Na perspectiva econômica, produtividade é a relação entre o valor e a quantidade produzida, e os recursos consumidos para a sua produção. De acordo com Claudia Klein, especialista em transformação profissional e sócia-diretora da Argumentare, ser produtivo deve ser um compromisso de todos em uma sociedade que valoriza cada vez mais o uso responsável dos recursos do planeta e o equilíbrio entre vida e trabalho.
Em contrapartida, a especialista alega que, quando há uma busca excessiva pela produtividade, os empregadores esperam que se faça cada vez mais com menos, isso pode acarretar em perda de qualidade, de inovação e no rendimento das pessoas. “A liderança deve se preocupar com a definição e o desdobramento de objetivos que combinem resultado de curto prazo e de longo prazo, deve construir planos de incentivo que recompensem aquilo que foi realizado. E, também, a forma como foi entregue e deve ampliar a competência e criatividade entre os seus gestores”, aconselha.
Os maiores inimigos da produtividade
Na visão da especialista, os maiores vilões da produtividade são o estresse e condições de trabalho inadequadas. “O estresse em si não é um vilão, sua função é desencadear um conjunto de reações necessárias à adaptação a novas situações ou ao meio em que estamos inseridos. Nesse sentido ele é benéfico, nos põe em movimento. A luz vermelha acende mesmo, quando as mudanças ou o contexto são caracterizados por excessiva tensão, e a pessoa não consegue dar conta do contínuo desequilíbrio gerado. Esse desequilíbrio dificulta o rendimento em casa e no trabalho”, explica.
Segundo Claudia, nessas situações o estresse pode ser desencadeado pelo estilo de comando e controle de um gestor, pressão e cobrança contínuas e intensas, todos os tipos de assédio, sobrecarga de funções e atividades, longos períodos exercendo atividades monótonas e rotineiras, falta de perspectiva ou progresso profissional e a busca excessiva do indivíduo por crescimento ou reconhecimento profissional. As condições de trabalho inadequadas também podem ser possíveis gatilhos para o estresse desmedido. “Elas levam as pessoas a gastarem mais tempo ou ter retrabalho na realização das suas atividades porque não há fluidez no espaço e nas relações”, informa.
Além dessas questões, a especialista menciona outros problemas: como a falta de planejamento, a ausência ou a incipiência do processo de feedback, cultura organizacional nociva, a falta de orientação e de treinamento adequados para realização das suas atividades, a escassez excessiva de recursos, o excesso de burocracia e de controle e as atitudes de pessoas que, por qualquer motivo, não estão comprometidas, não trabalham em equipe ou focam demasiadamente no seu crescimento profissional.
Ferramentas de comunicação ajudam ou atrapalham?
Para a sócia-diretora da Argumentare são indiscutíveis o número de oportunidades e melhorias na realização das atividades que as ferramentas de comunicação como aplicativos de mensagem instantânea e acesso do e-mail profissional pelo celular trouxeram para o ambiente organizacional. Mas, é fato que elas dependem da forma como cada pessoa escolhe se relacionar com elas. Neste caso, Claudia acredita que a questão é definir regras e limites para checagem das redes sociais e do e-mail e, investir em códigos de conduta e campanhas educativas que orientem a equipe a fazer bom uso dessas ferramentas, de forma que garanta a segurança das informações.
Como melhorar a produtividade?
A fim de otimizar o rendimento e melhorar o desempenho, Claudia Klein destaca as seguintes alternativas:
Planejar os ambientes seguindo a dinâmica das atividades desempenhadas no espaço, uso do design combinando forma e função;
Garantir espaço na agenda para o planejamento do mês e das atividades da semana ou mesmo do dia;
Abraçar a tecnologia e utilizar ferramentas de produtividade e de colaboração;
Compartilhar conhecimento e aprendizado;
Cumprir aquilo com que se comprometeu, reportar com antecedência a necessidade de mais prazo;
Saber dizer não e aprender a pedir ajuda;
Gerar pequenos intervalos ao longo do dia para descansar o cérebro e aumentar a concentração;
Transformar atividade física em hábito, seja qual for a modalidade escolhida, o importante é se movimentar.