Nos últimos anos o número de mulheres que começaram a empreender cresceu. Tanto no Brasil como em outros países. Embora ainda falte muito a ser conquistado, as mulheres estão cada vez mais ganhando espaço no mercado e mostrando seu potencial em diversas áreas.
Uma pesquisa realizada pela MindMiners, em parceria com a PayPal, constatou que 51,5% dos empreendedores brasileiros são, na verdade, mulheres e a principal motivação, para 21% das mulheres entrevistadas, complementar a renda é a principal razão para empreender, e 14% enxergam o empreendedorismo como uma oportunidade de ganhar mais dinheiro. Outra razão é a independência, apontada como motivação por 11% das respondentes.
Quando o assunto são as startups, dados da Associação Brasileira de Startups – ABStartups mostram que cerca de 12,73% das startups são comandadas por mulheres no Brasil, tendo em vista que a base possui mais de 6 mil associados.
Pesquisa realizada pela BizCapital, com base em mais de 60 mil solicitações feitas entre janeiro de 2017 e junho de 2018, trouxe um radar importante sobre o empreendedorismo feminino e a busca por crédito por empresas com mulheres em sua composição acionária. Há um ano, 47% dos pedidos que chegavam à etapa de análise de crédito eram feitos por empresas com sócias mulheres.
A presença percentual de sócias na base analisada não sofre grande alteração de acordo com a idade das empresas. Isso mostra que, apesar dos crescimentos nos pedidos, o empreendedorismo das mulheres não é um fenômeno recente e sim uma característica da sociedade brasileira, afirma Daniel Orlean, sócio-fundador da BizCapital.
Entre 18 e 40 anos a sócia solicitante é mulher em 35% dos casos. Acima dos 50 anos a solicitante é mulher em 45% das vezes. Isso pode indicar vários fatores, como responsabilidade maior pela família tendo em vista a maturidade, complemento de renda, entre outros.
Nos primeiros semestres de 2018, os cortes para empresas com sócias foram menores do que os de empresas sem sócias, muito motivado por maior diligência no processo de negociação, envio de documentos e disponibilidade de informações verdadeiras. Além disso, as aprovações de crédito feitas por negócios comandados por mulheres mostraram-se duas vezes mais rápidas.
Negócios nas áreas de alimentação, saúde e beleza, educação e cuidados com outros, além de alguns segmentos de varejo, são os “preferidos” das empreendedoras. Mas não há espaço para sexismo. Também existem empreendedoras em setores antes apenas restritos aos homens como manutenção de automóveis, manutenção elétrica, ar condicionado, construção civil e até gestão de escolinhas de futebol. A região Sudeste é a que mais apresentou empreendedoras nas solicitantes (50% tinham ao menos uma sócia). A região Norte foi a que menos apresentou (37%).
Quando o pedido é para consolidação de dívidas, 60% dos pedidos são feitos por mulheres. Isso mostra uma procura maior das mulheres por dívidas mais baratas. Isso não acontece nas outras razões que se seguem: marketing e vendas (50% dos pedidos são de mulheres), reformas (48% dos pedidos são de mulheres), capital de giro (45%), expansão (45%), compra de estoque (43%) e maquinário (30%).
Mulheres no campo
Segundo pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio – ABMRA, uma em cada três propriedades rurais do país tem mulheres ocupando funções de comando. Mariana Vasconcelos, CEO da Agrosmart, empresa focada na agricultura digital no campo, vem se destacando no setor de agronegócios. Hoje, a empresária, com apenas 26 anos, coleciona diversos prêmios e homenagens, incluindo uma bolsa em Universidade da NASA e convites para participar de eventos do setor, abrindo portas para a internacionalização da empresa, que já possui atuação no México, Peru, Chile, Argentina e Colômbia.