ESG, Comunicação e Cultura
Ainda sobre propósito, no painel “Agenda de comunicação do amanhã – A integração de pautas e metas ESG na rotina do time”, a discussão foi centrada na incorporação das pautas ESG (ambientais, sociais e de governança) na comunicação interna das empresas. Carolina Prado, Diretora de Comunicação da Intel para a América Latina, e Fabiano Rangel, Executivo de Desenvolvimento Organizacional e Institucional, compartilharam seus insights sobre como a Comunicação Interna pode engajar os colaboradores nas estratégias de ESG, reforçando a importância dessas práticas no dia a dia da organização. Eles destacaram o papel fundamental da liderança na promoção de uma cultura responsável e na implementação de ações que reforcem os valores da empresa em todas as suas esferas.
Esses debates evidenciaram a importância da comunicação interna não apenas como uma ferramenta informativa, mas como um verdadeiro agente de transformação, alinhando a visão e o propósito da empresa com as práticas cotidianas. Para que isso aconteça de forma eficaz, é preciso que as empresas sejam consistentes em suas mensagens, garantindo que o propósito declarado se traduza em ações concretas e coerentes. O evento proporcionou uma reflexão sobre os desafios e as oportunidades da comunicação interna, destacando a necessidade de evolução constante para acompanhar as mudanças culturais e tecnológicas, e, principalmente, para que o propósito da organização seja refletido de maneira autêntica nas práticas do dia a dia.
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