Diversidade

Negros são minoria entre profissionais do mercado digital, diz estudo

Relatório mostra população preta e parda ocupando apenas 2 entre 10 vagas em carreiras digitais. Mulheres também são poucas nos postos de trabalho do setor

de Redação em 11 de fevereiro de 2022
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Recém-lançado pela edtech Tera em parceria com a Mindminers, o relatório Digital Skills revela que apenas dois em cada 10 profissionais do mercado digital são negros. Representando 50,4% dos participantes da pesquisa, mulheres também são minoria em carreiras do setor, ocupando apenas 33,1% das vagas na área de Dados e ainda menos vagas (30,8%) em Desenvolvimento de Software. Pesquisa contou com mais de dois mil respondentes atuantes nos setores de Product Management, UX Design, Marketing Digital, Dados e Desenvolvimento de Software, além de profissionais em recolocação e transição em carreiras digitais.

O levantamento aponta, ainda, que, apesar do crescimento de políticas afirmativas nas empresas, pessoas negras (pretas e pardas) são apenas uma em cada quatro profissionais de Marketing Digital, embora seja a carreira com maior diversidade racial. Já Product Management registra o menor índice: 16% contra 79% de pessoas brancas. Daqueles que informaram ganhar mais de R$ 10 mil por mês, apenas 13% são negros, enquanto na faixa salarial de até R$ 3,3 mil, eles representam 39%.

Amostra

Em relação ao perfil dos participantes por estado, a região Sudeste concentra a maioria dos profissionais, com São Paulo (50%), Minas Gerais (8,7%) e Rio de Janeiro (8%) na liderança. Em seguida, aparece a região Sul, com Paraná (4,7%), Rio Grande do Sul (4,1%) e Santa Catarina (3,9%). Por último, o Nordeste, com Bahia (2,4%), Pernambuco (2,5%) e Ceará (1,8%). Já a região Norte não conta com nenhum estado entre as 10 UFs com mais respondentes. 

A pesquisa teve a maioria de respondentes entre as faixas etárias de 26 a 30 anos (29%) e de 31 a 37 anos (28%). Em seguida, aparecem os profissionais de até 25 anos (24%) e de 38 a 46 anos (16%). Menos de 5% dos participantes dizem ter mais de 47 anos. 

Diversidade como objetivo do negócio

“Quando olhamos os dados de profissionais em cargos e salários mais altos, a quantidade de pessoas pretas e pardas diminui para 13% e os cruzamentos entre raça e gênero continuam preocupantes”, analisa Para Leandro Herrera, CEO e fundador da Tera. Algo inadmissível, para o executivo, em um país que tem pessoas negras como 56% de sua população.

Na opinião de Herrera, a mudança de mindset que criará um mercado de trabalho digital mais diverso e inclusivo passa por alinhar a busca por profissionais diversos com as estratégias de negócios da companhia. “Acreditamos que empresas precisam tornar a busca intencional por diversidade em um objetivo de negócio. Só assim conseguiremos garantir um mercado mais justo e tão diverso quanto o Brasil”, completa.

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