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Educação corporativa 4.0: olhar estratégico para a velocidade das mudanças

Investimentos em treinamento diminuíram, mas o volume de horas de aulas e acompanhamentos aumentou, com a adoção de tecnologia

de Sandra Cristina Domingos em 16 de dezembro de 2021

Aceleradas pela pandemia e visando a recuperação econômica e a necessidade da obtenção de resultados de forma mais rápida, as empresas estão ajustando os seus modelos de trabalho. O home office passou a ser realidade para muitas delas de forma integral ou híbrida. Esta modalidade de trabalho estimulou a criatividade e a inovação para os modelos de negócios, assim como estratégias de posicionamento no mercado corporativo. 

O novo contexto está exigindo uma mudança dos sistemas de educação corporativa, principalmente considerando o uso da tecnologia. Instituições educacionais e empresas, de modo geral, precisam considerar as ações de educação à distância, o ensino híbrido, a personalização da aprendizagem, a agilidade no desenvolvimento de competências e a priorização das soft skills para o enfrentamento dos impactos gerados pela pandemia e a velocidade das mudanças.  

O trabalho remoto e o uso da tecnologia trazem desafios extras para as empresas: manter a qualidade das relações humanas e a interação entre os colaboradores, aspectos fundamentais para a manutenção da motivação e para o desempenho dos profissionais.  

Com o aumento da competitividade, a necessidade de adequação em relação às novas tendências de mercado, a automatização de processos e a urgência pelo desenvolvimento constante dos colaboradores, as companhias precisam, cada vez mais, utilizar a educação a distância e a tecnologia para compor as ações de educação corporativa. 

O uso das plataformas de educação à distância propicia maior agilidade e novas formas de aprendizagem colaborativa entre os profissionais. Há uma necessidade muito grande de desenvolvimento por parte dos colaboradores e, ao mesmo tempo, as empresas estão precisando de profissionais qualificados para atenderem as novas exigências do mercado. Sendo assim, as ações educacionais corporativas precisam acontecer de forma ágil, prática, objetiva e flexível.

A pandemia acelerou questões que já se apresentavam, tais como a necessidade dos sistemas de educação corporativa se adequarem aos novos formatos e a inclusão das ações on-line para obter escala, agilidade e reduzir custos com desenvolvimento.  

Com grande parte dos profissionais trabalhando de forma remota e on-line, a situação “obrigou” as empresas a repensarem as suas estratégias e métodos para atenderem as necessidades, desejos e desafios da nova realidade do mercado. 

Basear grande parte das ações de educação corporativa no on-line traz alguns desafios que as empresas precisam enfrentar, tais como:  a geração de conteúdos digitais relevantes e adequados às necessidades das novas estratégias de negócios (contar com profissionais internos e fornecedores externos com expertise necessária); utilização de plataforma digital de ensino que seja flexível e permita vários formatos e a integração entre as diversas ações para o acompanhamento do desenvolvimento de cada profissional e das equipes;  promover o engajamento dos usuários estimulando e motivando o consumo dos conteúdos e iniciativas; promover um espaço para ouvir as sugestões dos usuários e propiciar as trocas de conhecimento e experiências.

Embora os investimentos em Treinamento & Desenvolvimento tenham diminuído em 2021, o volume de horas de treinamento aumentou, pois programas que seriam feitos presencialmente foram realizados de modo virtual e com redução de custos, segundo a pesquisa da Panorama de Treinamento no Brasil 2020/2021. 

O levantamento mostrou que os programas corporativos on-line a partir de interação ao vivo com professores e tutores cresceram 200%. Este formato, aliás, deve permanecer como um legado da pandemia.  

Também houve apontamento de que o investimento nas lideranças é maior do que nas áreas operacionais. Entendo que isto deva permanecer, pois o cenário econômico atual e o novo formato de trabalho exigirão uma condução adequada e diretiva da gestão em relação às suas equipes a fim de que metas e resultados sejam obtidos.

As equipes comerciais também serão foco deste investimento, objetivando o aumento das vendas e a recuperação da participação no mercado pelas empresas dos diversos segmentos.  

Por fim, para entender as tendências futuras, precisamos analisar o que já estamos enfrentando, como o apreço pela aprendizagem móvel, a necessidade de interação e do uso de diferentes recursos para manter a motivação e o engajamento, além das tendências como microlearnings e social learnings

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Sandra Cristina Domingos

Sandra Cristina Domingos é coordenadora do Atendimento Corporativo do Senac São Paulo