CONARH

O melhor lado de todos

de Redação em 13 de agosto de 2019
Patch Adams / Crédito: Gustavo Morita

Consolidado como um dos maiores e mais importantes eventos do gênero no mundo, o CONARH traz o humano para o centro dos debates

O amor é contagioso. Se você se lembrar do filme estrelado por Robin Williams, de 1998, provavelmente vai saber de que se trata. E a foto que ilustra esta matéria não deixa dúvidas: sim, falamos de Patch Adams, esse simpático senhor que tem conseguido, em sua jornada, ser ao mesmo tempo médico, palhaço e ativista.

Criador do The Gesundheit Institute, uma organização sem fins lucrativos com a missão de reformular a ideia tradicional de hospital, prezando pela saúde não só do doente, mas também da família, da comunidade e da sociedade como um todo, Patch Adams viaja o mundo com sua equipe de palhaços, incluindo zonas de guerra e acampamentos de refugiados.

Patch Adams / Crédito: Gustavo Morita

Sem dispensar suas roupas extravagantes e alegres, em suas visitas a hospitais e em suas participações em outros eventos, ele reforça para as pessoas a importância de algo extremamente humano que contagia e transforma a vida: o amor. E ele está nesta edição do CONARH na palestra Humanize: o amor é contagioso.

O médico vai abordar como a contínua valorização das pessoas tem influenciado as empresas a olharem mais fortemente para a capacitação de seus funcionários, e como isso faz com que a área de recursos humanos assuma um papel estratégico nas organizações, formando líderes, equipes engajadas e comprometidas com os resultados de forma geral.

Os ideais colocados em prática por Patch Adams têm total sinergia com o tema central do evento: #humanize, que tem como objetivo mostrar que, apesar de a tecnologia permear cada vez mais o dia a dia das organizações, a peça fundamental em todos os processos é o ser humano. “O que significa humanizar? Eu gosto da ideia romântica de que quando somos humanizados somos gentis, amáveis, caridosos e não somos nocivos. Então aí vou eu, preparados ou não”, diz Patch Adams sobre sua participação no evento.

Mas que outros aspectos interagem com o tema do CONARH nas empresas? Muitos. E cultura é um dos principais.

Vivemos em um ambiente cada vez mais repleto de desafios, no qual tudo parece estar em aberto. Para alguns, é a expressão VUCA, de volátil, complexo, incerto e ambíguo. E nessa complexidade, muitas vezes as oportunidades para as empresas estão “escondidas”, demandando dos profissionais saírem de suas caixas e mudarem o olhar para o que os cerca.

E foi mais ou menos o que fizeram empresas que se desenvolveram como plataformas de negócios. Exemplos claros são Netflix, Airbnb e Uber. O que as fez assumir o lugar de companhias e modelos de negócios aparentemente consagrados e indestrutíveis? O que nos reserva o futuro? Embora muito se tenha falado sobre esses novos players do mercado, ainda há inúmeras dúvidas sobre como será o futuro do mundo corporativo, com seus diversos modelos de empresas e negócios, muitos dos quais ainda se consideram inabaláveis.

O fato é que, diariamente, o mundo passa por mudanças em todas as áreas. Hoje, coabitam, no mesmo momento, o novo (representado pelas novas tecnologias, inovações e rupturas) e o clássico, o tradicional, forjado ao longo de séculos de convivência e desenvolvimento humano. Vivemos a nova revolução industrial, mais abrangente, profunda e ampla da história, a única que harmoniza descobertas transformadoras, integrando, pela primeira vez, o mundo físico, digital e biológico em um mesmo ambiente.

Crédito: Divulgação

Com essas mudanças, o modelo de gestão também precisa mudar: os modelos corporativos, os líderes, os mecanismos de educação etc. E para falar dessas transformações, nada melhor do que Sandro Magaldi, cofundador da meuSucesso.com, uma das principais plataformas focadas em empreendedorismo do Brasil, que impacta milhões de empreendedores mensalmente, e José Salibi Neto, cofundador da HSM. Os dois, que lançaram recentemente os livros Gestão do amanhã e O novo código da cultura, estarão na palestra Vida ou morte na Era Exponencial, que pretende fazer com que este momento que vivemos seja mais bem compreendido. E, claro, vai contribuir para que o RH seja cada vez mais estratégico ao entender essas complexidades e considerá-las nas contratações, capacitações e promoções. E todas essas transformações pressupõem uma mudança de mindset nas empresas. Isso é mudar a cultura!

Protagonismo

É também sobre cultura que Camilla Junqueira, diretora-geral da Endeavor Brasil, e Frederico Trajano, presidente do Magazine Luiza, vão tratar nesta edição de um dos maiores evento sobre gestão de pessoas do mundo.

Crédito: Divulgação

Já disse Peter Drucker que a cultura come a estratégia no café da manhã. Por mais espetacular que seja, não há uma única estratégia que sobreviva à cultura de uma empresa. Elas devem andar juntas e, caso seja necessário mudar, esse processo de mudança deve ter início pela cultura. A estratégia deve considerá-la como um dos pilares fundamentais para que o negócio sobreviva de forma saudável.

O outro pilar são os valores. Eles devem dar a consistência e nortear a vida da empresa por meio de seus colaboradores. Por isso, qualquer evolução, mudança de rota ou flexibilização deve passar por uma avaliação da cultura da empresa, por uma compreensão do momento, pela criação de uma comunicação entre as equipes para, assim, solidificar propósitos e visão dos times a respeito de seus papéis e para que isso ecoe e impacte a condução dos negócios e a atuação de cada colaborador.

