Gestão

Não desmotive sua equipe

de Marcos Assi* em 4 de outubro de 2012

Gestores centralizadores, sistemas organizacionais, políticas corporativas podem matar a empolgação dos funcionários de uma empresa. O consultor Marcos Assi apresenta algumas atitudes que podem ser fatais para a motivação de sua equipe. Fuja delas!


Microgestão: A maior parte das pessoas gostaria de ter algum grau de autonomia no trabalho. A microgestão – dizer em detalhes como cada tarefa tem de ser cumprida – impede esta autonomia. Dá a impressão de que o gestor vê seu subordinado como incompetente e incapaz de tomar decisões. A pior forma de microgestão é dizer Í s pessoas como fazer algo, sem explicar porque tal tarefa é importante.
 
Críticas públicas: Se você vai criticar algo, faça isso em particular. Criticar publicamente inclui gritar tão alto que toda a equipe pode ouvir, mesmo quando a porta de sua sala está fechada. Uma atitude como essa, acaba com a empolgação de todos seus subordinados, e não apenas daquele que foi criticado.
 
Solicitar um comportamento e recompensar quem não o segue: Um dos meus primeiros chefes dizia que nossa prioridade era um ambiente de produção estável, mas eu logo percebi que os colegas que recebiam promoções não eram os que seguiam as regras nos testes de software. As recompensas iam para os desenvolvedores que consertavam bugs no meio da noite. Os certinhos continuaram a trabalhar longe dos holofotes ou começaram a criar bugs para atrair a atenção.
 
Metas inatingíveis: Muitos gestores acreditam que, sem prazos, as pessoas relaxam e perdem tempo. Afirmam que é preciso trabalhar em todo o tempo disponível, e que os profissionais têm de ser pressionados para dar tudo de si. A maioria das pessoas vai fazer de tudo para alcançar uma meta viável. Mas, se achar que aquilo é impossível, a motivação vai pelo ralo.
 
Perguntar algo e depois ignorar: Um gestor pergunta Í  equipe quanto tempo é necessário para fazer algo. E, então, diz que aquele prazo é muito extenso e o corta pela metade. Esta equipe foi desmotivada três vezes: tem um prazo inatingível, teve seu julgamento profissional ignorado, e foi ridicularizada publicamente. Eles estarão mais motivados a provar que o gestor está errado do que para cumprir a meta proposta.
 
Tratamento especial: Chefes não precisam tratar todos os subordinados da mesma forma, mas devem tratá-los com igualdade.
 
Frases vazias: Parece que há uma lista interminável de frases teoricamente motivadoras. “Apenas faça!”, “Falhar não é uma opção!”, “Pense fora da caixa!”. Em alguns casos, artifícios como esses podem realmente funcionar, mas não consigo pensar em algum agora. Problemas reais respondidos com frases vazias soam para os funcionários como: o gestor não tem ideia de como agir ou o gestor não entende o problema.
 
Pessoas são custos:
Quando a redução de custos é sinônimo de redução de pessoal, a mensagem que fica é que pessoas não são investimentos.
 
Algumas pessoas são mais valorizadas que outras: Quando há rankings e classificações entre as pessoas, a mensagem é clara: a companhia valoriza quem está no topo, e quem está lá em baixo sabe que é candidata a sair no próximo corte. E o restante? Continua trabalhando, desmotivadamente.
 
Empregados não são confiáveis: Uma vez trabalhei para uma empresa na qual, duas pessoas, de um departamento de 800, abusaram da política de uso do táxi. Depois do incidente, a vice-presidente decidiu que ela teria de aprovar pessoalmente qualquer despesa de mais de cinco dólares. Ficou claro que ela pensava que ninguém na companhia era confiável.
 
Empregados não são capazes de tomar boas decisões: Dezenas de assinaturas, formulários e demoras para aprovações não apenas atrasam o trabalho, mas fazem as pessoas entenderem que não são capazes de tomarem decisões sozinhas.
 
Marcos Assi* é diretor e consultor da Daryus Consultoria e Treinamentos

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