A discussão sobre a cultura organizacional das marcas está cada vez mais em foco no mercado. O entendimento de que o sucesso das empresas está diretamente ligado ao formato de gestão aplicado em uma organização dá brecha para um formato mais autônomo de gerir os colaboradores: a gestão horizontal. Aqui, a referência são modelos de organizações que trazem um novo olhar para os negócios, uma visão em direção ao compromisso de se tornar melhor para o mundo.
Modelos de gestão empresarial onde todos os níveis de consciência são totalmente refletidos em como a organização opera. Traduzidos em uma cultura onde as pessoas se tornam profundamente conscientes de suas motivações e são encorajadas a alinhar essas motivações com as intenções estratégicas da marca.
Nesse modelo, a hierarquia dos cargos é deixada de lado, de maneira que todos, independente da posição que ocupam na empresa, passem a ter voz ativa nas discussões e contribuam diretamente para a tomada de decisão.
O grande diferencial da gestão horizontal para o modelo tradicional de gerir uma equipe é abdicar da figura do “chefe”. As lideranças ainda existem na empresa, mas tem um papel menos absoluto no que é decidido. O controle é substituído pela liberdade dos colaboradores em participar dos projetos de maneira mais imersiva.
Quais são os efeitos da gestão horizontal?
A maior autonomia dada aos colaboradores na gestão horizontal é o principal benefício que a empresa obtém. Isso porque os funcionários, sabendo da liberdade que têm para expor suas ideias, começam a contribuir mais e melhor. Outros benefícios de implementar a gestão horizontal em uma empresa são:
- Produtividade aumentada;
- Liberdade e otimização sobre a gestão do tempo;
- Novas conexões, mentes trabalhando juntas em prol de um objetivo;
- Criatividade colaborativa sem medo;
- Retenção de talentos;
- Habilidades e competências coletivas aplicadas;
- Ambiente psicologicamente seguro;
A retenção de talentos, inclusive, é um dos pilares para o sucesso de qualquer empresa. Na gestão horizontal, isso está diretamente envolvido com o perfil do trabalhador moderno, que busca ter voz ativa na empresa e um ambiente saudável para trabalhar. Tendo isso, a tendência é que o colaborador permaneça mais tempo na empresa.
Exemplo das gigantes
A cultura organizacional focada em gestão horizontal, que há pouco tempo estimava ser o futuro das relações nas empresas, já está ocorrendo. Um dos principais exemplos tem sido o de grandes empresas conhecidas do público em geral, como a Tesla, a Netflix e o Google.
Entre as principais justificativas para a implementação da gestão horizontal nessas empresas – de acordo com as próprias – é impulsionar o uso da criatividade para resolução dos problemas. Juntamente disso, vem a inovação e a autonomia, assim como a preocupação quanto a satisfação dos funcionários em trabalhar na empresa.
E no Brasil?
Ainda é muito comum o modelo de gestão vertical nas empresas brasileiras, sempre com um figura de liderança máxima dentro do negócio – na maioria das vezes o dono da empresa. No entanto, indo de encontro às grandes empresas, a Metadados pode ser considerada um case de sucesso na implementação da gestão horizontal.
Desde a atualização do código cultural em 2020, há o foco em buscar soluções para transformar a empresa, com um movimento orientado para uma gestão mais horizontal. A intenção é promover uma experiência prática e fluida, de acolhimento, adaptação e desenvolvimento das relações humanas.
Para isso, a empresa está em um caminho de desenvolvimento do modelo de liderança evolutiva e adaptada ao futuro. Neste sentido, barreiras estruturais da hierarquia estão sendo quebradas, formando uma comunidade colaborativa, onde o papel da liderança é encorajar formas mais auto-organizadas, aprofundando a sensibilidade e convergindo para o surgimento do verdadeiro ‘negócio com propósito’.
Fornecendo a convergência com o propósito, a empresa está preparando as pessoas para um ambiente que conecta a estratégia e permite a liberdade para cumprir o propósito de maneira que melhor se adapte ao seu microambiente, sem ter que depender de hierarquias, de burocracia e de controles.
Autores deste artigo:
Andréia da Silva
Formada em Administração de Empresas, com especialização em UX Design, Learning Experience e MBA em Gestão de Projetos, Andréia possui mais de 20 anos de experiência em Recursos Humanos. Atualmente é Head de Pessoas na Metadados.
Linkedin: https://www.linkedin.com/in/andr%C3%A9ia-da-silva-23215844
Fernando Hansen
Formado em Administração e Gestão de Negócio, é especialista em Gestão Empresarial, tendo vivências como docente universitário e palestrante. É Presidente Capítulo HDI RS, Vice-Presidente AEPOLO e, recentemente, ganhou o título de Top 100 Customer Success Strategist 2022. Com mais de 20 anos de experiência na área, atualmente é Chief Customer Officer na Metadados.