Para fidelizar cada vez mais os clientes, além de criarem novos produtos e canais de relacionamento, as fornecedoras de soluções em benefícios de alimentação vêm também auxiliando as áreas de RH na tarefa de mostrar aos colaboradores a importância de se manter práticas alimentares saudáveis. “Uma vez que o empregador garante uma boa alimentação ao seu colaborador ou à família dele, sua produtividade sem dúvida melhora”, resume Alessandra Camillo, superintendente de benefícios da CBA. A Alelo, por exemplo, oferece um serviço de orientação com nutricionistas, que vão às empresas realizar palestras sobre alimentação. “Um colaborador bem alimentado possui mais qualidade de vida e mantém suas atividades cerebrais em pleno funcionamento. Além disso, há uma maior resistência a doenças, o que diminui as chances de o colaborador precisar se ausentar da empresa para tratamentos”, afirma Ronaldo Varela, diretor executivo da companhia, responsável pelas áreas comercial, de marketing, de produtos e de novos negócios. A partir do programa Diálogos para viver bem, a Sodexo também investe em palestras, não apenas sobre alimentação, mas sobre prevenção de doenças crônicas, como colesterol e pressão alta, buscando conscientizar os colaboradores de que suas escolhas afetam sua saúde. “Empresas que investiram na qualidade de vida dos funcionários tiveram redução de 47% no absenteísmo devido a sintomas relacionados à saúde. A iniciativa também contempla ações de conscientização quanto à economia e ao reaproveitamento dos recursos naturais”, acrescenta Florent Lambert, diretor de marketing, estratégia e inovação da Sodexo. E parece que as empresas fornecedoras de soluções em alimentação terão muito trabalho pela frente. Isso porque maior oferta de emprego no país e o aumento do número de trabalhadores formais, com carteira assinada, vêm movimentando esse mercado.
Expectativas
Para se ter uma ideia: de outubro de 2011 a setembro de 2012, o crescimento foi de 14,2%, de acordo com levantamento da Alelo, que atende atualmente cerca de 70 mil empresas. A expectativa para 2013 é de que o segmento cresça na média dos últimos anos. “Há uma tendência de formalização da economia brasileira, o que favorece bastante o setor”, analisa Varela, diretor executivo da Alelo. “Além disso, há um enorme mercado a ser explorado nas pequenas e médias empresas, que ainda participam muito pouco do segmento de benefícios, embora sejam as maiores responsáveis pela geração de empregos no país.”
Com 57 mil empresas clientes e mais de cinco milhões de usuários, a Ticket também está otimista para o ano que vem. “Com a crescente cultura do mercado atual, que enxerga a área de recursos humanos como sendo estratégica para a companhia, os nossos produtos se tornaram ainda mais relevantes para os negócios e, por esse motivo, temos colhido bons frutos no cenário atual”, comemora Julio Zancopé, gerente de marketing e produtos regulamentados da Ticket. “Buscamos ser muito mais do que um cartão, mas sim uma empresa consultiva que oferece serviços de apoio aos gestores de RH.” Para o ano que vem, a empresa pretende continuar investindo em ações que promovam um atendimento diferenciado de seus clientes. Hoje, ela oferece, por exemplo, um aplicativo para smartphones (o Ticket + Valor) a partir do qual os gestores de RH podem consultar o valor médio de refeições e cestas básicas para simular como seria a contratação e o montante oferecido como benefício aos seus funcionários. “Por meio dessa pesquisa, conseguimos apoiar a empresa na boa gestão do benefício e também na melhora da qualidade da alimentação de seus colaboradores”, diz Zancopé.
Já a Sodexo, entre outras ações, lançou este ano o Sodexo Club, que reúne em um site ferramentas como buscas de estabelecimentos com serviços de delivery, mapeamento das regiões, clube de compras e vantagens, além de outros canais de diálogo entre seus 5,8 milhões de beneficiários e 295 mil estabelecimentos no país. “Temos como princípio ser um parceiro estratégico de nossos clientes, atuando no cerne de seus negócios e proporcionando qualidade de vida e motivação, o que gera colaboradores engajados e, consequentemente, resultados positivos”, ressalta Florent Lambert, diretor de marketing, estratégia e inovação da Sodexo.
Refeição ou alimentação?
O benefício mais procurado pelas empresas na maioria dos estados brasileiros é o vale-alimentação, de acordo com levantamento da Ticket e da Alelo. No entanto, a preferência em capitais como São Paulo e Rio de Janeiro é o vale-refeição. “Nos grandes centros, as pessoas costumam morar longe de seu local de trabalho e passar muito tempo no trânsito para se deslocarem. Por isso, não conseguem almoçar em casa e, então, valorizam o benefício refeição”, explica Varela. “Já nas outras praças, em que o colaborador consegue almoçar em casa, há um maior valor percebido no benefício alimentação, uma vez que ele pode ir ao mercado e voltar para casa com o carrinho cheio. Além de estender o benefício à família, o valor dos alimentos in natura é mais barato.” Zancopé destaca que o fundamental é entender as diferentes realidades do país e buscar atender de forma diferenciada a cada demanda. “É importante lembrar que há empresas que costumam adquirir os dois produtos, isso não tem relação direta com a realidade local, mas sim com a necessidade de cada organização em oferecer o maior número de benefícios e liberdade de escolha. Por isso, mantemos em nosso leque de produtos o voucher ou tíquete em papel, que ainda faz parte da realidade de algumas regiões.”
Os valores praticados por intermédio desses dois benefícios variam de empresa para empresa e também dependem da região de atuação da organização. Estima-se que as companhias, em média, oferecem entre 100 reais e 220 reais por mês no cartão alimentação; e de 250 reais a 435 reais mensais no cartão refeição. Quando o tema é alimentação, as empresas, principalmente as de grande porte, ainda têm a opção de manter um restaurante próprio administrado por um fornecedor. “As organizações que escolhem essa solução têm a vantagem de poder oferecer o benefício com valor agregado. Elas conseguem garantir a seus funcionários uma alimentação pautada em práticas saudáveis e de excelência”, avalia Neide Rodrigues, diretora de divisão de empresas da GRSA, que serve 1,4 milhão de refeições por dia em 400 municípios brasileiros.
Um Natal melhor
Ao que tudo indica, este ano o Papai Noel distribuirá um pouco mais de cestas de Natal do que em 2011. A expectativa da CBA, uma das maiores empresas que atuam no segmento no Brasil, é de que em 2012 haja um crescimento desse mercado de 7% a 10%, em relação ao ano passado – em 2011, a empresa vendeu 1,7 milhão de cestas em todo o país. As previsões são positivas mesmo com a recente alta dos preços de diversos alimentos, pois os fornecedores buscam alternativas de composição das cestas. “Demonstramos ao cliente que muitas vezes uma marca pode não ser tão conhecida e ter produtos de qualidade semelhante aos de uma marca mais famosa.
O importante nesses casos é sempre analisar a composição das cestas de forma que o cliente final não saia prejudicado”, explica Alessandra Camillo, superintendente de benefícios da CBA, que produz cerca de 750 mil unidades de cestas de alimentação por mês, em todo o país. Como uma alternativa à cesta de fim de ano, a Ticket e a Sodexo oferecem um vale alimentação específico para o Natal. “É uma solução prática que proporciona também liberdade de escolha e mais comodidade aos colaboradores nas festas de fim de ano, evitando que eles adquiram alimentos de que não gostam”, acrescenta Julio Zancopé, gerente de marketing e produtos regulamentados da Ticket.