Você sabe o que torna algumas pessoas mais bem-sucedidas que outras no trabalho e na vida? Capacidade técnica e ética são importantes, mas não é tudo. Nossa inteligência emocional – o modo como gerenciamos as emoções – tem um papel fundamental para determinar nossa felicidade e nosso sucesso.
As pessoas que apresentam inteligência emocional têm habilidades muito necessárias, mas menos óbvias para se dar bem na vida, como confiança, flexibilidade, resiliência, saber trabalhar na direção de suas metas, facilidade de relacionamento, etc.
De acordo com o coach Emerson Weslei Dias, a inteligência emocional pode ser medida e responde por até 45% do sucesso de uma pessoa em relação aos seus resultados na vida. “Os testes de QI (quociente de inteligência) não se mostravam eficazes em medir o sucesso das pessoas ao longo da vida. Pessoas com QI elevado não são as que apresentam os melhores resultados. Por exemplo, de que adianta ser um gênio da engenharia se você não consegue desenvolver empatia e lidar com gente? Como você vai crescer na carreira se não conseguir isso?”, questiona.
É nesse momento que o coaching pode ajudar no desenvolvimento da Inteligência emocional. O especialista explica que o primeiro passo é o autoconhecimento. “Lembre-se que IE é um conjunto de competências emocionais (eu comigo mesmo) e sociais (eu com os outros). Competência nada mais é do que conhecimento (saber), habilidade (saber fazer) e atitude (fazer). Logo, a única maneira para desenvolver inteligência emocional é fazendo, sendo, vivendo”, diz.
Em seu trabalho como coach, Dias utiliza uma metodologia que identifica o nível de IE em cinco grandes escalas: autopercepção, autoexpressão, interpessoal, tomada de decisões e gerenciamento do estresse. Essa ferramenta é derivada dos estudos do professor Reuven Bar-On, que muito antes de Daniel Goleman lançar o best-seller “Inteligência Emocional” já pesquisava o tema.
Autopercepção – (aborda o como você se vê)
Autoestima significa respeitar a si mesmo, compreendendo e aceitando seus próprios pontos fortes e fraquezas. Geralmente está associada a sentimentos de força interior e de autoconfiança;
Autoaceitação é a capacidade de aceitar os aspectos positivos e negativos percebidos do indivíduo, bem como as limitações e possibilidades desse indivíduo;
Autorrealização é a vontade de tentar evoluir de forma contínua e de se envolver na busca de objetivos pessoais relevantes e significativos que levem a uma vida plena e agradável.
Autoexpressão – (Aborda o como você se mostra)
Expressão emocional é expressar abertamente os próprios sentimentos de maneira verbal e não verbal;
Assertividade envolve a comunicação aberta de sentimentos, crenças e pensamentos e a defesa dos direitos e valores pessoais de maneira socialmente aceitável, não ofensiva e não destrutiva;
Independência é a capacidade de dirigir a si próprio e estar livre da dependência emocional dos outros.
Relacionamento interpessoal – (avalia o modo como você interage com as pessoas)
Relações interpessoais se referem à habilidade de desenvolver e manter relações mutuamente satisfatórias que são caracterizadas por confiança e compaixão;
Empatia é reconhecer, compreender e apreciar como as outras pessoas se sentem;
Responsabilidade social é contribuir voluntariamente com a sociedade, com os próprios grupos sociais e, geralmente para o bem-estar dos outros.
Tomada de decisões – (avalia como você utiliza as informações emocionais para resolver problemas e desafios)
Solução de problemas é a capacidade de encontrar soluções para problemas em situações nas quais as emoções estão envolvidas;
Teste de realidade é a capacidade de manter a objetividade, vendo as coisas como elas realmente são, o que envolve reconhecer quando as emoções ou predisposições pessoais podem levar uma pessoa a ser menos objetiva;
O Controle dos impulsos é a capacidade de resistir a ou adiar um impulso, tendência ou tentação de agir. Ele envolve evitar comportamentos imprudentes e a tomada impetuosa de decisões.
Gerenciamento de estresse – (avalia como você está lidando com situações de mudança, imprevisibilidade e pressões)
Flexibilidade significa adaptar emoções, pensamentos e comportamentos às circunstâncias ou ideias desconhecidas, imprevisíveis e dinâmicas;
Tolerância ao estresse envolve lidar com situações estressantes ou difíceis e acreditar que é possível gerenciar ou influenciar essas situações de maneira positiva;
Otimismo é um indicador da atitude positiva e perspectiva de vida de um indivíduo. Isso envolve permanecer esperançoso e resiliente, mesmo diante de eventuais contratempos.
Inteligência emocional no ambiente de trabalho
Cada vez mais, as empresas avaliam e buscam executivos que estejam emocionalmente preparados. Em um ambiente competitivo e de mudanças, o profissional que em uma situação emocionalmente instável consegue manter o autocontrole, foco, automotivação, planejamento e bons relacionamentos, se destaca no mercado de trabalho.
Segundo Dias, uma pesquisa revela que a capacidade mais desejada pelos executivos é desenvolver pessoas (90%). No entanto, apenas 31% afirmam que suas equipes possuem essa habilidade. Ou seja, é possível perceber que só inteligência cognitiva não é suficiente. “É o famoso ‘gênio indomável’: sabe tudo do ponto de vista técnico de sua função, mas muito pouco em relação aos seus próprios sentimentos e emoções. A partir daí que surgem os conflitos, que sempre resultam em perda de tempo, dinheiro…”, afirma.
Estatísticas indicam que, se uma pessoa é contratada por sua capacidade técnica ou estratégica, é o seu comportamento que vai decidir ou não pela sua permanência na empresa. Além disso, dificuldades de relacionamento são o motivo número um para demissões.
Por esse motivo, questões com foco comportamental são frequentes em entrevistas de emprego. A seguir, confira algumas perguntas que recrutadores fazem quando querem saber o nível de inteligência emocional de um candidato. Esteja preparado para respondê-las!
Quais resultados você quer alcançar?
Quais são seus pontos fortes?
Qual foi a última vez que você se sentiu envergonhado e como lidou com a situação?
Quais hábitos que você acha que são bons para você.
O quão bom você é em pedir ajuda a outras pessoas?
Fale sobre uma “batalha” interna que você enfrenta diariamente.
O que o deixa bravo?
Como você poderia trazer mais equilíbrio para sua vida?