Entrevista

Exemplo para unir e engajar

Sérgio Bacci, presidente da Transpetro, fala sobre como comunicação e cultura corporativa são indissociáveis e como o gestor contribui para engajar a equipe, com escuta ativa e portas abertas

de Jussara Goyano em 27 de junho de 2024
Fotos: Divulgação Transpetro/ Marcelo Gonzalez

Com a  trajetória profissional concentrada há mais de 20 anos nos setores naval e offshore, logística e transporte marítimo, Sérgio Bacci está conectado diretamente ao core business da Transpetro, companhia que preside e que teve projeto ganhador de destaque, recentemente, no 2° Prêmio Empresas que Melhor se Comunicam com Colaboradores (PEMCC), promovido pelas Plataformas Melhor RH e Negócios da Comunicação, e pelo CECOM – Centro de Estudos da Comunicação. O case destacado, intitulado Transpetro de Portas Abertas: Programa de Visitas Virtuais, mostrou todos os departamentos e locais da companhia a todos os stakeholders, favorecendo a integração e o engajamento. 

A companhia comemorou, no ano passado, em junho, seus 25 anos de existência, com a atuação direta de seu mais recente gestor na união da equipe em torno da consolidação de seu legado no setor e de sua cultura interna (outro case participante do PEMCC, o Circuito Somos Todos Transpetro Pelos Quatros Cantos, que concorreu em duas categorias, fez parte dessa comemoração. Ao todo, sete projetos da empresa fizeram parte da shortlist de finalistas da premiação.)

“Desde que cheguei à companhia, há pouco mais de um ano, temos alcançado conquistas que superam a expectativa que eu tinha traçado”, conta Bacci. Para além do resultado financeiro, que foi bastante expressivo no último ano,  os investimentos sociais foram retomados, priorizando também, enquanto empresa estatal, o desenvolvimento do país, ele destaca. “De Norte a Sul do Brasil, a Transpetro é uma nova empresa no que tange as questões de responsabilidade social”, enfatiza.

A outra realização que traz muita alegria ao executivo está no campo do clima organizacional. Trata-se do resgate do orgulho da força de trabalho em fazer parte dessa companhia, que tem uma grande história e está agora construindo um futuro ainda mais promissor. Episódio que se baseia em comunicação interna e gestão de pessoas, de uma forma diferenciada, com o apoio e o exemplo do alto escalão da companhia.  “Essas são as duas mudanças que eu mais me orgulho”, ele comemora, compartilhando um pouco sobre ambas nesta entrevista à Melhor RH.

Como a Transpetro trabalha sua comunicação interna com vistas ao alinhamento cultural? Qual a diferença de um olhar próximo do primeiro escalão sobre as ações realizadas pela empresa neste sentido e em prol do engajamento da equipe?

Um dos direcionadores de comunicação interna que implementei foi a transparência e a proximidade das lideranças com a força de trabalho. Estimulei a reabertura do diálogo e assumi pessoalmente o compromisso de visitar todos os ativos da companhia, de terra e mar, para fazer escuta ativa, poder conversar com as pessoas e ver de perto o dia a dia da empresa. Já estou na reta final desse roadshow, uma experiência incrível e que permite me conectar com a força de trabalho de norte a sul, ouvir seus anseios, levar as mensagens da diretoria e criar vínculos que vão muito além da relação trabalhista. Iniciativas como essa promovem o senso de protagonismo nos nossos trabalhadores e trabalhadoras, trazendo engajamento da força de trabalho aos objetivos do negócio e com isso ótimos resultados. 

Como vê o papel do gestor C-Level nesse alinhamento e na atenção a uma atuação conjunta entre comunicação e RH?

Bacci: “a palavra convence, mas o exemplo arrasta”

São duas áreas que considero tão relevantes que estão alocadas diretamente junto à presidência na estrutura organizacional da companhia. Na minha visão, essas áreas devem caminhar lado a lado com a liderança porque vão contribuir na consolidação da estratégia organizacional. A sintonia entre o trabalho das áreas de comunicação e RH é fundamental principalmente para que se gere engajamento e produtividade nas equipes. A partir desse trabalho conjunto, é possível criar um clima organizacional positivo que vai permitir não só o sucesso da organização, como também criar oportunidades para que as próprias pessoas também cresçam e prosperem.