Sim, os valores devem ser amplamente divulgados e utilizados para que isso se torne realidade. Mas o que é preciso fazer ? Qual o papel da empresa como facilitadora desse processo? Devemos esperar que as decisões sejam top down? Como permear novas perspectivas dentro da empresa? São muitas as questões a serem tratadas durante o painel O papel da cultura – fortalecendo valores e pessoas, do qual participam Camilla e Trajano. E há mais questões na roda dessa conversa: é possível considerar que as pessoas são empreendedores individuais dentro da empresa? E o protagonismo como fica? Provocações é que não faltam nesse painel que vai discutir a cultura e os valores em tempos de mundo VUCA.

E por falar em protagonismo, ele também está presente em outro momento deste CONARH, mais precisamente na palestra Tudo e todos em transformação. Como nos adaptamos e cocriamos o futuro sem perder a essência?. Nela, Alessandra Morrison, diretora de RH da Kimberly-Clark Brasil, fala sobre a cultura organizacional da empresa, que tem como visão “liderar o mundo no que é essencial para uma vida melhor”. E é essa visão que norteia o estilo de trabalho humanizado e cuidadoso desenvolvido e aplicado pela companhia.

Essa cultura se traduz na criação de programas, benefícios e iniciativas que visam ao bem-estar do colaborador, contribuem para o seu desenvolvimento profissional e pessoal e favorecem cada vez mais uma vida saudável e equilibrada. É essa cultura que facilita o diálogo aberto, conectando o propósito pessoal dos colaboradores com o negócio, permitindo que eles sejam protagonistas em novas formas de compartilhar conhecimento.

Em um ambiente favorável à troca de experiências e à cocriação de projetos, a relação entre empresa e colaborador se fortalece e se humaniza à medida que os empregados são empoderados como agentes de mudança e conseguem enxergar o seu papel transformador no dia a dia da organização.

Mudar o mundo

Mas esse papel de agente transformador não precisa ficar circunscrito às dependências de uma organização. E quem pode nos ajudar a entender como extrapolar esse movimento são Alexandre Borges, sócio e CEO da Mãe Terra, empresa líder no segmento de produtos naturais e orgânicos no país, e Marcel Fukayama, cofundador e diretor-executivo do Sistema B Brasil, entidade que trabalha por uma economia em que o sucesso seja medido pelo bem-estar das pessoas, das sociedades e da natureza.

Ou seja, o movimento global de Empresas B visa redefinir o sentido de sucesso econômico. A ideia é construir um ecossistema favorável para fortalecer companhias que usam a força do mercado para solucionar problemas sociais e ambientais. Essas organizações são certificadas pelo B Lab, instituição sem fins lucrativos fundada em 2006, nos EUA, e que, hoje, já está difundida em vários países. O objetivo é fazer com que os valores e a ética inspirem soluções coletivas sem deixar de lado as necessidades particulares.

O Sistema B é motivado por milhares de pessoas que querem trabalhar por um mundo melhor, promovendo formas de organização econômica que possam ser medidas com base no bem-estar, no curto e no longo prazo dentro e fora das empresas em que atuam. E um pouco da experiência de Borges e Fukayama será apresentado na palestra Economia e bem-estar – uma nova métrica de sucesso das organizações, onde serão levados os cases e desafios, nesse contexto, das empresas Mãe Terra e Unilever.

Pensando no bem-estar, no cuidado que cada um tem consigo mesmo… por acaso você já se perguntou como está sua vida? Ou melhor, já refletiu sobre como você está vivendo? Seus dias estão sendo devidamente aproveitados ou você vai chegar ao fim desta jornada cheio de arrependimentos sobre coisas que fez ou, pior, que não fez?

Essas são algumas das questões que fazem o pano de fundo da palestra de Ana Claudia Quintana Arantes, sócia-fundadora da Associação Casa do Cuidar – Prática e Ensino em Cuidados Paliativos, A morte é um dia que vale a pena viver, patrocinada pela Gesto.

Talvez a morte seja o maior medo de boa parte das pessoas, além de ainda ser um tabu. No entanto, Ana Claudia mostra que a grande questão envolvendo a morte, na verdade, é a vida. Mais uma vez, vale a pergunta: como estamos vivendo? A médica traz suas experiências pessoais e profissionais e incentiva as pessoas a cultivarem relações saudáveis, cuidarem de si próprias com a mesma dedicação com que cuidam dos parentes e amigos e procurem ter hábitos saudáveis, sem deixar de fazer aquilo que têm vontade e as tornam felizes. Essa palestra apresenta uma reflexão fundamental para os dias de hoje, tempo em que vivemos com a sensação permanente de que estamos deixando a vida. Um grande exemplo das chamadas competências humanas fundamentais, principalmente em um mundo digital.

E ter relações saudáveis com os demais tem tudo a ver com comunicação. Em especial a Comunicação Não-Violenta (CNV), metodologia desenvolvida por Marshall Rosenberg que apoia o estabelecimento de relações de parceria e cooperação, em que predomina a comunicação eficaz e com empatia. Ela é o tema da palestra A comunicação como ferramenta de humanização, de Debora Gaudencio, facilitadora e pesquisadora em CNV pelo Center for Nonviolent Communication cofundadora da Eight Diálogos Transformadores.

Ela vai compartilhar, além dos principais conceitos de CNV, um case interessante em que tem dado suporte na Iguatemi Empresa de Shopping Centers. A empresa tem passado por um processo de transformação cultural no qual o RH tem o desafio de transformar o ambiente para que seja mais colaborativo e empático. Vale conferir essa e as demais palestras desta edição do CONARH.

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