Preocupados com o cenário atual do Brasil, muitas empresas e profissionais consolidados em posições gerenciais querem investir em MBAs executivos e estão buscando informações a respeito. A afirmação é de Karla Alcides, diretora do MBA executivo da University of Pittsburgh no Brasil, que está no País desde 1999. Segundo ela, eles estão buscando se diferenciar, garantir uma melhor preparação e também aumentar a sua performance
“É notável uma maior procura de executivos que estavam há muitos anos sem sentar em uma ‘cadeira escolar’ se preocupando em manter-se atualizado, ampliar network, expandir o conhecimento e, principalmente, ter mais ferramentas para enfrentar os desafios de momentos como este”, explica.
Karla acredita que é muito importante esta consciência que os executivos estão tendo para se prepararem melhor para momentos diversos, mas lembra que o profissional que esse profissional precisa ter como objetivo um aperfeiçoamento contínuo com foco, por exemplo, em liderança, trajetória internacional ou habilidades gerenciais para realizar seus projetos de médio e longo prazos. “O executivo vai muito além de manter seu rendimento, ele traz perspectivas e faz a diferença em seu ambiente”, acrescenta. Acompanhe a entrevista.
1 – Apesar da crise, o número de matrículas tem aumentado? Ou está estável?
O setor de educação não deixou de ser afetado pela crise, mas mais do que uma redução, notamos uma mudança no perfil do candidato. É notável uma maior procura de executivos que estavam há muitos anos sem sentar em uma “cadeira escolar” se preocupando em manter-se atualizado, ampliar network, expandir o conhecimento e, principalmente, ter mais ferramentas para enfrentar os desafios de momentos como este.
2 – Qual a importância, em um momento como esse, em investir na capacitação?
É extremamente importante esta consciência que os executivos estão tendo para se prepararem melhor para momentos diversos. Além de ferramentas de gestão, skills como liderança, ética, negociação, resiliência e gestão de mudança são fundamentais para os executivos e suas empresas. O executivo vai muito além de manter seu rendimento, ele traz perspectivas e faz a diferença em seu ambiente.
3 – No caso de empresas que bancam o curso (ou boa parte dele) para seus funcionários, esse auxílio tem se mantido neste ano?
Muitas empresas repensaram o investimento em programas de longo prazo como MBAs, mas é notável a visão estratégica de outras que utilizam este investimento como forma de retenção. Afinal de contas, é extremamente favorável não apenas ter “estrelas” brilhando ainda mais em seus times, mas também iluminando todos ao seu redor. A retenção acontece naturalmente quando a empresa investe nas suas peças chaves, em suas “estrelas” ou “talentos”. São empresas que fazem planejamento de longo prazo e conseguem alocar este recurso como investimento e não custo.
4 – O fato de um grande número de instituições oferecer inúmeros programas de MBA no mercado tem contribuído para uma banalização desses cursos ou até a percepção de que não fazem tanta diferença como antes no currículo?
Mesmo com um grande número de instituições oferecendo programas de MBA no Brasil, mesmo que muitos não possam assim ser classificados como tal por não terem o currículo mínimo, o percentual de executivos ainda não chega a 15%. Isto é um valor muito baixo e o mercado é praticamente inexplorado. Temos muito o que melhorar nas ofertas: tanto na qualidade quando na quantidade. Na qualidade, referencio o ANAMBA, que realiza um trabalho para auxiliar as escolas a terem referencias de padrões de qualidade para seus cursos. E na quantidade, as escolas internacionais vem participando cada vez mais diretamente ou indiretamente pela compra de redes pelo Brasil.