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Gestão de pessoas, estratégica também para o ESG

Valorização da empresa ocorre com gestão estratégica da diversidade e inclusão etária, entre outros fatores

de Rogério Correa em 9 de dezembro de 2021
co-working em diversidade/ Crédito: Lookstudio/ Freepik Lookstudio/ Freepik

A sigla ESG, que corresponde a Environmental, Social and Corporative Governance (ou governança ambiental, social e corporativa), tornou-se
sinônimo de boas práticas que hoje, no mundo dos negócios, são
perseguidas pelas empresas que, além de valorizar as causas ligadas à
sustentabilidade, estão atentas aos sinais emitidos pelos investidores, cada vez mais atraídos por companhias comprometidas positivamente
com a sociedade.
 
A governança corporativa, propriamente dita, mais focada em aspectos
como combate à corrupção, proteção de dados, transparência, compliance
e accountability, foi a primeira a despertar a atenção dos investidores e já
está na pauta das empresas de médio a grande porte há vários anos.
 
Mais recentemente, porém, outros requisitos passaram a ter sua
importância reconhecida pelos investidores, consumidores e sociedade de
forma geral.
 
Em 2004, o então secretário-geral da ONU, Kofi Annan, cunhou a sigla ESG
numa publicação do Pacto Global, chamada Who Cares Wins – em
tradução literal, algo como “quem se importa ganha” – e recomendou a 55
grandes instituições financeiras mundiais que incorporassem princípios
sociais, ambientais e de governança em suas análises de investimento.
 
Mas foi apenas em 2020 que Larry Fink, diretor-executivo da BlackRock, a
maior gestora de fundos do mundo, anunciou que a sustentabilidade se
tornaria critério para decisões de investimento, prevendo ainda que as
empresas não comprometidas com o tema encontrariam cada vez maiores
dificuldades em captar recursos. A partir daí ficou claro que o compromisso das empresas com boas práticas socio-ambientais ganhava
novos contornos e impunha novas práticas.
 
Hoje, todas as ações voltadas à proteção dos recursos naturais e do meio
ambiente, inclusão social, diversidade, redução da desigualdade, entre
outras, são crescentemente valorizadas pelos investidores e pelo público
consumidor que, cada vez mais consciente, vem dando preferência às
empresas ambiental e socialmente responsáveis.
 
No Brasil, a tendência é de crescimento: de acordo com a Anbima
(Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de
Capitais), em 2020 havia cerca de R$ 700 milhões alocados em fundos
ESG, quase três vezes mais que no ano anterior.
 
Várias iniciativas podem contribuir para que as empresas invistam no ESG,
e a gestão de pessoas é um fator fundamental de sucesso, seja em
campanhas internas de conscientização de colaboradores em relação ao
tema, seja em ações de cunho social capitaneadas pela empresa com
participação de suas equipes.
 
Outras iniciativas relevantes se traduzem em apoio a organizações que
realizam ações sociais ou ainda geração de oportunidades para grupos
seniores (+50) ou aqueles que estão ingressando no mundo do trabalho,
como aprendizes e estagiários.

Ao investir na diversidade etária, social e étnica de suas equipes, a
empresa ganha colaboradores engajados que assimilam e colocam em
prática mais rapidamente as ações pautadas nos princípios ESG.
Além disso, integrantes das gerações que já nasceram com a pauta
socioambiental em discussão, sejam eles colaboradores ou consumidores,
rapidamente identificam na empresa esses propósitos, tornando-se fiéis
admiradores e advogados da marca.

Em todos esses casos, a atuação bem direcionada da área constitui um
diferencial competitivo importante, atraindo a atenção de potenciais investidores e obtendo reconhecimento por parte dos consumidores e
colaboradores ao apresentar-se como uma marca inclusiva, diversa, que
abraça causas sociais e intervém de forma proativa e consciente no meio
em que está inserida.
 
Assim, uma gestão estratégica de pessoas não apenas garante que a
organização cumpra integralmente as orientações associadas ao ESG
como também contribui de maneira decisiva para posicionar a marca e a
imagem da empresa, fortalece o negócio e promove abertura para o
investimento.
 
 

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Rogério Correa

Rogério Correa é Gerente de Marketing, Comunicação e Relacionamento da organização social CAMP Pinheiros, de São Paulo