A agenda ESG é um dos temas mais celebrados e debatidos entre as organizações brasileiras no momento. É indiscutível o seu potencial para pautar negócios, estratégias a médio e longo prazo e promete ser uma das áreas mais promissoras do mundo do trabalho, com altos salários e ampla oferta de oportunidades.
A sigla, que vem do inglês, significa Environmental (Ambiental), Social (Social) e Governance (Governança) e surgiu em 2004 quando foi utilizada pela primeira vez no relatório “Who Cares Wins”, que em tradução literal significa “Quem se importa ganha”. Na ocasião, o texto assinado pela Organização das Nações Unidas (ONU), em parceria com o Banco Mundial, buscava engajar companhias para que fossem adotadas ações nas áreas de direitos humanos, trabalho, meio ambiente e anticorrupção.
A pressão em torno das questões ambientais levaram o mundo corporativo a se render à pauta e, em 2021, o termo foi o mais procurado no Brasil. O País foi responsável pelo maior número de pesquisas a respeito do termo entre os vizinhos latino-americanos, de acordo com um levantamento do Google Trends, realizado a pedido do jornal Valor Econômico.
Assim como toda nova temática, e, por isso, ainda incipiente, o ESG tem sido abordado de maneira difusa dentro das companhias e os seus resultados efetivos são metrificados pela minoria das corporações. Neste cenário o que não falta é o romantismo em torno dos projetos permeados pelo termo.
Recentemente tive a oportunidade de mediar o tema no “2º Fórum Melhor RH ESG e Comunicação – Consciência para direcionar” e gostaria de compartilhar algumas impressões debatidas no encontro.
A primeira delas é a seriedade e o pragmatismo com que o tema precisa ser encarado. A agenda proposta aqui não é marketing e isso necessita ficar claro. Estamos tratando de ações concretas que em maior ou menor nível precisam estar ligadas às crenças da empresa e suas verdades tácitas compartilhadas.
Uma vez que essa diretriz está consolidada é necessário esclarecer como os funcionários encaram as ações ligadas à Governança, Sustentabilidade e a área Social. Afinal, eles serão os embaixadores dessas causas e projetos no ambiente interno, externo, e os responsáveis por replicá-las aos fornecedores.
Por último, mas não menos importante, é necessário derrubar os tabus em torno da agenda ESG. Os temas abarcados por ela estão ligados diretamente aos negócios, portanto, quando a organização se propõe a repensar o seu impacto na sociedade, busca otimizar os seus recursos, ou reduzir a emissão de gases poluentes, todos ganham.
As expectativas em torno dessa agenda são enormes e não poderiam deixar de ser. As novas gerações chegam ao mundo do trabalho em busca de propósito, organizações que respeitam as comunidades em que estão inseridas e consumo consciente. A bem verdade é que o futuro do ESG está ligado ao desenvolvimento de gestores e profissionais que prezam pela sustentabilidade do negócio em sua totalidade, compreende o poder da equidade e tem o seu olhar voltado para um ambiente de trabalho digno.