Inovação

Cultura de dados é o combustível que impulsiona a inovação nas organizações

Quando os dados orientam as decisões, a inovação avança com mais força e propósito nas empresas, fortalecendo a atuação estratégica do RH

de Priscila Perez em 16 de janeiro de 2025
Cultura de dados e inovação Foto: Reprodução/Freepik

Se a inovação é o motor do futuro, a cultura de dados é o combustível que o mantém em movimento. Hoje, para muitas empresas, o uso de dados não apenas impulsiona a tomada de decisões mais assertivas, mas também oferece ao RH a oportunidade de atuar estrategicamente, indo além do suporte operacional. Dados permitem identificar padrões, entender comportamentos e antecipar tendências, oferecendo a segurança necessária para que as organizações possam testar ideias, corrigir rotas e criar estratégias que fortalecem o engajamento e a retenção de talentos. Nesse encontro entre criatividade e números, a cultura de dados se torna o ponto de partida para uma inovação sustentável, fundamentada em decisões humanizadas que beneficiam tanto os colaboradores quanto o próprio negócio.

Decisões que fazem a diferença

Definitivamente, os dados transformaram a gestão de pessoas. O que antes dependia de achismos e percepções subjetivas, agora é sustentado por análises mais precisas. Se vale a comparação, navegar no ambiente corporativo sem dados seria como atravessar o oceano com uma bússola quebrada e sem GPS – um risco desnecessário diante dos desafios que o mercado já impõe. Agora, com a cultura de dados cada vez mais consolidada, o RH não só assumiu um papel central no desenvolvimento humano, mas também se tornou peça-chave para impulsionar a inovação e conectar as decisões à realidade dos colaboradores.

Se hoje o RH é reconhecido como uma área estratégica, é porque passou a acompanhar de perto tudo o que influencia o capital humano. Com apoio de dados, ele consegue personalizar iniciativas, antecipar problemas e propor soluções bem embasadas. Para Gisele Gibson, diretora de Pessoas e Cultura da Invillia, esse é o grande diferencial do RH moderno. “Os dados não só melhoram a precisão e a eficácia das estratégias de engajamento, retenção e desenvolvimento de talentos, mas também permite que as empresas criem um ambiente de trabalho mais satisfatório e produtivo”, reflete. Em resumo, os dados tornam a atuação do RH mais relevante e menos subjetiva.

Inovação e cultura de dados
Gisele Gibson, da Invillia

Na Invillia, a cultura de dados tem gerado impactos significativos em três pilares fundamentais ao sucesso organizacional: bem-estar, inovação e resultados. Ferramentas como o Happiness, que monitora o clima organizacional e o engajamento, e avaliações de desempenho com feedbacks 360° são exemplos de iniciativas que têm transformado números em ações concretas. Como bem explica a executiva, essas práticas permitem que decisões baseadas em dados priorizem a experiência do colaborador, promovendo confiança, senso de pertencimento e inovação. “Construímos um ambiente colaborativo e engajado, onde nossos colaboradores se tornam agentes ativos nas iniciativas internas”, destaca.

Insights

Porém, não se trata apenas de obter e analisar números, mas de utilizá-los para criar conexões genuínas com os colaboradores e entregar resultados palpáveis. Daniel Arouca, diretor de Recursos Humanos da Colgate-Palmolive, explica que os dados têm sido cruciais para entender as reais necessidades das pessoas, identificar padrões/tendências e criar estratégias mais direcionadas. “Conseguimos analisar correlações, como entre remuneração, frequência de treinamentos e turnover. Essas análises nos permitem encontrar insights valiosos e criar planos de ação direcionados para resolver desafios e aproveitar oportunidades.”

Na Colgate-Palmolive, os dados revelaram oportunidades estratégicas que transformaram a gestão de pessoas. Entre elas, estavam questões relacionadas à remuneração dos funcionários, frequência de treinamentos e ações de desenvolvimento. Segundo Daniel, esse olhar mais aprofundado permitiu alinhar programas de aprendizado às necessidades reais dos colaboradores, reduzir o turnover e fortalecer o engajamento interno.

Inovação e cultura de dados
Daniel Arouca, da Colgate-Palmolive,

Testar sem medo

Sem dúvida, inovação é um conceito encantador e indispensável para a sobrevivência de qualquer empresa. Tem a ver com criar algo novo ou melhorar o que já existe, um processo que inevitavelmente envolve erros, tempo e recursos. Diante disso, surge a pergunta: é possível experimentar sem correr riscos desnecessários?

A verdade é que não dá para inovar sem assumir riscos, mas é possível, sim, torná-los mais calculados e fazer escolhas muito mais assertivas ao longo do caminho. É aqui que a cultura de dados entra em cena, oferecendo o respaldo necessário para que a inovação aconteça com segurança. “Os dados são fundamentais para fomentar uma cultura de experimentação e aprendizado porque fornecem uma base objetiva para testar ideias, avaliar resultados e aprender com os erros de maneira estruturada”, explica Gisele.

