A criatividade é hoje uma das principais características exigidas nas empresas. Essa qualidade profissional, alinhada a determinação, foco e iniciativa trazem grandes resultados para as organizações, mas há diversos empecilhos que nos impede de criar. Segundo Ernesto Berg “a simples consciência desses bloqueios já ajuda a eliminar muitos deles, mas existem outros, mais complicados, que estão enraizados dentro de nós, dificultando consideravelmente ações criativas pessoais, profissionais e organizacionais”. Conheça os oito bloqueios apontados pelo especialista e saiba como fugir deles.
Raciocínio lógico e objetividade – A lógica é importante – e sempre será – em muitos momentos da nossa vida pessoal e profissional. Contudo, ela também pode ser um enorme bloqueador da criatividade. Sempre que quisermos resolver imediatamente as coisas e formular definições rápidas de um problema, estamos inibindo e impedindo a visão criativa de agir. Frases do tipo, “Isso não tem lógica”, “Sejamos objetivos”, “Vamos ser práticos”, dificultam consideravelmente soluções originais, diferenciadas e criativas. A lógica, além de importante, é necessária e tem seu momento na arte criativa, mas, na fase final do processo.
Acomodação e passividade – Muitas pessoas acreditam que para acionar a criatividade basta ficar tranquilo, sentar numa poltrona, ficar relaxado, que as ideias criativas vão aparecendo uma após outra; basta ficar passivo e receptivo que as coisas vão automaticamente acontecer. Este é um conceito totalmente equivocado sobre criatividade e inovação. A inspiração criativa pode até surgir num momento inesperado ou através de um imprevisto, mas, se assim aconteceu, é porque foi fruto de considerável trabalho anterior, através de esforços contínuos e conscientes. Depois que surge a ideia, é preciso concretizá-la e isso exige considerável esforço e dedicação.
Medo de crítica – Como criatividade lida com coisas inovadoras e, por vezes, representa uma ameaça ao tradicionalmente aceito, pessoas que se mostram sensíveis às críticas podem sentir-se inibidas ao apresentarem novas ideias e conceitos perante a sociedade ou colegas. Expressões de cinismo, dúvida, crítica ou indiferença por parte das pessoas acontecem frequentemente quando alguém tenta colocar em prática algo inovador e diferenciado.
Ameaça à segurança e ao status – Há pessoas que sentem-se extremamente inseguras quando têm que implantar novas ideias, processos ou estruturas, por estarem arraigadas ao passado e, não raro, bloqueiam mudanças por medo de serem prejudicadas. Resistem a novas ideias e a tudo que possa significar ameaça ao que já conquistaram.
Falta de autodisciplina e perseverança – A ausência de um esforço contínuo e bem orientado é uma grande barreira à criatividade. Pessoas que não tem autodisciplina costumam ser inconstantes e até desmotivadas, porque seus esforços aparentemente não são recompensados, ou porque divagam muito. Então desanimam antes de alcançar os primeiros resultados.
Apego a normas e padrões – Normas e padrões são úteis e necessários para estabelecer desempenhos, procedimentos e comportamentos. Mas podem tornar-se um amargo veneno quando bitolam e cerceiam a criatividade. Muitas normas e padrões são obsoletos, mas a tradição (ou insegurança das pessoas) insiste em mantê-los. Há, também, normas e procedimentos que ainda têm alguma utilidade, mas impedem que novos e mais atuantes processos e ideias possam operar, obstruindo o surgimento de ações inovadoras.
Paradigmas e pressupostos rígidos – Criatividade é especialmente útil na quebra de paradigmas, quando indaga seus pressupostos. São aquelas atitudes e valores fortemente arraigados que fazem parte de nosso dia a dia no trabalho, na família, nos relacionamentos, na nossa maneira de agir. A exemplo das normas e padrões, paradigmas são necessários quando nos ajudam a entender e orientar as ações do cotidiano e facilitam o cumprimento das nossas atividades. Tornam-se, no entanto, um grande bloqueador quando nos enfiam dentro de uma caixa e nos fazem perder a visão da realidade ou de possibilidades mais criativas e benéficas.
Presunção e falta de humildade – A presunção é um mal que prejudica e, até mesmo, anula o discernimento e percepção das coisas. Pessoas que sofrem desse mal ficam cegas às novas ideias, por excesso de orgulho ou amor-próprio. Todos estamos sujeitos a isso, até mesmo inconscientemente, quando achamos que o que sabemos é suficiente para os nossos propósitos.