Empresas que não investirem em diversidade e inclusão estão fadadas a acabar. A conclusão é de Carol Prado, Head de Comunicação da Intel Brasil & Canadá, que participou do Fórum Melhor RH de Diversidade e Inclusão, promovido nos dias 18 e 19, pela plataforma Melhor RH.
Carol Prado participou do painel “Minha empresa não é diversa. É culpa do RH?”, debatendo sobre o tema com Danielli Bortolamedi, gerente de RH e Facilities da Leão, e Almiro Reis, professor da FGV e presidente da Franquality Consulting.
Liderança deve dar o exemplo
A conversa teve início com Danielli destacando que o tema diversidade e inclusão vem ganhando cada vez mais espaço, e que o debate precisa ser conduzido com afinco dentro das organizações e na sociedade em geral. Ela explica que, dentro das empresas, a liderança tem um papel crucial no estímulo ao debate.
“A gente sabe que a falta de inclusão e diversidade acaba contribuindo para uma ineficiência social, ao aprofundar desigualdades, o que prejudica em muito o desenvolvimento econômico e o próprio ambiente de negócios. O RH tem um papel extremamente importante nessa agenda, ele pode ser um condutor do tema. Mas a gente sabe que as lideranças são fundamentais nesse processo. Por isso, o primeiro passo dentro das organizações é trazer essa conscientização, esse entendimento do conceito de diversidade e inclusão para as nossas lideranças, para que esse público tome as decisões do dia a dia refletindo as diretrizes em relação a processos, políticas e valores de diversidade e inclusão”, explica Danielli.
Carol Prado concordou com argumento e listou algumas ações tomadas pela Intel. “A gente acredita muito nisso. Diversidade e inclusão permeiam tudo que a gente faz. Seja olhando para dentro, para os nossos funcionários, para ter uma força de trabalho diversa e um ambiente inclusivo, seja olhando para nossa parte, nossos fornecedores, nossa cadeia de suprimentos. A diversidade e inclusão estão em tudo que a gente faz, desde a criação de produtos acessíveis até campanhas de marketing”, destaca Carol.
Almiro Reis deu andamento ao debate, levantando a questão de que muitas empresas exaltam a diversidade e a inclusão, mas não adotam na prática ações que estimulem isso.
“Eu vejo muitas pessoas falando essa frase, que virou um lema: não é só chamar para a festa, tem de tirar para dançar. É preciso incluir. Não basta trazer a pessoa para dentro da empresa, se você não souber fazer um processo de inclusão. A pessoa vai sofrer e vai acabar sendo expulsa”, destacou Almiro.
Saindo do discurso para a prática
Em seguida, Danielli e Carol listaram algumas medidas tomadas por suas respectivas empresas para que o tema não fique no discurso.
“Se você não inclui a pessoa na empresa, a diversidade vai vir, mas ela vai embora. Na Intel, temos treinamentos que começaram com a alta liderança, e hoje temos todos os funcionários treinados. São treinamentos mandatórios sobre ter um ambiente inclusivo, o que é diversidade, por que a inclusão é importante. Temos também mecanismos de denúncia, como hotlines para denunciar se algo aconteceu, se uma pessoa passou por uma situação que não deveria passar”, explica.
Danieli, por sua vez, destacou que a diversidade e a inclusão fazem parte da história da Leão desde o início.
“A gente assumiu esse compromisso em meados de 1908, quando ocorreu o falecimento do fundador da empresa. Com esse episódio, a empresa passou a ser gerida pela esposa dele. E isso era algo totalmente impensável na época, uma mulher assumir o comando de uma empresa. Esse legado atravessou gerações. Hoje, na Leão toda, temos um quadro bastante equilibrado: 50% feminino e 50% masculino. Em cargos de liderança também. Nosso grupo gerencial é 50% feminino e 50% masculino”, destaca Danielli.
Concluindo a conversa, Carol destaca que a diversidade e inclusão se tornaram hoje uma questão de sobrevivência para as empresas.
“O tema diversidade e inclusão se tornou uma questão de sobrevivência para a empresa. Aquelas que não adotarem políticas em direção a isso, vão ter menos lucro, podendo até ir à falência. Porque a gente tem hoje um consumidor totalmente diverso e que busca empresas preocupadas com isso. E também porque as pessoas não vão querer trabalhar em empresas que não são engajadas com a questão. Especialmente a geração z, que está entrando no mercado de trabalho agora, e que busca empresas com responsabilidade social, que se preocupam com diversidade e inclusão”, finaliza.
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