Mensurar, ajustar e aprender

Para a diretora de Pessoas e Cultura da Invillia, a segurança proporcionada pelos dados representa um verdadeiro divisor de águas na gestão de pessoas. E voltando ao exemplo anterior, agora com o GPS ativo, dá para realizar ajustes em tempo real, mensurar rapidamente os resultados e tomar decisões com assertividade. E isso, segundo Gisele Gibson, não apenas aprimora as práticas organizacionais, mas também promove uma mentalidade de aprendizado contínuo – uma base indispensável para a inovação. “Com essa cultura, os dados deixam de ser meramente operacionais e se tornam impulsionadores de ideias disruptivas, permitindo que o RH evolua e proporcione experiências mais significativas”, crava.

Compartilhando da mesma visão, Daniel Arouca destaca que a análise de dados é o que dá sustentação à cultura de aprendizado contínuo na empresa. Esse mindset “data driven” não apenas fortalece o negócio, mas também aumenta a confiança dos colaboradores diante das mudanças. “A cultura de dados proporciona uma base sólida para a experimentação, permitindo avaliar resultados e ajustar abordagens com mais confiança. Isso incentiva a busca constante por melhorias, fortalecendo uma cultura de aprendizado e inovação”, explica.  Segundo ele, essa combinação de coragem e planejamento é o que transforma o erro em uma oportunidade de crescimento, e não em um mero obstáculo.

Cultura de dados e inovação
Foto: imagem gerada por IA – DALL·E

A mudança começa na mentalidade

Todavia, a cultura de dados e inovação não se constrói do dia para a noite. Antes que uma ideia disruptiva venha à tona, o RH precisa trabalhar na base: mudar a mentalidade da equipe, quebrar resistências e criar um ambiente onde aprendizado, colaboração e autonomia sejam realmente valorizados. Gisele Gibson, da Invillia, acredita que tudo começa com curiosidade e abertura para questionar. “É fundamental abandonar o medo de testar, errar e corrigir, adotando uma postura de aprendizado contínuo”, afirma. Na Invillia, esse mindset é reforçado por meio de programas de certificação e incentivos para que os colaboradores participem de comunidades que estimulam o desenvolvimento. Assim, segundo ela, o colaborador se torna protagonista de sua própria jornada de crescimento.

Não é por acaso que conscientizar as equipes sobre o impacto positivo dos dados é indispensável para construir uma mentalidade genuinamente inovadora. Na prática, quando as pessoas compreendem como os dados podem gerar melhorias práticas, elas se tornam mais engajadas e receptivas à inovação. Quem faz o apontamento é Daniel Arouca, diretor de RH da Colgate-Palmolive. “Promover a conscientização e incentivar o uso de análises ajuda não apenas a aumentar a produtividade, mas também a explorar novas formas de trabalho”, pontua. No fim das contas, é uma jornada que exige conscientização e aprendizado constante. “É necessário cultivar uma mentalidade que valorize tanto a tomada de decisão baseada em dados quanto a abertura para novas ideias”, conclui Daniel.

Foto: Reprodução/Freepik

Sensibilidade e contexto

Certamente, você já ouviu a famosa frase: “os números não mentem”. Pois é, eles dizem muito, mas sem o olhar humano para contextualizá-los, são apenas um amontoado de informações sem significado. A verdadeira mágica acontece quando dados e empatia se combinam em estratégias que respeitam tanto as necessidades do negócio quanto as das pessoas. Na Invillia, a LLIA, plataforma de inteligência artificial da empresa, é um exemplo desse equilíbrio. “Com ela, conseguimos alinhar as metas corporativas às necessidades humanas, criando estratégias equilibradas e humanizadas”, explica Gisele Gibson.

Com módulos como o AI Management, que acompanha o desempenho dos times, e o AI QuickMatch, que acelera entrevistas técnicas e comportamentais, a tecnologia não só otimiza processos internos, como também entrega insights valiosos para o RH. No fim das contas, o sucesso não está nos números em si, mas no que eles possibilitam construir. Com dados qualitativos em mãos, os profissionais de RH podem, como Gisele destaca, tomar decisões de maneira mais criativa, imparcial, relevante e humanizada.

E é a colaboração que garante às estratégias esse toque humano. Para Daniel Arouca, da Colgate-Palmolive, a análise de dados precisa envolver diferentes áreas para que as decisões tenham relevância e impacto. Não é apenas sobre o que os números mostram, mas sobre como interpretamos e aplicamos essas informações. Eles são apenas o ponto de partida. “Para transformar dados em estratégias assertivas, é importante adotarmos uma abordagem colaborativa, envolvendo diferentes áreas e mantendo o foco no equilíbrio entre objetivos organizacionais e as expectativas dos colaboradores”, finaliza.


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