Artigo

Confira a segunda parte do artigo “Como transformar gestores em multiplicadores da comunicação”

Renato Avanzi apresenta cinco novas formas de engajar as lideranças e transformá-las em agentes de comunicação

de Renato Avanzi em 30 de maio de 2023
Foto: Reprodução/Freepik

No artigo anterior eu compartilhei com você duas alternativas para conquistar a participação dos gestores no processo de comunicação corporativa, transformando cada um em multiplicador nas suas respectivas áreas. Relembrando, as duas primeiras possibilidades foram:

  1. Demonstrar os ganhos pessoais que os gestores terão ao se dedicarem à multiplicação das informações para suas equipes. Destaquei cinco recomendações para que os benefícios fiquem mais claros para os líderes: criação de equipes de alto desempenho; avaliações mais positivas dos funcionários; retenção de talentos na área; testemunhais e casos comprobatórios; e pesquisas que mostrem o desejo dos colaboradores.
  2. Envolver os gestores desde o início do processo de comunicação, para que eles se sintam envolvidos e ouvidos.

Agora, seguem mais cinco formas de engajar os gestores e transformá-los em agentes de comunicação.

Facilite o trabalho de cada um

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Nós sabemos muito bem que existem gestores com grande facilidade e gosto pela comunicação e outros com imensa dificuldade para se expressarem. Além disso, os líderes são cobrados o tempo todo pela alta cúpula para entregarem resultados para a empresa. Essa é a maior preocupação deles. Poucos percebem que a comunicação não é mais uma chateação solicitada a eles, mas é a chave para o bom desempenho das suas equipes, visando as entregas que o board espera deles.

Sabendo da dificuldade de muitos, procure facilitar a vida deles. Sempre que alguma informação estratégica deve chegar a todos os funcionários, crie um script que sirva de orientação para a conversa dos líderes com seus subordinados. Destaque neste script os principais pontos a serem abordados, os tópicos mais sensíveis, as questões que podem ser levantadas pelos funcionários e as melhores respostas a serem dadas. Esse é um papel importante da área de comunicação: suportar o desempenho dos gestores.

A César o que é de César

Complementando esta antiga citação, o que não for de César não deve ser atribuído a ele. Em outras palavras, os gestores devem ser incumbidos de multiplicar apenas as informações mais estratégicas para o negócio. Não exagere na dose, pedindo que divulguem todas as notícias, incluindo as que não têm relevância para o negócio. Querer que os líderes multipliquem banalidades vai apenas desgastar essa relação e torná-la ainda mais difícil para os assuntos que são verdadeiramente importantes.

Concursos para criar o hábito

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Tudo o que fazemos com regularidade transforma-se em um hábito e, a partir desse momento, passamos a desenvolver cotidianamente, de forma automática, sem necessidade de refletirmos a respeito. É isso o que esperamos dos gestores: que se comuniquem de forma habitual, sem a obrigatoriedade de estímulos constantes. Para chegarmos a esse ponto, uma boa alternativa é começarmos com a criação de concursos internos que estimulem os líderes a agirem com frequência como multiplicadores.

Relacione os principais critérios de uma boa comunicação entre as lideranças e suas equipes e promova um concurso em etapas sequenciais. Por exemplo: melhores gestores em comunicação assertiva; melhores em fornecimento de feedbacks; os mais destacados em comunicação não-violenta; os mais eficazes em comunicação inclusiva; etc.

A cada etapa os vencedores devem ser publicamente reconhecidos e premiados com o que fizer sentido dentro da sua empresa. Essa premiação e a visibilidade que o concurso vai proporcionar, estimulará os gestores a se esforçarem para se comunicarem e, com isso, aumentará a chance de transformarem esse comportamento em um hábito saudável e recompensado.

Desenvolvimento de soft skills

A finalidade de um concurso é estimular a atitude do funcionário e promover o exercício recorrente para aumentar sua habilidade. Portanto, ele atua em duas frentes dentro do conceito C.H.A. – Conhecimento, Habilidade e Atitude. Mas sem o conhecimento, não será possível obter os melhores resultados.

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Assim, é importante que haja um entendimento com a área de Desenvolvimento de Pessoas para que sejam oferecidos treinamentos aos líderes, ensinando as melhores técnicas para se tornarem excelentes comunicadores.

A obrigação também faz a comunicação

O ideal é a conscientização. Mas não existe no mundo uma experiência bem-sucedida de transformação social que não seja acompanhada de uma regra a ser cumprida, com consequências para quem não as cumpre. Ao lado de todo o esforço para conscientizar os gestores sobre a importância de se tornarem multiplicadores da comunicação, ajuda muito se eles tiverem um incentivo de duplo sentido: positivo e negativo. Algumas empresas incluem nos critérios para ter direito ao PLR – Participação nos Lucros e Resultados da empresa – a avaliação do gestor no quesito comunicação com sua equipe. Caso seja alcançada uma determinada média, o PLR estará garantido como incentivo positivo. Do contrário, o líder deixa de ganhar o PLR e esse é o lado negativo do processo.Com essa implicação financeira, o envolvimento dos gestores costuma ser muito mais intensa e de forma mais fácil se transforma em um bom hábito adquirido.

Ao todo foram sete alternativas que eu compartilhei com você: duas no artigo anterior e cinco neste. Se você ainda não conferiu o artigo anterior, acesse https://bit.ly/3MIeyBG. Implantadas na sua empresa, no todo ou em partes, você conseguirá formar um time de líderes capazes de promover a comunicação entre 100% dos funcionários e otimizar os resultados obtidos pela área de comunicação corporativa.

Renato Avanzi

Renato Avanzi é jornalista de formação, professor por vocação e escritor por devoção. Depois de atuar em várias redações de veículos, passou a trabalhar com comunicação corporativa. Atualmente é Coordenador do Master em Comunicação Empresarial Transmídia e da pós sobre Endomarketing Multimídia para Engajar Funcionários, ambos na ESPM. Autor de vários livros próprios e como ghost writer. É dono da agência Widoox – Desenvolvimento de Pessoas e Negócios.

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