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Diversidade traz conhecimento

O diferencial das equipes diversas, com a presença de PCDs, foi tema do 3º Fórum Melhor RH Confiança

de Redação em 27 de janeiro de 2023

Cada vez mais reconhecidos em estudos e pesquisas, os benefícios da inclusão e da diversidade nas empresas são inúmeros. Valorizar as diferenças é possibilitar mais abertura para o compartilhamento de experiências e o aprendizado. Apesar disso, os dados ainda mostram que o mercado tem muito o que fazer pelo tema. Segundo a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) divulgada pelo Ministério da Economia em 2018, dos 46 milhões de vínculos de emprego formal, somente 486 mil estavam direcionados às pessoas com deficiência, ou seja, apenas 1%. Painel Diversidade traz Conhecimento, do 3º Fórum Melhor RH Confiança, discutiu o tema, na presença de Carolina Ignarra, CEO do Grupo Talento Incluir; Carlos Alberto Maioli Jorge, Diretor da Hippocampus Psicologia; e Alessandra Micillo, Gerente de T&D/BP LATAM da Martin Brower.

De acordo com a CEO do Grupo Talento Incluir e cadeirante, Carolina Ignarra, a diversidade e a inclusão nas empresas exigem mais que empatia para serem efetivas e transformadoras. “Não basta as pessoas se colocarem no lugar de outra, é preciso entender a realidade do outro e valorizá-la. Só vou entender o sentimento de opressão que uma pessoa tem ao passar por uma situação ao amá-la. É preciso haver uma conexão emocional para que a empatia faça sentido e seja agente de mudança”, explica. 

Outra questão que precisa ser enfrentada quando o assunto é diversidade é como fortalecer o emocional de quem vive ou viveu situações de exclusão que antecederam a sua chegada ao mercado de trabalho. “ Quando buscamos um grupo heterogênio, formado por pessoas com deficiência, mulheres, negros, LGBT,  há uma necessidade de empoderá-las. Algo que está mais associado ao desenvolvimento pessoal e emocional que à capacitação técnica propriamente dita. Isso porque essas pessoas precisam se sentir seguras”, informa o Diretor da Hippocampus Psicologia, Carlos Alberto Maioli Jorge. “Para isso acontecer, é preciso incentivar programas que tenham o apoio da equipe de RH, gestores e presidente, estimulando encontros, conversas e treinamentos que melhorem a autoestima e confiança destes profissionais, de maneira que fiquem mais preparadas e integradas.”

Para a Gerente de T&D/BP LATAM da Martin Brower, Alessandra Micillo, também há a necessidade de se quebrar o viés inconsciente de todas as lideranças envolvidas. “E isso significa fazer um trabalho de sensibilização das lideranças para desmistificar crenças e comportamentos internos e externos que possibilitam a atuação efetiva nas situações de resistência, além de criar espaços de escuta genuína. Afinal, inclusão não é um desafio apenas do RH, mas de toda a organização”, garante.

Não é demais repetir que quanto mais diversa for uma equipe, maior será a sua capacidade para inovar e trazer soluções para a empresa. “O que as organizações precisam entender é que não é preciso reinventar a roda. Há muitos programas que já estão dando resultados positivos e que podem servir de inspiração, desde que, ao implementá-lo, se leve em consideração suas peculiaridades enquanto negócio”, informa Carolina. “Também é fundamental que as companhias tenham um olhar para a jornada de carreira de todos os colaboradores, não apenas de PCDs. A capacitação do profissional, qualquer que seja ele, deve ser contínua. Os líderes precisam entender que eles devem cuidar das pessoas por convicção, e não por obrigação.”

Cultura de cuidado

Outro painel do primeiro dia do evento – A influência da mente –  trouxe à discussão exatamente a cultura do cuidado: o papel da saúde e do bem-estar nas metas das lideranças. Momento contou com a participação de Mariângela Fragão, Gerente de Arquitetura e Pré-Vendas da Techware; Fátima Macedo, CEO e Diretora Geral da Mental Clean, e Rodrigo André Fernandes, Diretor de RH da Claro.

Fátima destacou a importância da segurança psicológica na empresa, que torna o ambiente seguro e confortável para colaborações, exposição de identidades e opiniões, e o respeito aos limites: começo, meio e fim de um dia de trabalho, principalmente das mulheres. “Esses temas foram muito discutidos, mas é interessante como eles ainda geram dúvidas”, comentou a executiva.

Mariângela lembra o desafio de promover bem-estar a equipes extensas, citando o trabalho da Claro junto aos seus mais de 40 mil colaboradores.

Responsável pelo RH da empresa, Fernandes entende, por sua vez, que, em se tratando de saúde mental, o olhar deve se estender também às famílias dos empregados. Postura que favorece o bem-estar corporativo e  humaniza a atuação da companhia.

“É um trabalho de transformação da cultura, de formiguinha, não é da noite para o dia”, ressaltou o executivo. E citou o programa da empresa, Dê um Off para Estar On, que prevê pausas e controle da agenda, a fim de evitar sobrecargas de trabalho, e canais abertos e seguros para conversar sobre saúde mental e pedir ajuda, se necessário.

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