Como toda essa visão integrada impactou a comemoração dos 25 anos da Transpetro? Há um balanço de tudo isso que possa definir o status da reputação, da marca empregadora e do engajamento junto aos colaboradores da empresa e ao mercado?

Eu tive o privilégio de chegar à Transpetro no ano em que a empresa completou 25 anos de existência. Uma data extremamente simbólica e que foi muito comemorada por nós, com um planejamento que englobou diversas ações nas nossas unidades de terra e mar e que teve um cronograma de execução que se estendeu até o final de 2023.Um trabalho tão grande e complexo como esse e com resultados tão expressivos só poderia ter sido realizado por meio da integração e do comprometimento de diversas áreas. E podemos dizer que ele atingiu o seu objetivo, que era o de estimular o comprometimento e o orgulho da nossa força de trabalho. A partir da celebração da história da empresa, engajamos os trabalhadores a fazerem parte do seu futuro.No âmbito externo, a campanha dos 25 anos buscou ajudar a fortalecer a reputação da Transpetro e reforçar a presença da marca. Previmos a adoção de uma estratégia ativa de comunicação, que até hoje vem tornando a nossa marca cada vez mais forte e percebida de forma positiva pelos nossos stakeholders. Desde maio de 2023, após novo direcionamento de comunicação, conquistamos mais de 7 mil novos seguidores por mês e hoje estamos com mais de 150 mil seguidores na nossa rede vocacionada para o mercado corporativo.

Na ação “Somos Transpetro pelos Quatro Cantos”, o que ficou evidente, em sua opinião, sobre o envolvimento dos colaboradores com o legado da companhia?

Esta foi uma parte do plano que fiz questão de lançar, iniciando a rota que foi percorrida pela caixa por todo o Brasil. Essa ação uniu nossos trabalhadores de Norte a Sul do país e comprovou nossa competência logística e integração nacional. Conseguimos, por meio dessa estratégia, unir a força de trabalho de todas as regiões, de terra e mar, demonstrando coesão, celebrando nossa diversidade cultural, a criatividade e o comprometimento que temos com a excelência nos serviços que nos caracterizam.

Sua participação junto à equipe no evento de entrega do 2° Prêmio Empresas que Melhor se Comunicam com Colaboradores foi notada como um reflexo do diferencial de sua presença próxima às equipes estratégicas de comunicação e pessoas da companhia, bem como de sua liderança acessível junto aos colaboradores em geral. Qual sua visão sobre o apoio da gestão ao engajamento nesse tipo de iniciativa? Uma premiação como essa reverbera internamente em forma de melhores práticas e valorização das equipes?

Ficamos entre as empresas finalistas com sete cases, concorrendo com 87 projetos de todo o país. Esse é um resultado extremamente relevante do meu time e que merece ser reconhecido de perto. Acredito ser muito importante exercer uma liderança que engaja as pessoas nas metas da companhia, reconhece as conquistas e celebra os seus feitos.  

Deixe, se possível, uma mensagem aos gestores para auxiliá-los em alguns dos principais desafios corporativos: motivar, engajar, cascatear a cultura, com vistas à melhor experiência do colaborador e à performance alinhada às atuais demandas de competitividade.

Os gestores, na minha opinião, precisam ser exemplos daquilo que querem que seja desdobrado para suas equipes. Gosto muito da frase “a palavra convence, mas o exemplo arrasta”. Ela traduz a coerência que é necessária para mobilizar pessoas ao propósito organizacional. Além disso, num mundo tão tecnológico e digital, acredito que o desafio atual seja construir nas lideranças um olhar humanizado para as equipes, ver as pessoas para além dos números. Esses dois atributos que mencionei são os principais e os que eu busco diariamente incorporar nas minhas ações de liderança.

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