Felicidade corporativa é um tema muito falado nos últimos tempos, com razão. Mas o que a diferencia da experiência do colaborador? Entendo que ela está um degrau acima, porque as empresas podem transformar seus ambientes em uma experiência positiva que permita que sua força de trabalho tenha uma performance melhor e, ainda assim, parte dela não se sinta feliz em suas atividades. Isso porque a felicidade corporativa não está conectada com salários, níveis hierárquicos ou ferramentas e tecnologias disponíveis. Ela está ligada em enxergar valor naquilo que você faz. É preciso um alinhamento entre o propósito do colaborador e o da empresa. Por isso, acredito que apenas uma via de mão dupla, percorrida pelo colaborador e pela empresa, leva à felicidade corporativa.
Com título de PHD pela Universidade de Stanford (EUA), a professora de psicologia Sonja Lyubomirsky é autora do livro “A Ciência da Felicidade: Como Atingir a Felicidade Duradorura”. Ela define felicidade como uma “experiência de contentamento e bem-estar, combinada com a sensação de que a vida possui sentido e vale a pena”. Conceito que pode ser adaptado para felicidade corporativa como uma “experiência de contentamento e bem-estar, combinada com a sensação de que o trabalho possui sentido e vale a pena”.
A questão é: como essas experiências e sensações podem ser proporcionadas? Líder mundial de soluções de recrutamento de talentos, a consultoria Robert Half realizou um estudo internacional com 23 mil profissionais de Capital Humano que apontou os principais fatores que influenciam a felicidade no trabalho: sensação de empoderamento; valorização e reconhecimento; trabalho interessante e significativo; senso de igualdade; e relações de trabalho positivas.
Proporcionar essas condições é o grande desafio das empresas, mas não depende apenas delas, os colaboradores também precisam atuar em busca disso. Funciona, de certa forma, como em um relacionamento com outra pessoa: o colaborador tem que se abrir para alcançar a felicidade corporativa e realizar uma troca com a companhia, sem colocar toda a responsabilidade no outro. Neste caso, a corporação onde trabalha.
Ao mesmo tempo que a empresa precisa oferecer uma cultura corporativa estruturada e adequada, com um propósito muito claro, além dos ambientes físicos e tecnológicos necessários, o colaborador precisa realizar um trabalho de autoconhecimento para entender seus propósitos e avaliar se estão alinhados com os da companhia. No UnitedHealth Group Brasil, temos a vantagem de ter uma missão muito clara de ajudar as pessoas a viver de forma mais saudável e de contribuir para que o sistema de saúde funcione melhor para todos.
E de que boa parte de nossa força de trabalho enxerga esse propósito como encantador, mesmo as milhares de pessoas que não atuam diretamente no atendimento aos pacientes. Isso ficou muito claro durante a Semana MULTIplica, evento interno online que realizamos no fim de outubro e que reuniu conteúdos sobre cultura, inclusão, diversidade, bem-estar, carreira e felicidade para todos os nossos mais de 38 mil colaboradores. Falou-se bastante sobre autoconhecimento dos colaboradores e do seu protagonismo na busca pela felicidade corporativa, assim como as formas e ferramentas que a empresa pode colaborar nessa jornada.
Como a campanha do Pause, fundamental na busca do equilíbrio entre vida profissional e pessoal para quem está em regime de home office. Estabelecemos regras como a que indica que sexta-feira à tarde não há reuniões em nossa organização, a que o uso de câmera aberta nos encontros remotos é opcional, ou a que reuniões com previsão de uma hora devem durar, na prática, 50 minutos, com 10 minutos sendo deixados para o colaborador usar como lhe for mais conveniente e adequado. Essas regras são bons exemplos de como empoderamos os colaboradores e pavimentamos a via de mão dupla para que eles possam trabalhar com suas lideranças na busca de seu bem-estar pessoal, quando necessário, e consigam caminhar juntos com a empresa na busca da felicidade corporativa.
Gostaria também de lembrar que felicidade é um sentimento que é construído a longo prazo e que não seremos felizes o tempo todo, todos os dias. Haverá dias menos e outros mais satisfatórios. Mas, em relação à felicidade corporativa, quando o propósito do colaborador e da empresa estiverem alinhados, os momentos felizes prevalecerão com maior frequência, sem dúvidas.